BBC CRITICADA POR DAR DEMASIADO TEMPO DE ANTENA AO PAGANISMO

No Reino Unido, a BBC foi criticada por ter dado «extensa» cobertura jornalística a um festival pagão de Halloween e por ter negligenciado o Cristianismo.

Refere-se a crítica a uma reportagem da BBC que dedicou uma quantia considerável de tempo a celebrações pagãs realizadas por bruxas para assinalar o Samhain ou festa religiosa céltica do Primeiro de Novembro que marca a passagem do ano e da luz para as trevas.

Diane Narraway, a líder do conciliábulo, diante de uma cabeça de carneiro, a dizer adeus à Deusa da Luz, enquanto se usava uma vassoura para traçar um círculo sagrado na erva.

A BBC descreveu a celebração como parte da «mais recente religião» aprovada no país depois de uma Comissão governamental ter atribuido o estatuto de religião ao Druidismo (pode não ser a mesma coisa, mas enfim, de jornalistas do grande público não se poderá esperar muito mais, e já não está mau).

Sobre o Paganismo em geral, a famosa e emblemática estação televisiva britânica descreveu-o como tradição recente que se originou entre os antigos Celtas, para os quais o mundo natural trazia o sustento, mas também o perigo e a morte.

Vários líderes cristãos reagiram iradamente a esta reportagem, dizendo que constituiu mais um exemplo de marginalização do Cristianismo e concessão de tempo de antena indevido a outras crenças. Andrea Williams, directora do Centro Cristão Legal, declarou: «Nem sempre é saudável representar as crenças pagãs como "mainstream", particularmente quando a nossa fé nacional é tão frequentemente atirada para os cantos. É vitar que a nossa emissora nacional recorde a nossa grande herança cristã e todos os seus preceitos que são bons para a nação. Eu gostaria de ver isto mais claramente reconhecido.»

Mike Judge, porta-voz do Instituto Cristão, disse por seu turno que compreende que «a BBC possa escolher concentrar-se em algo durante um dia», mas considera que «tal é sintomático de um problema maior na BBC. Eles abafam o Cristianismo e promovem o Paganismo, o que não reflecte a sociedade britânica. Cria uma atmosfera em que é aceitável marginalizar os cristãos.»

A BBC não comenta.

Não comenta a BBC mas comenta quem mais uma vez observa o descarado e naturalmente - naturalmente, porque faz parte da sua natureza - totalitário comportamento dos líderes da Cristandade quando diante da concorrência, por assim dizer. É a esse respeito sintomático que considerem que dar muito destaque a um determinado credo é, automaticamente, atacar o Cristianismo: porque, para os cristãos actuais, tal como para os cristãos da Idade Média e os cristãos de há dois mil anos, o Cristianismo está em permanente combate contra as outras religiões, constituindo por isto mesmo a raiz do totalitarismo e da intolerância religiosa em terras ocidentais.

Por outro lado, é até possível que tenham razão quando «acusam» a BBC de promover outras religiões à custa do espaço que queriam ver reservado ao Cristianismo - efectivamente, a politiquice correcta que controla os grandes média não será especialmente receptiva ao Cristianismo institucionalizado.

E porquê?

Porque habitualmente considera-se o credo do Judeu Morto como a religião da Europa por excelência e a Cristandade como quase sinónimo de Ocidente.

Ora a elite reinante, sequaz do Multiculturalismo, tudo faz para diminuir o poder e o espaço do Nós, do que diz respeito aos Europeus.

E é aqui que reside a suprema ironia da coisa: porque o Multiculturalismo é, na sua essência moral, uma derivação da Cristandade - o mesmo universalismo, o mesmo amor incondicional e obrigatório ao Outro (a ponto de mandar dar a outra face ao estrangeiro quando por este agredido), a mesma culpabilização do Nós face ao Outro (seja em relação a Deus, no Cristianismo, ou ao Alógeno, no Multiculturalismo).

Assim, a Santa Madre Igreja Multiculturalista e Anti-Racista dos Últimos Dias do Ocidente é na sua raiz filha da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.

E, agora, está-se a virar, neste caso, e em muitos outros, o feitiço contra o feiticeiro... precisamente este quase ódio-a-si-mesmo que o Cristianismo inoculou na Europa está a combater o próprio Cristianismo, visto que este teve e tem ainda a veleidade de, para melhor se impor, considerar-se como «a religião do Ocidente» (curiosamente, esta definição era já criticada nos anos noventa no seio da Igreja).

Cereja no topo do bolo da ironia - sucede que a verdadeira religião do Ocidente é o Paganismo. Nunca foi pois tão verdade aquele famoso dichote popular segundo o qual Deus escreve certo por linhas tortas... (e, mais ironicamente ainda, a própria palavra «Deus» pertence ao Paganismo...)