segunda-feira, outubro 31, 2011

MANIFESTO DO PNR - POR UM NACIONALISMO RENOVADOR

O combate político, longe de ser estático, tem que saber interpretar os sinais dos tempos, adequar-se à sua época e fazer passar a mensagem ideológica de que se reclama portador. Contudo, nunca pode trair os seus próprios fundamentos.(...)
Se há onze anos atrás o PNR teve o mérito de ser criado, rasgando horizontes para o Nacionalismo em Portugal, impensáveis nos vinte cinco anos que o precederam, de igual modo teve o mérito de vingar e resultar no maior êxito de algum projecto Nacionalista pós-25 de Abril, não só pela sua durabilidade, mas também pelo que, de forma incontornável e inegável, já marcou na agenda política em Portugal. Goste-se ou não, queira-se ou não, o PNR é o partido Nacionalista Português, com um projecto próprio e mensagem singular.
Ao longo da sua curta história, viveram-se muitos acertos e desacertos, esperanças e desilusões, vitórias e fracassos no seu percurso acidentado mas, sobretudo, o cunho que sobressai e permanece, é de constância, determinação e amadurecimento, constituindo um fenómeno positivo e uma inegável vitória na área Nacionalista, cuja história dos últimos 40 anos tem demonstrado ser tão frágil e problemática por muitas e variadas razões.
Passada a era da sua fundação, seguiu-se a da afirmação e depois a da consolidação. Partamos pois, agora, para a da renovação: inventiva e criadora.
(...)
O PNR não é uma associação, clube ou grupo de amigos, que trabalhe só para dentro e fale para os já convencidos. Pelo contrário, temos vocação e desejo de vir a ser poder, para o que urge a capacidade, vontade e coragem de renovar o combate e o estilo, a estratégia e a mensagem, a estética e a linguagem, de modo a que se enquadrem na nossa época e nas nossas circunstâncias.
O nosso ADN é Nacionalista, e as nossas referências históricas também o são, não renegando por isso nada daquilo que somos. Mas mal de nós se não soubermos destrinçar o essencial do acessório, se não libertarmos os fundamentos que nos norteiam dos circunstancialismos temporais, se nos isolarmos num gueto ideológico, cristalizado no tempo, que não chega às pessoas nem deixa marca na História. Compete-nos a missão de relançar o Nacionalismo com âncoras na nossa Identidade, Cultura e História, mas adaptado aos tempos de hoje.
É chegada a hora de dizer basta aos anacronismos lunáticos e aos saudosismos estéreis que ainda minam a área nacionalista.
(...)
Doravante, na área Nacionalista, na militância no PNR e sobretudo nos seus dirigentes, não podem coexistir sectarismos e divergências inúteis, nem identificações e filiações ideológicas estéreis e vãs. As referências e influências mais profundas de cada um, devem ser respeitadas e estimadas, mas restritas à esfera do individual e privado, já que nada criam na discussão vazia de uma esfera pública. O fundamental é construir as bases de um Nacionalismo Português e Moderno. Somos Nacionalistas, e isso basta para nos definir.
(...) cabe aos nacionalistas batermo-nos sempre pela essência dos valores que defendemos e não obstinadamente por esta ou aquela forma.
Na defesa e fortalecimento dos nossos valores e causas – Nação, Identidade, Soberania, Família e Trabalho – defendemos o papel preponderante do Estado.
O nosso modelo é o de um Estado eficaz, cuja existência é imprescindível, mas sem gorduras nem peso inútil ou atrofiador. Não deve haver presença do Estado onde ela não seja realmente necessária. Deve haver lugar à iniciativa privada e respeito pela propriedade privada.
O Estado é fundamental e tem que ser forte, mas naquilo que lhe compete estritamente: regular e fiscalizar a sociedade civil, promover a Justiça-Social e impedir toda a espécie de abusos, de desigualdades gritantes, e de igualitarismos.
Ao Estado compete assegurar o controlo de todos os sectores vitais para o bem-estar da população e da economia e soberania nacionais, como sejam os transportes, comunicações, energias e recursos naturais.
Ao Estado compete garantir sempre e em cada momento, a maior Independência Nacional possível e a mais ampla margem na escolha de aliados internacionais e de objectivos político-diplomáticos.
(...)