quarta-feira, outubro 14, 2009

GEMISTOS PLETO - RESISTENTE SECRETO DA PAGANIDADE

Georgius Gemistos (ou Plethon, Pletho), em Grego Γεώργιος Πλήθων Γεμιστός (Mistra 1355 - Peloponeso 1452) foi um filósofo e erudito grego neoplatónico, um dos pioneiros na restauração da aprendizagem dos mestres gregos no início da Renascença na Europa Ocidental. Plethon participou no Concílio de Ferrara e posteriormente instalou-se em Florença, onde iniciou as suas lições de filosofia platónica, que impulsionaram a criação da Academia Florentina por Cosme I de Médices (1459). O seu platonismo, no qual se mesclam elementos neoplatónicos, neopitagóricos e aristotélicos, configura-se como um emanatismo em que a alma é uma emanação das ideias, que por sua vez emanam do Uno, ou de Deus. Isto era o que sabia, em todo o mundo intelectual europeu, enquanto o sábio era vivo. O que não se sabia é que, secretamente, Gemistos era pagão e fazia secretamente a apologia da religião helénica junto dos seus alunos. E que, na escola que fundou no Peloponeso, ensinava o politeísmo, havendo alunos seus que rezavam a estátuas de Deuses pagãos.
Efectivamente, o mestre, um dos mais influentes intelectuais da Renascença italiana, que foi consultado pelo imperador João VIII de Bizâncio a respeito da questão da unificação das igrejas oriental e ocidental e considerado por Marsílio Ficino como «um segundo Platão», era, em segredo, um politeísta convicto. As suas duas obras conhecidas durante o seu tempo de vida foram um discurso sobre o Peloponeso e «De Diferentiis». O primeiro é composto de uma série de panfletos a rejeitar o ideal justiniano de império universal e a incitar o imperador bizantino Manuel II a restaurar a glória helénica do Peloponeso, que seria, segundo Gemistos, habitado por descendentes directos dos antigos Helenos, apelando à instituição, nessa terra helenicamente restaurada, de um exército profissional composto apenas e exclusivamente por gregos, ao controlo estatal da economia, à centralização do poder o qual seria aconselhado por um grupo de homens letrados de classe média, à utilização comedida da moeda, à primazia do consumo dos produtos locais sobre as importações, à abolição da mutilação como castigo, entre outras linhas de acção. O segundo consiste numa comparação entre as concepções filosóficas de Deus no pensamento de Platão e no de Aristóteles, criticando este último por discutir assuntos menores e por não reconhecer o papel de Deus na criação do Universo. E, de caminho, acusando os monges de preguiça, por estes colocarem, tal como Aristóteles, a contemplação acima de tudo, o que aproxima do Epicurismo a sua filosofia de vida, pois que Epicuro também pregou o primado do prazer. Mais tarde, em resposta à «Defesa de Aristóteles», de autoria de Gennadius, Gemistos argumentou, na sua «Resposta», que o Deus de Platão era mais consistente com a doutrina cristã do que o de Aristóteles; segundo a observação actual (1998) de Darien DeBolt, Gemistos estava talvez a tentar escapar a qualquer suspeita de heterodoxia, ou seja, de desvio relativamente à ortodoxia (de orthos (bom, correcto, verdadeiro) + doxa (opinião) - «opinião correcta») ou única doutrina aceite. Depois do seu óbito, o seu manuscrito «Nómon Singrafi» ou «Nómoi» («Livro de Leis») foi descoberto. Tinha sido compilado ao longo da vida do filósofo e tornou-se famoso como o mais herético dos seus trabalhos por expor as suas crenças pagãs e esotéricas. Veio a pertencer à princesa Teodora, esposa de Demetrios, déspota de Morea. Teodora enviou o texto a Scolarius, ou Gennadius II, patriarca de Constantinopla, a pedir o seu conselho sobre o que fazer com o livro. O patriarca recomendou-lhe que o destruísse. Entretanto, a princesa, em fuga de Morea, que estava a ser invadida pelo sultão Mehmet II, fugiu para Constantinopla, onde entregou o manuscrito a Gennadius, que por sua vez, relutante em destruir a única cópia existente do trabalho de um tão distinto mestre, tratou primeiro de resumir o seu conteúdo numa carta que enviou ao exarca Josefo, e só depois disso, em 1640, entregou o original às chamas da purificação cristã.
O teor da obra parece uma fusão da filosofia estóica com o misticismo zoroástrico, e discute Astrologia, demónios e migração da alma. Recomenda além disso rituais e hinos aos Deuses clássicos, sobretudo Zeus, Deuses estes que segundo Gemistos são princípios universais e potências planetárias. O homem deve, como parente que é dos Deuses, lutar em direcção ao Bem. O Universo não teria nem fim nem princípio, e, tendo sido criado perfeito, nada se lhe pode adicionar. Rejeitou o conceito de um breve reinado do mal seguido de felicidade eterna e afirmou que a alma humana reincarna, dirigida pelos Deuses em corpos sucessivos para cumprir a ordem divina. Esta mesma ordem divina governa a organização das abelhas, a capacidade de prever das formigas e a destreza das aranhas, bem como o crescimento das plantas, a atracção magnética e a amálgama do mercúrio e do ouro. Gemistos planeia no «Nómoi» a mudança radical da estrutura e da Filosofia do Império Bizantino de modo a cingi-lo à sua, do autor, interpretação do Platonismo. A nova religião de Estado seria fundada no panteão hierárquico dos Deuses pagãos, e largamente baseado no humanismo então dominante no campo da intelectualidade, incorporando o Racionalismo e a Lógica.
Paralela e avulsamente, queria também que as igrejas cristãs do oriente e do ocidente se unissem, para fazerem frente aos Turcos, e que se edificasse um vasto muro ao longo do istmo de Corinto, de modo a proteger o país contra invasões. Defendia ainda, entre outras coisas, a posse partilhada da terra (em vez da posse individual da mesma), e que os trabalhadores deveriam ficar com um terço da sua produção. E que o amor devia ser privado, não por ser vergonhoso, mas por ser sagrado.
Sobreviveu também um resumo que Plethon fez de Nómoi, que intitulou «Sumário das Doutrinas de Zoroastro e de Platão», um dos manuscritos salvos pelo seu aluno Bessarion.
Aqui, Gemistos reafirma a existência de um panteão de Deuses, com Zeus à cabeça como soberano supremo, contendo em Si todo o ser em estado uno; o Seu filho mais velho, sem mãe, é Poseidon, que criou os céus e tudo o que está por baixo do céu, ordenando o universo. Os outros filhos de Zeus incluem os Deuses «supercelestiais», os Olímpicos e os Tartáreos, todos sem mãe. Destes, Hera é a terceira em comando depois de Poseidon, criadora e governadora da matéria indestrutível, e mãe, emprenhada por Zeus, dos Deuses celestiais, semi-deuses e espíritos. Os Olimpianos regem a vida imortal nos céus, os Tartáreos a vida mortal, reinando o seu líder, Cronos, sobre toda a mortalidade. O mais velho destes Deuses celestiais é Hélios (Sol), mestre dos céus e fonte da vida mortal na terra. Os Deuses são responsáveis por muito do bem que existe e por nenhum mal, e guiam a totalidade da vida de acordo com a ordem divina. A criação do universo foi perfeita e fora do tempo, pelo que o Universo continua a ser eterno. A alma humana, tal como os Deuses, é imortal e essencialmente boa, e reincarna em sucessivos corpos mortais ao longo da eternidade em direcção aos Deuses.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=6BjF5XQ4TAo

Ahah alguém que se atreve a ver e gozar com a "realidade" Obama.

" Obama To Enter Diplomatic Talks With Raging Wildfire"

14 de outubro de 2009 às 22:54:00 WEST  
Blogger Unknown said...

ESSA ESTÁTUA DE HERA É FABULOSA CENSURADOR..!!

15 de outubro de 2009 às 09:10:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

o nepentes tinha razão.
isto é fabuloso!...

http://www.youtube.com/watch?v=7kcErNWtw1o


tem uma atmosfera estilo 2001 odisseia no espaço a la kubrick.
tens optimo gosto camarada.

15 de outubro de 2009 às 14:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

aqui esta ele.visteis este filme?


http://www.youtube.com/watch?v=uU4TQ1NTo50

15 de outubro de 2009 às 15:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1391750

O que vale é que a imigração e a esqueda nos ajudam.

15 de outubro de 2009 às 16:33:00 WEST  
Anonymous Preto que já comeu uma branca said...

E quatro dias depois das eleições continua toda a gente á espera do postal do caturo sobre os resultados. Estás a demorar tanto porquê? quantas páginas vai ter o postal sobre os resultados. Com esta demora toda devem ser quatro ou cinco paginas de análise eleitoral. E no site do PNR tambem devem estar a preparar um comunicado com quatro ou cinco páginas e por isso é que estão a demorar tanto a dizer alguma coisa sobre as eleições. Nem no blogue de candidatura por lisboa se encontra nenhuma reação do pnr.
O suspense está-me a matar
Se calhar se fosse tu o candidato por lisboa o pnr não tinha baixado alguns quarenta por cento de votação. Com o teu aspecto punhas os goticos todos a votar pnr e sempre há-de haver mais de novecentos goticos em lisboa.
Agora o JPC não arranja votos nenhuns. O pnr é um partido que pesca os seus votos no campo dos metaleiros, skins, seguranças noturnos, membros de claques de bola e afins. Portanto o candidato tem que ser alguem com uma aparencia que agrade a esses submundos de que o pnr está mais proximo. Um beto engravatado como o JPC não atrai a escumalha que constitui a base eleitoral do pnr.
Têm que arranjar um candidato mais marado, mas que não ande sempre a entrar e a saír da prisa.
Se calhar até o mário marado tinha conseguido melhor resultado se fosse ele o cabeça de lista por lisboa do pnr.

15 de outubro de 2009 às 18:05:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«E quatro dias depois das eleições continua toda a gente á espera do postal do caturo sobre os resultados.»

Por acaso já se discutiu bastamente sobre isso nas caixas de comentários. Claro que quando se deixou claro que o PNR, embora tenha descido desde 2007, pelo menos subiu desde 2005, não apareceu ninguém a comentar, muito menos negróides que se gabam de ter deglutinado mulheres caucasóides (enfim, o canibalismo está-lhes no sangue...) e quejandas merdas antifas, daquelas que, na estupidez que a raiva lhes infunde, nem sequer reparam que ao insultarem «minorias» sócio-culturais estão na verdade a mostrar o esterco incoerente de que são feitos, porquanto passam a vida a defender «as minorias» e a gritar pelo «direito à diferença!» Afinal o direito que querem é só o de serem blocos de esterco apátridas e impingirem a sua merdice congénita aos outros.

15 de outubro de 2009 às 18:22:00 WEST  
Blogger Caturo said...

De resto, antes pescar os votos em metaleiros, skins, seguranças noturnos, membros de claques de bola e afins, do que em imigras, bloquistas, chungosos e toxicodependentes. Pelo menos os primeiros tomam banho.

15 de outubro de 2009 às 18:24:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caturo, tens que marcar aí um café com a malta!

15 de outubro de 2009 às 18:50:00 WEST  

Enviar um comentário

<< Home