GAJO QUE MANDA NO INSTITUTO DO EMPREGO DIZ QUE «NÃO HÁ PAÍSES PARA A VIDA»

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta significativa e esclarecedora entrevista, que expõe com clareza a intrínseca natureza da elite, nomeadamente da tuga: http://economico.sapo.pt/noticias/nao-ha-empregos-nem-paises-para-a-vida_137793.html

Há países sedentos de talento e em que não faltam oportunidades para os trabalhadores portugueses. Numa altura de crescimento do desemprego em Portugal, a opção pode muito bem ser fazer as malas e ir para outras paragens. Octávio Oliveira, presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), revela, em entrevista ao Económico TV, quais as áreas mais procuradas e os países onde ainda há oportunidades. Mas no mercado português ainda há oportunidades nas empresas que apostam na exportação e também no sector do turismo. (...) é um conjunto vasto de oportunidades que, de certa maneira, estão em consonância com as nossas características e que deve ser encarado com naturalidade e não com aquela perspectiva de partir para sempre, quer dizer, hoje, tal qual como não há uma oportunidade para toda a vida também não há um país para toda a vida. (...)

O nosso sistema universitário tem gerado, nos últimos anos, um número apreciável de diplomados com saídas para a profissão docente. Hoje temos um contexto demográfico em que o número de jovens nas nossas escolas é cada vez menor. É evidente que uma fatia significativa de inscritos nos ficheiros dos centros de emprego tiveram uma actividade ligada à docência. Hoje há um conjunto de países como Angola e Moçambique que podem apresentar oportunidades para essas pessoas. São oportunidades que cá estão esgotadas e que podem ser aproveitadas.(...)

Não se pense que isto é só de agora - já há anos era planeado. Recordo-me de numa aula na Universidade de Lisboa de 1999 ou 2000 ter ouvido um professor, usualmente cheio de prosápias, a dizer que doravante as pessoas tinham de se habituar a perceber que hoje podiam estar aqui mas amanhã podiam ter de ir trabalhar para a Finlândia ou para outro lado qualquer onde houvesse trabalho... Tudo ao sabor do dinheiro - os grandes senhores da alta finança e do capital querem poder transformar o maior número possível de pessoas em peças de engrenagem, espécie de unidades de plasticina que se tiram e põem onde apetecer. O indivíduo tem pois de abdicar das suas raizes, vida familiar, amigos, etc., se quem manda «nisto» decidir que agora aquela fábrica em que o indivíduo trabalha vai agora fechar e abre-se outra num qualquer país do terceiro-mundo onde dê jeito. Porque o capital, como se sabe, não tem pátria - e quanto mais poder sócio-político tiver o capital, mais apátrida será também a sociedade. Quanto maior a influência dos grandes grupos económicos sobre a vivência dos países, mais as nações se aproximam da dissolução. É por isso que, numa sociedade saudável, nomeadamente uma sociedade nacionalista, a Economia está sempre, em todos os casos, subordinada à Política.