sexta-feira, junho 11, 2010

CULTURA LUSÓFONA EM OLIVENÇA, AMANHÃ

Mais uma mensagem que me chegou por e-mail (o texto original está escrito de acordo com o novo acordo ortográfico, mas eu corrigi-o para Português de Portugal):

( http://alemguadiana.blogs.sapo.pt/94560.html#cutid1 )

No próximo sábado, 12 de Junho, levar-se-á a cabo em Olivença a primeira edição das "Lusofonias", espaço dedicado à cultura do âmbito dos países de língua portuguesa.
As "Lusofonias" nascem com a vocação de ser um ponto de encontro e difusão das mais diversas manifestações culturais das quais poder fruir, vitalizando as raízes portuguesas de Olivença e fomentando a aproximação a Portugal e aos países de herança lusa.
Organizado pela associação cultural "Além Guadiana" com a colaboração da Câmara Municipal de Olivença, a Aderco (Associação para o Desenvolvimento Rural da Comarca de Olivença) e a Junta da Estremadura, terá lugar no Passeio Grande (antigo Terreiro do Chão Salgado) e contará com actividades de teatro, música, literatura e animação de rua, entre outras, que se desenvolverão durante todo o dia e até à meia-noite.
Paralelamente e ao longo de toda a jornada, haverá uma zona expositiva reservada a artesãos, à gastronomia e a instituições do espaço lusófono, bem como trabalhos ao vivo e animação por parte de agrupações musicais de Portel.
Às 10:30 h proceder-se-á à inauguração das "Lusofonías" e a um simbólico acto de apresentação das placas em Português das ruas mais antigas da localidade, cujos nomes ancestrais acabam de ser recuperados, um acto que vai contar com a presença do presidente das câmaras municipais de Olivença e Tálega, Manuel Cayado e Inmaculada Bonilla, de representantes políticos locais e do presidente da Junta de Extremadura Guillermo Fernández Vara.
A seguir, os gigantes e cabeçudos dos "Gigabombos do Imaginário" animarão as ruas da cidade antes de passar a um dos actos mais importantes da jornada, a Leitura Pública Contínua em Português, na qual participarão oliventinos de todas as idades lendo ou recitando na língua de Camões.
A manhã será encerrada com o folclore de La Encina de Olivenca e das Cantadeiras de Granja.
À tarde, às 17:30 h, será projectada no Espacio para la Creación Joven o filme O Leão da Estrela, e haverá actividades de animação nas ruas, e às 19:30 h. uma actuação dos alunos de Português da escola pública Francisco Ortiz.
As actividades continuarão com o conta-contos "Estória da Galinha e do Ovo" e, como encerramento, o concerto "O Canto dos Poetas", ambos interpretados pela associação eborense "Do Imaginário".
Criada há mais de dois anos para promover a cultura portuguesa em Olivença, nas suas aldeias e em Táliga, a associação Além Guadiana foi impulsionadora de diversas iniciativas no campo da língua, das tradições e, enfim, da cultura imaterial duma terra de rica história partilhada.
Realizadas só dois dias depois do Dia de Camões em Portugal, as Lusofonias, que apresentam na sua imagem promocional referências a ícones como Amália Rodrigues, Fernando Pessoa e Vasco da Gama, pretendem reivindicar que Olivença também pertence ao espaço cultural lusófono.


Sempre fui favorável, e continuo a sê-lo, à causa de Olivença portuguesa, a mais elementar e evidente Justiça dita que o território seja devolvido a Portugal. Mas ainda a dita restituição não aconteceu, se é que algum dia acontecerá, e já há quem queira ligar aquilo à salganha racial lusófona, isso é que não está bem, nem é nada tranquilizador. Enfim, quando vi que o texto acima estava redigido em submissão ao novo «acordo» ortográfico, imaginei de imediato que a coisa não podia ser perfeita...

Vá lá que ao menos não há no artigo qualquer referência concreta a nenhuma outra cultura que não a de Portugal...

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

caturo,
há pouco tempo li uma noticia sobre gente que fala em juntar Portugal e Espanha. quando encontrar o link, posto-o no gladius.

12 de junho de 2010 às 21:26:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

já o encontrei:


Spain-Portugal: Favour Grows for Union, Within Europe

(ANSAmed) — MADRID — It is not just a matter of getting their clocks to tell the same time by doing away with the old time-zone difference: Portugal’s citizens are becoming increasingly favourable to the idea of an integrated Iberian state with Spain, as there is strength in unity, especially with Europe. This is the message coming from the latest annual survey conducted by the University of Salamanca, which has been presented today. While, in 2009, 39.9% of Portuguese supported the idea of a federation of Iberian states and 30.3% of Spain’s citizens shared their opinions, these percentages have risen in 2010 to 45.6% and 31% respectively. Conducted in collaboration with Lisbon’s Centre of Sociological Investigative Studies, the report is based on around 2,000 individual interviews. Presenting the survey to the media, the heads of the study, Salvador Santiuste and Mariano Fernandez, explained that the barometer proposed four different formulas of integration, which attract great consensus as they become more flexible. By these measures, on a scale from 1 to 10, neither the Portuguese nor the Spanish are in favour of a model along the lines of the French republic, which got on 3.82 among the former and 3.30 among the latter. The different notion of a federal state attracted a higher average mark: 4.08 from the Portuguese and 4.63 from the Spanish. But this was still below the support given to the idea of a confederation along Swiss lines, which got a mark of 4.74 from the Portuguese and one of 4.12 from their Iberian cousins. The model of integration with the greatest appeal was one according full rights to citizens of each of the neighbouring countries. The Portuguese gave this a warm 6.61 points and the Spanish 6.20; this was similar to the result attained by the proposal for creating a stable alliance within the European Union and ahead of Latin America (6.14 from the Portuguese; 6.20 from their neighbours). Overall, there has been growth in the number of citizens considering relations between the two countries to be “good or very good” (74.4 of Portuguese and 74.3% of Spaniards). The more than one thousand kilometres of shared borders are not considered to be a problem, although, following the arrests of ETA members in Portugal, there was a rise in the number of Portuguese who considered the closeness of the two countries to be “very, or quite problematic”: up at 39.1% compared to the 25.3% from 2009. As for collaboration in various fields, close cooperation in policing, in the courts and in military matters was considered a priority, given that 94% of Portuguese interviewees and 92.8% of Spanish interviewees were of this opinion.(ANSAmed).



http://www.ansamed.info/en/top/ME11.XAM20213.html

12 de junho de 2010 às 21:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caturo, acerca de Olivença, encontrei este tópico num forum espanhol: http://www.nuevahispania.org/viewtopic.php?f=101&t=4186&p=72995&hilit=portugal&sid=39515384c57bbcb8f819cd8602314fbb#p72995

Ora, neste tópico, um certo espanhol de nick "Furia Española" apresenta alguns argumentos interessantes para legitimar o domínio espanhol sobre Olivença, vejamos:

«Sobre estas tierras siempre ha habido reclamación española. Ya en el Tratado de Badajoz de 1267 se estipulaba que las tierras a este lado del Guadiana correspondían al reino de León y Castilla. Pero Portugal tenía apetencias de enclaves "alem-Guadiana" para contrarrestar y amenazar las fortificaciones españolas. En el caso de Olivenza, junto con Campo Mayor y Elvas, formaba parte del conjunto ofensivo contra Badajoz.

A lo largo del tiempo Olivenza cambió varias veces de manos. Y, durante la Guerra de Restauración, Olivenza permanece fiel a España, de la que no quiere separarse (lo mismo que pasó con Ceuta), pero en el caso oliventino, un sirviente traidor avisa al Gobernador de los planes de los ciudadanos oliventinos que iban a dar un golpe de mano para salirse del yugo portugués. El Gobernador manda avisar en secreto a tropas de otras ciudades, que llegan a Olivenza y se dedican a ir casa por casa de los conjurados degollándolos y haciéndose, mediante el terror, de la ciudad.»

E eu pergunto, de que maneira podemos nós argumentar contra isto?


Para além disto ainda há uma bota mais difícil de descalçar, veja-se:

«"¿Y ya está todo? Pues no, no está todo. Durante la Guerra de las Naranjas los portugueses de Brasil atacan y conquistan los territorios españoles de Misiones en América (el actual Uruguay) y estos ataques y conquistas continúan aún después de firmada la paz y enterados los portugueses de aquellas latitudes. España reclama la devolución de aquellos territorios y Portugal se dedica a silbar "El Puente sobre el río Kway". http://www.dip-badajoz.es/publicaciones ... 3_2001.pdf

(...)

Finalmente llega el Congreso de Viena y portugueses y españoles se obligan a "realizar sus mejores esfuerzos" para la retrocesión de Olivenza, cosa que España hizo (incluso se redactaron los acuerdos en varias ocasiones), pero Portugal se negaba a devolver lo que había usurpado en América (que era bastante más que los pocos kilómetros de Olivenza), y como al final se independizó Brasil... pues se acabaron las negociaciones.»

Como se vê o espanhol toca num ponto crucial pois de facto nós durante a Guerra das Laranjas perdemos Olivença mas no entanto conquistámos as Missões Orientais lá na América do Sul e nunca as devolvemos. Então, a teu ver como poderíamos nós contornar isto de modo a termos o direito de reclamar Olivença mesmo tendo nós conquistado também território pertencente a Espanha sem que o tenhamos devolvido?

19 de novembro de 2010 às 23:17:00 WET  
Blogger Caturo said...

«E eu pergunto, de que maneira podemos nós argumentar contra isto?»

De uma forma muito simples: essa é a versão dos Espanhóis, que dá por adquirido que a população de Olivença não queria ser portuguesa. Ora ele próprio diz que a vila tinha mudado de posse inúmeras vezes. Com que autoridade é que pode invocar a alegada vontade da população, se em primeiro lugar o sítio pertencia aos Portugueses?

Há gente que ainda não percebeu que aquilo ali é uma questão de território, não de população.

19 de novembro de 2010 às 23:35:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Como se vê o espanhol toca num ponto crucial pois de facto nós durante a Guerra das Laranjas perdemos Olivença mas no entanto conquistámos as Missões Orientais lá na América do Sul e nunca as devolvemos. Então, a teu ver como poderíamos nós contornar isto de modo a termos o direito de reclamar Olivença mesmo tendo nós conquistado também território pertencente a Espanha sem que o tenhamos devolvido?»

É simples: já não temos nas mãos o caso da América do Sul, pelo que aí ninguém nos pode responsabilizar por coisa nenhuma. Mas a Espanha AINDA tem em seu poder Olivença.

19 de novembro de 2010 às 23:37:00 WET  

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