FRENTE NACIONAL FRANCESA QUER PROTECCIONISMO PARA SAIR DA CRISE
Em França, a líder da Frente Nacional (FN) Marine Le Pen propõe que o país adopte o modelo económico argentino no que respeita à desvalorização da moeda, ao proteccionismo e à rejeição do FMI. A equipa de comunicação da FN difundiu até um vídeo intitulado «Argentina, exemplo de saída da crise».
Diante da imprensa, Marine Le Pen declarou, a cinco de Janeiro, o seguinte: «interessa-me o exemplo sul-americano, particularmente o da Argentina e do Brasil. Ali pode ver-se como economias mais pequenas que a de França, quinta potência mundial, se protegem para defender as suas indústrias, as suas fábricas e os seus postos de trabalho. Sob este modelo, proponho acções concretas que vão no sentido de um proteccionismo inteligente.»
Numa reunião partidária realizada a 8 de Janeiro, continuou: «A questão é simples: como será possível reindustrializar a França sem protecções nacionais? Se a Argentina e o Brasil o fizeram, porque é que a França não pode defender as suas fronteiras contra a competição desleal? Tal como a América do Sul, necessitamos de dinamismo e inovação.»
4 Comments:
o proteccionismo, em doses sábiamente aplicadas, nunca fez mal a um país. entre o deve e o haver, há que procurar o equilíbrio, sob pena de se caminhar para "defaults" que poderão ser fatais.
eu sei que estamos no tempo da "aldeia global", as trocas comerciais são necessárias, etc. tudo bem! mas se não se começarem a criar medidas que salvaguardem a economia de um estado da concorrência feroz de outros paises com políticas mercatilistas agressivas, só se pode esperar o pior. é taõ difícil dar a primazia à produção nacional? tal não significa que o exercício da competição e das trocas internacionais fique comprometido: tudo reside na capacidade de gerar riqueza ( e isto é o ponto fundamental) dentro das potencialidades de um determinado país; se os recursos são bem canalizados e o rácio importações/exportações funciona, a saúde económica pode vir a ser um facto. mas falar ainda é o mais fácil e isto da economia é tudo menos um dado adquirido, apesar de se considerar como uma ciência exacta. o grau de incerteza é imenso e nem heisenberg conseguiria invertê-lo. e não há krugmans nem keynes que nos valham!...
Pois é isso que eu tenho defendido para Portugal.
O proteccionismo tem um problema, não funciona só para um lado. Arriscamo-nos a querer vender os nossos produtos lá fora e a bater com o nariz na porta ou a entrarem mas com semelhante carga de imposto que não se vende nada.
Sim e não. Um proteccionismo ao nível europeu não teria esse problema, porquanto a Europa tem no seu seio riqueza e poder de consumo suficientes para exercer política proteccionista diante do resto do mundo. E um bloco geo-político contendo algumas das potências do G8 não seria ostracizado e isolado comercialmente por nenhuma outra potência.
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