BRASUCA MULATO COLABOROU EM ASSALTO QUE RESULTOU EM ASSASSÍNIO DE TAXISTA

Durante todo o dia de ontem, o Tribunal de Gondomar ouviu os quatro detidos, suspeitos de balear o taxista Jorge Cruz, a 27 de Julho de 2008. Dois dos arguidos admitiram que o objectivo era realizar um roubo ao motorista, e garantiram que foi Pedro Medeiros, o único que ontem não prestou declarações, a disparar o tiro fatal.
Aos investigadores da PJ do Porto, que detiveram o grupo na terça-feira, Pedro terá admitido que teria roubado a pistola a um traficante e que, durante o assalto, ficou nervoso e disparou. Ao juiz, decidiu manter-se em silêncio.
Ontem, no tribunal, Diego ‘Brazuca’ e Hélio Hélder reconstituíram o assalto, mas garantiram desconhecer que o amigo estava armado. Garantiram também que, após o homicídio, Pedro Medeiros passou a ameaçar constantemente de morte os jovens – Hélio só tinha 18 anos à data do crime – caso contassem o que tinha acontecido dentro do táxi. Anteontem, antes de serem ouvidos em tribunal, os arguidos já tinham participado numa reconstituição. Todos confessaram os factos, relatando que nunca actuaram com intenção de matar o taxista. Garantem que Pedro teria uma pistola 9 milímetros na mão para ameaçar o taxista e que disparou inadvertidamente.
Hoje, o Ministério Público irá pronunciar-se sobre o caso e será proferida a decisão judicial dos quatro arguidos.
João Castro passou ontem a manhã em frente ao Tribunal de Gondomar com o objectivo de conhecer os responsáveis pela morte do filho. "Queria saber quem teve coragem para me roubar o meu filho. Queria ver quem me deu esta dor tão grande", disse. Depois de, durante toda a manhã, ter vagueado pelas ruas contíguas ao tribunal, o pai da vítima decidiu ir embora. "Já percebi que a família dos assassinos está envergonhada pelo que eles fizeram, já me sinto mais em paz", garantiu. No entanto, continua a pedir "justiça" pela morte de Jorge Cruz.