FADO JÁ É PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE
O conceito de «património mundial da humanidade» não me parece dos mais valiosos... ao fim ao cabo, toda as culturas são património mundial da humanidade na medida em que contribuem para a riqueza da diversidade, e, ao mesmo tempo, nenhuma o é, uma vez que a cultura pertence apenas e exclusivamente ao Povo que lhe corresponde, o que não significa, obviamente, que outras pessoas a não possam apreciar. De qualquer modo, a novidade é boa, sempre ajuda o turismo...
Fonte: http://www.publico.pt/Cultura/o-fado-ja-e-patrimonio-mundial-1522758
Foram precisos pouco mais de cinco minutos para que a decisão fosse tomada por unanimidade (os 23 delegados presentes – faltou apenas um – votaram a favor), com grandes aplausos, conta ao PÚBLICO pelo telefone o musicólogo Rui Vieira Nery, presidente da comissão científica da candidatura. “Foi uma grande alegria que pôs fim a uma grande ansiedade”, admite Nery, referindo-se ao ritmo lento dos trabalhos na reunião de Bali. “Já não acreditávamos que fosse aprovada hoje.”
O fado foi a última candidatura avaliada na sessão deste domingo, que terminou às 20h30 (12h30, hora de Lisboa), depois de terem passado à votação mais de 30 propostas. E, mesmo assim, foi recebido com grande entusiasmo, diz o musicólogo. Para esse clima de festa contribuiu, “e muito”, o breve discurso de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entidade que formalizou a candidatura junto da UNESCO: “O Dr. António Costa decidiu terminar as suas palavras, já a fechar a intervenção de Portugal, chegando o seu iPhone ao microfone e deixando que a sala ouvisse Amália cantar ‘Estranha forma de vida’. Foi uma emoção acabar com a voz de Amália num fado de [Alfredo] Marceneiro. A sala levantou-se num enorme aplauso.”
A partir de agora, o fado não é apenas a canção de Portugal, a canção de Severa, Marceneiro, Amália, Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura e Carminho - é um tesouro do mundo. Um tesouro que fala de Portugal, da sua cultura, da sua língua, dos seus poetas, mas que também tem muito de universal nos sentimentos que evoca: a dor, o ciúme, a solidão, o amor.
Optimismo comprovado
O optimismo à volta da eventual entrada do fado para a Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade era grande desde que, em Outubro, a comissão de peritos da UNESCO considerou a candidatura portuguesa “exemplar”, mas vê-la formalizada compensa definitivamente anos de trabalho de uma série de especialistas, músicos e intérpretes.
Foi em 2005 que Portugal começou a preparar mais seriamente esta candidatura que o Museu do Fado, em nome da Câmara Municipal de Lisboa, formalizou em Junho do ano passado (tinham passado apenas dois anos sobre a aprovação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial). Mas a ideia, ou o sonho, tem quase 20 anos - surgiu por altura da Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994, garantiu ao PÚBLICO há dias Ruben de Carvalho, vereador da CDU em Lisboa e um dos que mais apoiaram o projecto desde o início.
Em 2010, o fado apresentou-se à UNESCO como “símbolo da identidade nacional” e “a mais popular das canções urbanas” portuguesas, tendo por embaixadores dois intérpretes que, por motivos bem diferentes, fazem parte da sua história de forma incontestada: Carlos do Carmo e Mariza.
A canção que deve a Amália os primeiros grandes esforços de internacionalização é uma das 49 candidaturas a património imaterial da humanidade que já foram votadas nesta reunião que só termina na próxima terça-feira, dia 29.
A lista do património imaterial - uma designação que abrange tradições, conhecimentos, práticas e representações que fazem a matriz cultural de um país e que, juntas, formam uma espécie de tesouro intangível do mundo - tinha até à reunião de Bali 213 bens de 68 Estados, como o tango ou o flamenco, só para falar em dois exemplos de universos semelhantes. O fado é o primeiro bem português, mas, se tudo correr bem, já não faltará muito para que o cante alentejano lhe faça companhia.
O fado foi a última candidatura avaliada na sessão deste domingo, que terminou às 20h30 (12h30, hora de Lisboa), depois de terem passado à votação mais de 30 propostas. E, mesmo assim, foi recebido com grande entusiasmo, diz o musicólogo. Para esse clima de festa contribuiu, “e muito”, o breve discurso de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entidade que formalizou a candidatura junto da UNESCO: “O Dr. António Costa decidiu terminar as suas palavras, já a fechar a intervenção de Portugal, chegando o seu iPhone ao microfone e deixando que a sala ouvisse Amália cantar ‘Estranha forma de vida’. Foi uma emoção acabar com a voz de Amália num fado de [Alfredo] Marceneiro. A sala levantou-se num enorme aplauso.”
A partir de agora, o fado não é apenas a canção de Portugal, a canção de Severa, Marceneiro, Amália, Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura e Carminho - é um tesouro do mundo. Um tesouro que fala de Portugal, da sua cultura, da sua língua, dos seus poetas, mas que também tem muito de universal nos sentimentos que evoca: a dor, o ciúme, a solidão, o amor.
Optimismo comprovado
O optimismo à volta da eventual entrada do fado para a Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade era grande desde que, em Outubro, a comissão de peritos da UNESCO considerou a candidatura portuguesa “exemplar”, mas vê-la formalizada compensa definitivamente anos de trabalho de uma série de especialistas, músicos e intérpretes.
Foi em 2005 que Portugal começou a preparar mais seriamente esta candidatura que o Museu do Fado, em nome da Câmara Municipal de Lisboa, formalizou em Junho do ano passado (tinham passado apenas dois anos sobre a aprovação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial). Mas a ideia, ou o sonho, tem quase 20 anos - surgiu por altura da Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994, garantiu ao PÚBLICO há dias Ruben de Carvalho, vereador da CDU em Lisboa e um dos que mais apoiaram o projecto desde o início.
Em 2010, o fado apresentou-se à UNESCO como “símbolo da identidade nacional” e “a mais popular das canções urbanas” portuguesas, tendo por embaixadores dois intérpretes que, por motivos bem diferentes, fazem parte da sua história de forma incontestada: Carlos do Carmo e Mariza.
A canção que deve a Amália os primeiros grandes esforços de internacionalização é uma das 49 candidaturas a património imaterial da humanidade que já foram votadas nesta reunião que só termina na próxima terça-feira, dia 29.
A lista do património imaterial - uma designação que abrange tradições, conhecimentos, práticas e representações que fazem a matriz cultural de um país e que, juntas, formam uma espécie de tesouro intangível do mundo - tinha até à reunião de Bali 213 bens de 68 Estados, como o tango ou o flamenco, só para falar em dois exemplos de universos semelhantes. O fado é o primeiro bem português, mas, se tudo correr bem, já não faltará muito para que o cante alentejano lhe faça companhia.
11 Comments:
DEVIA SER UM PATRIMONIO IMATERIAL DO MUNDO LAURASICO, MAS SABEMOS QUE COMO "HUMANIDADE" ELES INFILTRA QUALQUER SER GORILESCO SOFISMANDO ELES COM HUMANOIDES A SERIO..
*infiltram
pena ser cantado por uma PRETA , se outros tempos fossem...
fado é merda...
só falta os filhosdaputa dizerem que o fado tem alguma coisa a ver com os arabes... FILHOSDAPUTA!!!
Não, Fado não é assim tão mau.
Não, Fado não é assim tão mau.
acho que fado com rock deve ficar da hora tipo como fizeram nos eua e cia com musicas folcloricas do interior de la..
só falta os filhosdaputa dizerem que o fado tem alguma coisa a ver com os arabes... FILHOSDAPUTA!!!
Pode ter. Há várias teorias.
Pode ter. Há várias teorias.
sim, foram os mouriscos e não os celticos que criaram e levaram o fado pra iberia..jajaja
tipico do pos-62,5..
O Fado em Portugal é um género relativamente recente, e é mais ou menos consensual que resulta de uma mistura étnica entre folclore português, música de raiz mediterrânica e até de posteriores importações do Brasil.
Claro que descobrir a origem dos géneros musicais é muitas vezes um trabalho sem fim, mas há géneros musicais em Portugal bem mais "europeus" que o Fado, começando no Minho com os viras e os zés pereiras, e acabando no corridinho algarvio.
O Fado em Portugal é um género relativamente recente, e é mais ou menos consensual que resulta de uma mistura étnica entre folclore português, música de raiz mediterrânica e até de posteriores importações do Brasil.
Claro que descobrir a origem dos géneros musicais é muitas vezes um trabalho sem fim, mas há géneros musicais em Portugal bem mais "europeus" que o Fado, começando no Minho com os viras e os zés pereiras, e acabando no corridinho algarvio.
não parece ritmo do med..ritmos meds são alegres e não esse chororô desgraçado..lolol
só é ver a tarantella e a musica grega..
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