LÍDER NACIONALISTA RACIAL SUL-AFRICANO EUGENE TERRE'BLANCHE

Agradecimentos ao camarada que aqui trouxe esta notícia:
O homicídio deste fundador do Movimento de Resistência Afrikaner (AWB) aparentemente devido a questões particulares e de relação laboral está a provocar uma onda de revolta que pode rapidamente agravar a periclitante situação social sul-africana.
O Presidente deste país africano e líder do ANC partido maioritário já condenou o homicídio e apelou aos seus cidadãos para manterem a calma e não responderem a provocações.
"É neste contexto que a morte de Terre'Blanche deve ser condenada, independentemente da forma como os seus assassinos pensem que teriam alguma justificação. Não tinham o direito de lhe tirar a vida", pode ler-se no comunicado distribuído pela presidência sul-africana.
"O Presidente apela à calma após este terrível acontecimento e pede aos sul-africanos que não permitam que agentes provocadores tirem proveito da situação para incitar a ou alimentar o ódio racial", continua o comunicado.
Neste domingo de Páscoa, umas dezenas de partidários do antigo campeão da supremacia branca convergem para a exploração agrícola de Terre´Blanche levando consigo as antigas bandeiras de quatro cores da República Bóer. Não entraram na fazenda porque a polícia bloqueou a entrada.
Mas o ambiente geral é de ódio acirrado e de animosidade que as últimas duas décadas de regime multiracial e multipartidário ainda não apagaram.
O ambiente que se vive na África do Sul não é muito estável. A violência nas explorações agrícolas é grande. 1250 pessoas foram mortas entre 1997 e 2007 nestas terras isoladas em que ainda é comum o proprietário viver na habitação principal enquanto os operários agrícolas vivem em barracas sem electricidade.

"Nós não somos racistas. Pensamos simplesmente que cada um deve ficar com os da sua raça", explica o comandante da AWB Pieter Steyn.

O paramilitar está rodeado de antigos boers, fazendeiros descendentes de antigos colonos holandeses, e huguenotes, que ostensivamente são portadores de armas.
A situação promete ser explosiva numa altura em que uma recente polémica veio incendiar ainda mais as ténues relações entre a comunidade negra e branca da África do Sul. A Liga da Juventude, organização para a Juventude do ANC liderada por Julius Malema, editou recentemente uma antiga canção entoada nos tempos da luta contra o Apartheid cujo refrão apela à "morte dos boers". A justiça sul-africana apressou-se a ilegalizar esta canção criticada por várias associações por incitar a violência racial.

O movimento, criado por Terre´Blanche para lutar contra o regime que apelidava de liberal de do primeiro-ministro John Vorster, encarado no resto do mundo como um nacionalista de extrema-direita, aliado do rodesiano Ian Smith e do português Oliveira Salazar, reúne-se no próximo dia 1 de Maio para decidir o seu futuro.
Nessa reunião magna decidirá a resposta a dar ao assassinato do seu líder carismático. "Decidiremos as acções a tomar para vingar a morte do Sr. Terre´Blanche (...) na nossa conferência" declarou o secretário-geral do movimento, André Visagie citado pela AFP.
"Ele foi morto a golpes de catana e de canos de água. Ele foi espancado até à morte" sublinhou acrescentando que "esta brutalidade suscitou a cólera de inúmeros membros do AWB que exigiram uma acção violenta imediata".
"Contrariamente ao que desejam muitos dos nossos membros, nós pedimos-lhes que mantenham a calma nos momentos presentes", apela Visagie.

Extrema-direita aconselha participantes no Mundial 2010 a não viajarem para a África do Sul
A três meses do início do Mundial de 2010 que se realiza na África do Sul, o grupo da extrema-direita sul-africana aconselhou os países participantes a não enviarem as suas selecções para "uma terra de assassinos", depois do seu líder ter sido morto por trabalhadores negros.
Andre Visagie afirmou que a morte de Eugene Terreblanche "é uma declaração de guerra" dos negros contra os brancos na África do Sul.
"Vamos avisar essas nações (presentes no Mundial2010): "estão a mandar as vossas selecções para uma terra de assassínios. Não o façam se não tiverem protecção suficiente para elas", disse Visagie.
O Mundial2010 disputa-se de 11 de Junho a 11 de Julho, com Portugal a disputar o Grupo G, juntamente com o Brasil, a Costa do Marfim e a Coreia do Norte.

Eugéne Terre´Blanche tinha 69 anos de idade e consagrou a sua vida à luta pela supremacia branca.
Muito crítico em relação ao regime do Apartheid que acusava de fazer muitas concessões aos negros, fundou em 1973 o Movimento de Resistência Afrikaner (AWB), que se tornou conhecido pelos seus desfiles a cavalo com os participantes devidamente fardados e pela sua insígnia inspirada na cruz suástica nazi. Nos inícios da década de 90 estes desfiles a cavalo facilmente reuniam milhares de participantes.
Feroz opositor da democracia parlamentar quando a África do Sul começou a derivar para esse tipo de regime promoveu ataques bombistas antes de ser progressivamente marginalizado.
Passou pelas prisões sul-africanas ao ser condenado pela justiça local em 2001 acusado de tentativa de assassinar um agente de segurança negro. Foi libertado em 2004 por bom comportamento caindo então num relativo esquecimento. Poucas foram a partir de então as suas aparições públicas.
À medida que o regime democrático e pluriracial se sedimentavam, Terre´Blanche e o seu movimento optaram por adoptar um perfil discreto.
Mesmo assim a sua personalidade é suficientemente simbólica para que o seu assassínio possa ser utilizado por extremistas num ambiente social cada vez mais tenso quando cada vez mais se adensam as desigualdades entre os rendimentos com claro prejuízo dos negros.
Quarenta por cento dos 48 milhões de sul-africanos ainda vivem com menos de dois dólares (cerca de um euro e meio) por dia.

Com todos os defeitos que tivesse, nomeadamente o da postura anti-democrática, além de alguma beatice, e de, contraditoriamente, manter empregados negros - o que viola o princípio da separação racial - Terre'Blanche merece da parte dos brancos europeus de todo o mundo ser recordado por ter defendido a sua gente num país cercado de gente doutra raça por todos os lados.

Importante é agora ouvir com atenção o alarme da extrema-direita branca sul-africana - porque, de facto, num país de assassinos racistas cheios de ódio contra os Europeus, todo o cuidado é pouco.