LÍDER COMUNITÁRIO ISLÂMICO APELA EM MILÃO A VOTO MUÇULMANO EM PARTIDO DE CENTRO-ESQUERDA

O clima político italiano está de momento agitado pela instabilidade causada por Gianfranco Fini, antigo fascista anti-racista que recentemente um novo partido e ameaçou cessar o seu apoio ao actual governo, liderado por Silvio Berlusconi.

Milão tem 208.021 imigrantes, o que se traduz em dezasseis por cento da sua população. A cidade tem assim mais do dobro da percentagem de imigrantes da média italiana, que se situa nos 6,5%. Muitos destes imigrantes são muçulmanos de origem norte-africana.

Neste contexto, Abdullah Paolo Gonzaga, que lidera a organização Apoio Islâmico, emitiu um apelo aos muçulmanos de Itália, pedindo-lhes que nas eleições primárias de domingo votassem no chamado «Partido Democrático», de Centro-Esquerda, liderado por Pierluigi Bersani, para elegerem o líder do partido e os principais magistrados regionais.

Apelou também ao voto muçulmano nas eleições locais agendadas para Março.

Um dos motivos desta campanha islâmica a favor do Centro-Esquerda assenta no facto de o Partido Democrático apoiar a construção de uma mesquita oficial em Milão. Actualmente, há apenas uma mesquita oficial, a chamada Grande Mesquita, sita na capital, Roma. Gonzaga argumenta que «Milão é a cidade italiana com mais população muçulmana e não tem uma verdadeira mesquita, devido ao actual conselho dirigente da urbe.»

Há muito que os muçulmanos «milaneses» querem uma mesquita. O conselho da cidade, de índole conservadora, ofereceu-lhes uma série de locais improvisados para que realizassem as suas orações de sexta-feira, e afirma que não há nenhum local apropriado para a construção de uma mesquita. Gonzaga acicata os ânimos dos seus correligionários: «precisamos de perceber que esta é uma grande oportunidade para a comunidade muçulmana de Milão e de todos os seus cidadãos para terem uma cidade melhor. Temos visto anos de segregação e aceitação passiva de decisões que são frequentemente prejudiciais e que são tomadas sem qualquer consulta prévia.»

Portanto, mais uma vez a Esquerda internacionalista e o Islão de mãos dadas no comum objectivo de fazerem avançar em solo europeu uma cultura alienígena, e visceralmente hostil, à Europa.