ASSALTANTES NEGROS APONTA ARMA DE FOGO A CRIANÇAS

"Tremia por todos os lados e até deixou cair a bolsa do dinheiro. Mas com uma caçadeira nas mãos não havia forma de o enfrentar”, lamenta ao CM uma das vítimas do gang que no domingo à noite assaltou um café e uma farmácia – esta propriedade do presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro – no centro de Cascais, a menos de 500 metros do grande aparato policial que estava mobilizado para a Cimeira Ibero-Americana.
De acordo com Diogo Gonçalves, um dos clientes que estava no café Galeão II na altura do assalto, “cerca das 20h45, entrou um sujeito negro, com gorro e uma caçadeira. Percebi logo que era um assalto e a primeira coisa que fiz foi proteger a minha filha de dois anos”, conta a vítima. Ao lado estava uma amiga com uma bebé de oito meses, que reagiu de forma semelhante.
O assaltante apontou a arma aos seis clientes e à funcionária do estabelecimento, exigindo os telemóveis e o dinheiro que estava na caixa registadora. “Dava para ver que ele era muito novo, devia ser o primeiro assalto que fazia, pois estava muito nervoso”, recorda Diogo Gonçalves. “Guardou tudo numa bolsa, mas antes de sair deixou-a cair, tal era o nervosismo dele. Mas voltou a pegar nela e saiu”, acrescenta a vítima.
Foi nessa altura que as vítimas se aperceberam de que no lado contrário da rua, outros dois homens – “também jovens, negros, encapuzados e armados” – saíam a correr do interior da farmácia Fontainhas. “Assaltaram os dois estabelecimentos em simultâneo. Depois entraram num carro, onde um cúmplice os esperava e fugiram.”

APARATO POLICIAL
À hora do assalto, dezenas de polícias tratavam, a cerca de 500 metros, da segurança da Cimeira Ibero-Americana.

15 PESSOAS AMEAÇADAS
Entre o bar e a farmácia, 15 pessoas tiveram armas apontadas.

PRESIDENTE DA ANF ROUBADO
Enquanto um jovem ladrão assaltava o café Galeão II, na rua do Alvide, outros dois obrigavam clientes e funcionários da farmácia Fontainhas, cujo proprietário e director técnico é o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, a deitarem--se no chão sob ameaça de morte de duas caçadeiras. Não se verificaram feridos, mas os momentos de terror que os quatro clientes e dois funcionários da farmácia viveram só terminaram quando a dupla de assaltantes se pôs em fuga.
Contactado pelo CM, João Cordeiro admitiu ontem que "os funcionários ficaram muito desestabilizados, pois tiveram a vida em risco. Não é agradável ter duas armas apontadas ao nariz."
O responsável pela farmácia referiu ainda ao CM que "os funcionários já têm ordens para evitar riscos e não resistir", pelo que obedeceram às exigências dos assaltantes. O montante do roubo ainda não foi apurado.

Enfim, não admira que as elites façam regularmente a sua troçazita snobe do sentimento de insegurança do «povinho» - porque, para eles, estas coisas só acontecem mesmo aos «outros», nomeadamente às outras classes sociais, menos protegidas...