CONAN - «O DEMÓNIO DE FERRO»
Tenho de dizer, em parte como resposta a uma pergunta de há uns tempos que me foi dirigida pelo camarada Titan, leitor do blogue, que acabei recentemente de ler «O Demónio de Ferro», segunda colectânea de histórias de Conan em prosa, tal como foram escritas pelo seu criador nos anos trinta do século XX, o norte-americano mas quase europeu Robert Erwin Howard. A qualidade da narrativa supera em muito, como seria de esperar, a das melhores histórias de Conan na banda desenhada da Marvel e posteriormente da Dark Horse.
É um livro que recomendo vivamente a quem tenha o gosto pelo Fantástico e pelo Épico, que Howard funde tão bem num mesmo estilo, que viria a ser baptizado como Espada e Feitiçaria («Sword and Sorcery», no original inglês).
Como já foi aqui dito, a delirante fértil imaginação de Howard criou todo um mundo antigo com base no seu conhecimento dos Povos da Idade Média, da Antiguidade e da Proto-História, que era apreciável. O seu «mapa» desta era por si imaginada, que teria, de acordo com a sua imaginação, tido lugar antes mesmo da actual conformação dos continentes, inclui estirpes que são em tudo desenhadas à imagem das estirpes do passado histórico real. Assim, o próprio Conan, originário da fria e sombria Ciméria, é na realidade um celta: o seu nome é celta, o seu aspecto físico é aquele que muitos atribuíram ao tipo celta - moreno, cabelo negro, olhos azuis - os Deuses que venera são os da Irlanda céltica - Crom Cruaich, que ele invoca constantemente, e também Lir, Mannanan Mac Lir, Morrigan, Nemain, Macha. A Ciméria existiu mesmo na História real, mas situar-se-ia nas margens do Mar Negro e não na Europa do noroeste; todavia, sucede que, curiosamente, há fortes indícios, arqueológicos e mitológicos, de que os Celtas do Ocidente Europeu, na História real, sofreram influências de gentes vindas da zona do Mar Negro, nomeadamente dos Citas, que incluiriam os Cimérios.
Para abreviar - todos os outros povos da era criada por Howard, a era «hiboriana», têm correspondência na História antiga real. E até mesmo o nome dos Hiborianos, povo dominante no Ocidente de Howard, é na realidade deveras semelhante ao dos Arianos...
Nas suas histórias, os negros são frequentemente tidos como gente má e feia, grosseira; os semitas, como cruéis e fanáticos. Há nas narrativas em prosa que li uma notória preocupação em distinguir as raças umas das outras, incluindo pela definição facial mas também pelo carácter. Em «Nascerá Uma Bruxa», pode ler-se: «Estes homens são totalmente desprovidos de misericórdia ou compaixão, e possuem todas as características que os nossos exércitos aprenderam a detestar nas guerras contra os aliados shemitas de Argos: crueldade inumana, luxúria, ferocidade de animais selvagens. As pessoas da cidade são a casta dirigente de Caurão, predominantemente hiborianos, valorosos e aguerridos. Mas a traição da sua rainha entregou-os nas mãos dos opressores. Os shemitas são a única força armada em Caurão, e qualquer cauraniano que for encontrado na posse de armas é objecto da mais infernal das punições. (...) Os cavaleiros [shemitas] fluíam pelos portões como um rio de aço - figuras sombrias em cotas de malha negras e prateadas, com as suas barbas encaracoladas e narizes aduncos, e os seus inexoráveis olhos onde cintilava a fatalidade da sua raça - a completa ausência de dúvida ou misericórdia.»
A completa ausência de dúvida ou misericórdia - alguém tem dúvida de onde vieram os terroristas árabes?...
Surpreendeu-me até que estas preciosas raridades tenham passado pelo crivo da censura... provavelmente porque a elite não dá importância ao que julga tratar-se de leitura menor e dirigida a um público minoritário. Só assim se explica que se tenham publicado passagens como esta, em que Conan promete a uma mulher branca que a libertará do cativeiro que lhe é imposto por uma tribo negra: «Chamo-me Conan, sou cimério e vivo pelo gume da espada. Mas não sou um cão que deixe uma mulher branca nas garras de um negro; e embora a tua espécie me chame ladrão, nunca possuí uma mulher contra a sua vontade. (...) Se fosses velha e feia como o abutre do diabo, levava-te para longe de Bajujh, simplesmente por causa da cor da tua pele. Mas tu és jovem e bonita e eu já estou enjoado de ver tanta puta preta.(...)
Conan é o protótipo do herói cultuado no Romantismo: o bárbaro do enevoado Norte, duro e rude, mas justo e puro, que está constantemente em contraste com as gentes sofisticadas e requintadas mas moralmente corruptas e fracas das paragens meridionais e orientais... isto é aliás uma característica axial das suas histórias, que se passam quase todas em cenários meridionais e orientais, a evocar as civilizações mediterrânicas, de Roma à Babilónia, passando pela Arábia e pela Índia também, não esquecendo os semi-nómades «shemitas» (semitas, já se vê) e os igualmente semi-nómadas Turanianos (asiáticos afins dos Hunos). É com base nisto mesmo que tem havido forte contestação da parte dos fãs contra a escolha de um actor mulato havaiano para desempenhar o papel de «Conan» num filme que está para estrear: porque o que marca todas as histórias de Conan é o facto de este ser um homem do Norte em contraste permanente com o Sul sofisticado mas decadente. Conan não é simplesmente um guerreiro exótico ou um gajo musculoso de espada na mão - é, antes de mais nada, o representante de todo um mundo norte-europeu, arcaico e nobre, diante da vertigem traiçoeira e quase hipnótica do(s) traiçoeiro(s) Sul/Oriente.
Outra passagem esclarecedora do espírito em que as histórias foram escritas, reflectindo uma postura ideológica corrente no Ocidente dos anos vinte e trinta: «o canibal restante recuou com um grito estrangulado, arremessando a prisioneira para longe. Ela tropeçou e rolou na poeira, e o negro fugiu em pânico na direcção da cidade. Conan perseguiu-o. O medo dava asas aos pés negros, mas antes de atingirem a cabana mais a leste, ele sentiu a morte nas suas costas e bramiu como um boi no matadouro.
- Cão negro do inferno! - Conan enfiou a espada entre os ombros escuros com tanta fúria vingativa que a larga lâmina projectou metade do seu comprimento do peito do negro.»
Ora esta mesma história, intitulada «Sombras em Zamboula», conheceu pelo menos uma adaptação da parte dos modernos autores de banda desenhada norte-americana... numa delas, que li há coisa de duas horas, os canibais negros não são inequivocamente negros, nem sequer canibais, e por outro lado sucede que, um pouco antes, um guerreiro negro vence num duelo de apostas um gigante nórdico arrogante, e Conan apostou o seu dinheiro a favor do guerreiro negro, e depois o negro corta a cabeça ao cadáver do seu oponente setentrional e diz «isto é pela minha família que tu chacinaste» ou qualquer merda do género...
Enfim - se querem ler bom Conan, Conan a sério, leiam Robert Erwin Howard.
É um livro que recomendo vivamente a quem tenha o gosto pelo Fantástico e pelo Épico, que Howard funde tão bem num mesmo estilo, que viria a ser baptizado como Espada e Feitiçaria («Sword and Sorcery», no original inglês).
Como já foi aqui dito, a delirante fértil imaginação de Howard criou todo um mundo antigo com base no seu conhecimento dos Povos da Idade Média, da Antiguidade e da Proto-História, que era apreciável. O seu «mapa» desta era por si imaginada, que teria, de acordo com a sua imaginação, tido lugar antes mesmo da actual conformação dos continentes, inclui estirpes que são em tudo desenhadas à imagem das estirpes do passado histórico real. Assim, o próprio Conan, originário da fria e sombria Ciméria, é na realidade um celta: o seu nome é celta, o seu aspecto físico é aquele que muitos atribuíram ao tipo celta - moreno, cabelo negro, olhos azuis - os Deuses que venera são os da Irlanda céltica - Crom Cruaich, que ele invoca constantemente, e também Lir, Mannanan Mac Lir, Morrigan, Nemain, Macha. A Ciméria existiu mesmo na História real, mas situar-se-ia nas margens do Mar Negro e não na Europa do noroeste; todavia, sucede que, curiosamente, há fortes indícios, arqueológicos e mitológicos, de que os Celtas do Ocidente Europeu, na História real, sofreram influências de gentes vindas da zona do Mar Negro, nomeadamente dos Citas, que incluiriam os Cimérios.
Para abreviar - todos os outros povos da era criada por Howard, a era «hiboriana», têm correspondência na História antiga real. E até mesmo o nome dos Hiborianos, povo dominante no Ocidente de Howard, é na realidade deveras semelhante ao dos Arianos...
Nas suas histórias, os negros são frequentemente tidos como gente má e feia, grosseira; os semitas, como cruéis e fanáticos. Há nas narrativas em prosa que li uma notória preocupação em distinguir as raças umas das outras, incluindo pela definição facial mas também pelo carácter. Em «Nascerá Uma Bruxa», pode ler-se: «Estes homens são totalmente desprovidos de misericórdia ou compaixão, e possuem todas as características que os nossos exércitos aprenderam a detestar nas guerras contra os aliados shemitas de Argos: crueldade inumana, luxúria, ferocidade de animais selvagens. As pessoas da cidade são a casta dirigente de Caurão, predominantemente hiborianos, valorosos e aguerridos. Mas a traição da sua rainha entregou-os nas mãos dos opressores. Os shemitas são a única força armada em Caurão, e qualquer cauraniano que for encontrado na posse de armas é objecto da mais infernal das punições. (...) Os cavaleiros [shemitas] fluíam pelos portões como um rio de aço - figuras sombrias em cotas de malha negras e prateadas, com as suas barbas encaracoladas e narizes aduncos, e os seus inexoráveis olhos onde cintilava a fatalidade da sua raça - a completa ausência de dúvida ou misericórdia.»
A completa ausência de dúvida ou misericórdia - alguém tem dúvida de onde vieram os terroristas árabes?...
Surpreendeu-me até que estas preciosas raridades tenham passado pelo crivo da censura... provavelmente porque a elite não dá importância ao que julga tratar-se de leitura menor e dirigida a um público minoritário. Só assim se explica que se tenham publicado passagens como esta, em que Conan promete a uma mulher branca que a libertará do cativeiro que lhe é imposto por uma tribo negra: «Chamo-me Conan, sou cimério e vivo pelo gume da espada. Mas não sou um cão que deixe uma mulher branca nas garras de um negro; e embora a tua espécie me chame ladrão, nunca possuí uma mulher contra a sua vontade. (...) Se fosses velha e feia como o abutre do diabo, levava-te para longe de Bajujh, simplesmente por causa da cor da tua pele. Mas tu és jovem e bonita e eu já estou enjoado de ver tanta puta preta.(...)
Conan é o protótipo do herói cultuado no Romantismo: o bárbaro do enevoado Norte, duro e rude, mas justo e puro, que está constantemente em contraste com as gentes sofisticadas e requintadas mas moralmente corruptas e fracas das paragens meridionais e orientais... isto é aliás uma característica axial das suas histórias, que se passam quase todas em cenários meridionais e orientais, a evocar as civilizações mediterrânicas, de Roma à Babilónia, passando pela Arábia e pela Índia também, não esquecendo os semi-nómades «shemitas» (semitas, já se vê) e os igualmente semi-nómadas Turanianos (asiáticos afins dos Hunos). É com base nisto mesmo que tem havido forte contestação da parte dos fãs contra a escolha de um actor mulato havaiano para desempenhar o papel de «Conan» num filme que está para estrear: porque o que marca todas as histórias de Conan é o facto de este ser um homem do Norte em contraste permanente com o Sul sofisticado mas decadente. Conan não é simplesmente um guerreiro exótico ou um gajo musculoso de espada na mão - é, antes de mais nada, o representante de todo um mundo norte-europeu, arcaico e nobre, diante da vertigem traiçoeira e quase hipnótica do(s) traiçoeiro(s) Sul/Oriente.
Outra passagem esclarecedora do espírito em que as histórias foram escritas, reflectindo uma postura ideológica corrente no Ocidente dos anos vinte e trinta: «o canibal restante recuou com um grito estrangulado, arremessando a prisioneira para longe. Ela tropeçou e rolou na poeira, e o negro fugiu em pânico na direcção da cidade. Conan perseguiu-o. O medo dava asas aos pés negros, mas antes de atingirem a cabana mais a leste, ele sentiu a morte nas suas costas e bramiu como um boi no matadouro.
- Cão negro do inferno! - Conan enfiou a espada entre os ombros escuros com tanta fúria vingativa que a larga lâmina projectou metade do seu comprimento do peito do negro.»
Ora esta mesma história, intitulada «Sombras em Zamboula», conheceu pelo menos uma adaptação da parte dos modernos autores de banda desenhada norte-americana... numa delas, que li há coisa de duas horas, os canibais negros não são inequivocamente negros, nem sequer canibais, e por outro lado sucede que, um pouco antes, um guerreiro negro vence num duelo de apostas um gigante nórdico arrogante, e Conan apostou o seu dinheiro a favor do guerreiro negro, e depois o negro corta a cabeça ao cadáver do seu oponente setentrional e diz «isto é pela minha família que tu chacinaste» ou qualquer merda do género...
Enfim - se querem ler bom Conan, Conan a sério, leiam Robert Erwin Howard.
12 Comments:
celtiberizaram o conam..putz!lol
morte ao papa!88
Derrota histórica da esquerda sueca
Diário de Notícias - Lisboa - há 1 hora
os socialistas foderam com malmo e ainda querem levar os votos..?
daqui a pouco os niggers eram os meds medievais islamicos como naquele filme do kevin costner..pois, se fosse um branco a colocar pretos explodindo em clipes na mtv judia/zog ou botando um nordico pra cortar a cabeça dos menos evoluidos se vingando pela auto-venda deles que destruiu o sangue das americas, sul da asia ex-med decaida justamente pelos residuos das merdas do leste do congo escravos auto-vendidos e cia ja seria nazismo..hehe
mas espera..a maior parte do trafico dos auto-vendidos foi feita por meds da asia e mesmo sub-meds..como ele diz que foi no nord?ele devia ter ido na tribo vencedora simiesca que vendeu ele, seus "irmãos" trairas a la trotsky picaretado..hehe
Conan the Barbarian, 1982, de John Milius.
Arnold Schwarzenegger:
http://img.engadget.com/common/images/3060000000050005.JPG?0.15469051525856758
10 min
http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DHlP_i6L6Xxg
o musical:
http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DOBGOQ7SsJrw
Schwarzenegger nunca me pareceu o actor mais indicado para fazer de Conan.
Schwarzenegger nunca me pareceu o actor mais indicado para fazer de Conan.
POIS, TEM ASPECTO TURKICO RESIDUAL..
Bem, de facto nunca me pareceu assim muito germânico, mas nem é por isso - é porque tem, ou tinha, um ar simiesco, grosseiro, banal também, diferente da imagem que tenho de Conan, que é mais sombrio e frio. Os olhos azuis fundos fazem falta para caracterizar a personagem.
Anónimo disse...
Schwarzenegger nunca me pareceu o actor mais indicado para fazer de Conan.
POIS, TEM ASPECTO TURKICO RESIDUAL..
20 de Setembro de 2010 18h31min00s WEST
não é turkico
que é mais sombrio e frio. Os olhos azuis fundos fazem falta para caracterizar a personagem.
20 de Setembro de 2010 18h52min00s WEST
tem um tipo de olho claro que é bem mais vivo que o olho escuro e outro que parece uma pedra de gelo, um robot, um alien, sei la..é muito exotico pra quem ve do mundo med..
não é turkico
sub-med?lol
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