PARTIDO FRANCÊS EXTREMO-ESQUERDISTA, ANTI-RELIGIOSO, FEMINISTA... VAI TER CANDIDATA MUÇULMANA DE VÉU

Corre célere a polémica em França devido à inclusão de uma muçulmana que usa véu na lista para as eleições regionais do NPA (Novo Partido Anti-capitalista), partido de extrema-esquerda que, além de anti-capitalista, e anti-racista como é da praxe, é também anti-religioso e feminista...

Ou seja - como de costume, o que realmente interessa é a parte do «anti-racista» e o resto sacrifica-se bem, varrendo-se as incoerências para debaixo do tapete... Porque o grande ideal desta gente, que, pretendendo-se anti-sistema, mais não é na realidade do que a guarda avançada deste mesmo sistema, o grande ideal de semelhante tropa de choque ideológica é realmente o mundo sem fronteiras, mergulhado no «amor ao outro», leia-se, grande lama da diluição universal.

A muçulmana, Ilhem Moussaid, de vinte e dois anos de idade, é nada menos do que o número quatro na lista desta formação política para Vaucluse. Embora dizendo-se feminista, e anti-capitalista, e internacional (como se este último aspecto fosse anti-islâmico...), lamenta a directiva anti-religiosa do seu próprio partido...

Chovem críticas tanto de fora, mas também de dentro do partido. À Esquerda, há quem lhes lembre o que dizia Marx, segundo o qual «a religião é o ópio do povo» - mas, dentro do NPA, só uma pequena minoria pensa assim, pelo que abandonou a campanha, em nome não apenas da laicidade, que manda relegar a religiosidade para o campo do privado, mas também em nome do Feminismo, considerando que o véu é um símbolo da opressão das mulheres.

A organização feminista «Nem Putas Nem Submissas» considera entretanto a possibilidade de lançar uma queixa contra o partido, acusando-o de distorcer os valores republicanos de estrita separação entre Estado e Igreja; a direcção geral do NPA, por seu turno, dá uma no cravo outra na ferradura, afirmando que a decisão de eleger a muçulmana de véu «não deve ser vista como a posição nacional do NPA» mas apenas da liderança de Vaucluse em particular, embora diga também que a comoção criada em torno do caso é culpa dos média «pouco objectivos».