quarta-feira, outubro 14, 2009

PALESTRA NO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA SOBRE «ORIGENS LUSO-CELTAS» DO FADO


A Voz da Lusitânia através do antropólogo Ivo Rato, membro da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, professor de cultura Celta, juntamente com o Museu Nacional de Arqueologia, tem a honra de anunciar ao mundo académico, aos medias e a todos aqueles interessados seriamente na cultura do nosso povo, que vai ser revelada a história e o segredo do ritual tripartido Fado / Fandango / Faena.
As Ninfas do Tejo, preparam-se para ouvir o segredo do Fado.

'Janela dos Jerónimos serão cantadas as origens da nossa canção.
Iluminado pela bela fonte luminosa que se encontra perto deste majestoso monumento"jóia do estilo Manuelino" iremos dar luz ao pensamento que criou a mãe de todas as canções e agradecer aos nossos antepassados esta herança fabulosa.

Um Evento que vai desafiar o mundo académico
Através da interpretação da iconografia do Caldeirão de Gundestrup, será apresentada a tese que o simbolismo do ritual tripartido de origem Celta, Fado / Fandango/ Faena, assim como a construção desta peça fabulosa, jóia da ourivesaria Celta, teve a sua origem na antiga Lusitânia. No auditório do Museu, será apresentado um evento dividido em duas partes.

1a parte - Introdução e explicação do estudo antropológico do ritual tripartido.
2a parte - Momento lúdico

Fado Emília a Voz da Lusitânia, cantado fados inéditos assim corno outros fadistas convidados. Fandango- Interpretado por Fandanguistas do Ribatejo

Faena - Será substituida pela dança se salão, Passo Doble."tradução da emoções das touradas para as pistas de dança". Para manter mitologia foram escolhidos dançarinos da Associação dos Alunos do Apolo. Apoio um símbolo solar, está assim em conformidade com o simbolismo do trajo de luzes envergado pelos toureiros a pé ( matadores de toiros)
Da pré-história às tascas de Lisboa, com apontamentos dos Lusíadas.
Fados que Camões cantou com voz rouca.
Segundo o mesmo pensamento da deusa do Fado, Amália Rodrigues, iremos provar que o deus da poesia em Portugal era fadista.
O Festival dos 3Fs, será um musical que levará cultura Luso/Celta às praças de toiros e aos sete cantos do mundo.

Contacto Ivo Rato tel- 925073532 Palácio da Independência
Largo de São Domingos n 11 150 Lisboa

Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império 1400 Santa Maria de Belém -Lisboa Tel 213620000

22 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A teoria da raiz celta do fado já tinha sido anunciada por pelo menos mais 2 estudiosos baseados em semelhanças com os outros cantares, até há um excerto de uma tese universitária sobre isso.

14 de outubro de 2009 às 15:41:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Tens mais dados sobre isso?

14 de outubro de 2009 às 15:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Já li o excerto da tese em que são encontradas semelhanças entre vários cantares celtas desde os primórdios, e o artigo relaciona isso mesmo... vou ver se encontro e coloco aqui, ou passo através do scanner.


“O fado tem origem celta, é uma herança histórica celta-gaélica trazida para a Península Ibérica por esses povos a que pertenciam os Lusitanos e que mais tarde foi-se cimentando na cultura portuguesa que o levaram através do mundo, sobretudo para o Brasil”, garante Ivo Rato, de 59 anos, há 22 radicado em Melbourne (Austrália) e actualmente a residir em Lisboa, onde lecciona Cultura Céltica, mas com ligações afectivas e familiares à Guarda.


Fonte:
http://www.portaldofado.net/index.ph...=440&Itemid=67

14 de outubro de 2009 às 16:13:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Óptimo, cá fico à espera.

14 de outubro de 2009 às 16:22:00 WEST  
Blogger Thor said...

sendo assim, o fado deveria existir na Irlanda, Escócia, Gales, etc...ou não???

14 de outubro de 2009 às 16:38:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"“O fado tem origem celta, é uma herança histórica celta-gaélica trazida para a Península Ibérica por esses povos a que pertenciam os Lusitanos e que mais tarde foi-se cimentando na cultura portuguesa que o levaram através do mundo, sobretudo para o Brasil”, "


acho dificil ter sido levada para aqui por povos antigos quando o fado é algo relativamente recente.

14 de outubro de 2009 às 17:07:00 WEST  
Blogger Thor said...

também acho isso...

14 de outubro de 2009 às 17:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"acho dificil ter sido levada para aqui por povos antigos quando o fado é algo relativamente recente."

O fado é, mas as suas origens não um são.

Um grande exemplo é a música para guitarra de Carlos Paredes: tem muitos traços magrebinos, mas niguém em toda a Europa nega a influência celta em inúmeras composições do génio.

14 de outubro de 2009 às 18:16:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não quero aqui desmontar uma teoria que parece ter fundamento, mas na minha opinião o Fado é um dos poucos géneros musicais portugueses que não tem origem Celta. Os restantes terão quase todos, nem que sejam resquícios.

Se virmos bem os pilares elementares do Fado, voz e guitarra portuguesa, nenhum deles tem grande sonoridade Celta. O cantar é meio desgarrado (a lembrar alguns cantares mediterrânicos) e a guitarra tem dedilhados que soam meio arabescos.

Já li várias versões: desde ser uma espécie de blues português, iniciado portanto por escravos negros em território nacional (o que me parece um pouco "a martelo" visto que os escravos negros difícilmente teriam acesso fácil ao instrumento e nada no cantar o atira para a influência negra); também já foi referida a possível influência brasileira; idem com a influência moura (daí muita gente dizer que o Fado nasceu no Bairro da Mouraria); e, por fim, também já tinha lido essa relação do Fado ser Celta (poderá haver uma certa ligação na espiritualidade do Fado, mas é mesmo muito muito escassa).

Enfim, é mais uma teoria a juntar ao debate. Seja como for, hoje, com toda a certeza, podemos dizer que qualquer música escolhida ao acaso nas nossas raízes tradicionais tem mais de Celta do que qualquer Fado.

14 de outubro de 2009 às 18:16:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não sei bem porquê, mas há muito boa gente (por exemplo, o grande fadista Carlos do Carmo) que gosta de ligar as origens do Fado à musicalidade de Cabo Verde. Pessoalmente, duvido. Para mim, o Fado tem muito pouco de "indolência" africana... tem muito mais a ver com a "malandrice irrequieta" dos verdadeiros alfacinhas.

14 de outubro de 2009 às 22:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Para mim, o Fado tem muito pouco de "indolência" africana... tem muito mais a ver com a "malandrice irrequieta" dos verdadeiros alfacinhas.

Talvez atestando as raízes africanas do Fado, a verdade é que Salazar pensava exactamente o contrário:

«... fado has a softening influence on the Portuguese character that sapped all energy from the soul and led to inertia.»

15 de outubro de 2009 às 11:08:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Para mim, o Fado tem muito pouco de "indolência" africana... tem muito mais a ver com a "malandrice irrequieta" dos verdadeiros alfacinhas.»

Para mim, o Fado não lembra nada seja o que for de africano, mas sim um espírito épico-trágico e sóbrio, um pouco como aquele que exala das obras de Miguel Torga, em que o sofrimento não suscita pieguice mas sim uma certa conformação estóica e serena.

15 de outubro de 2009 às 11:31:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Fado? Raízes africanas? Não me parece NADA. Não tem nada a ver com o resto da música africana. Aliás, dá para ver que tanto em África como no Brasil a música não é melancólica, não tem o peso da dor do fado...
Certamento que não é a típica música celta, cheia de energia, mas daí a parecer africana vai muito.
Por falar em celtas, acho que os Cranberries vêm cá! :p

15 de outubro de 2009 às 11:33:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Para mim, o Fado não lembra nada seja o que for de africano, mas sim um espírito épico-trágico e sóbrio, um pouco como aquele que exala das obras de Miguel Torga, em que o sofrimento não suscita pieguice mas sim uma certa conformação estóica e serena."

Nesse aspecto sim, concordo totalmente.

Aliás o Fado, nessa perspectiva, tem muito da canção do interior de Portugal. É sabido que, em Portugal, o cancioneiro do litoral é muito mais vivo e desperto que o do interior. Veja-se por exemplo os timbres usados no Minho, baseados em melodias dançáveis e festivas, em contraste com os usados em zonas Transmontanas, onde o registo é muito mais sóbrio e grave, quase claustrofóbico. A "Saia da Carolina" nas mãos de um Minhoto fica bem diferente da versão pesada do interior.

Aparte disso, considero o Fado uma ilha no meio do folclore português, com poucos elos que o liguem ao nosso cancioneiro mais antigo.

15 de outubro de 2009 às 11:52:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Certamento que não é a típica música celta, cheia de energia, mas daí a parecer africana vai muito."

Vera, eu não disse que era Africana, nem que tinha origem Africana. Disse que há alguns musicólogos que defendem a origem do Fado como a canção em que os escravos negros cantavam as suas amarguras. Ou seja, uma espécie de blues, mas cá.

Da minha parte acho difícil pelas razões que já disse. Nem o cantar, nem o compasso, nem a própria estética atira o Fado para aí.

Quanto à música Celta ser "cheia de energia", bem, nem sempre Vera, nem sempre. Mas percebi o que disseste. Há uma vibração e um apelo à dança visível na música Celta.

:)

15 de outubro de 2009 às 12:26:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Certamento que não é a típica música celta, cheia de energia..."

Essa afirmação só poderá vir de alguém para quem a música Celta são os Crainberries, o Lord of the Dance, etc.

Se há música melancólica por natureza, essa é a música Celta. A tal música Celta "cheia de energia" é o resultado da apropriação anglo-saxónica da música Celta original, apropriação essa bem visível (audível) na chamada música Irlandesa e em certos temas musicais dos pioneiros do Oeste Americano...

15 de outubro de 2009 às 12:48:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Oiçam lá Tito Paris e Cesária Évora e vejam lá se o sentimento do fado também não anda por lá.

O que pode significar é que o fado é que é uma influência para a música cabo-verdiana.

15 de outubro de 2009 às 13:53:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Se há música melancólica por natureza, essa é a música Celta. A tal música Celta "cheia de energia" é o resultado da apropriação anglo-saxónica da música Celta original, apropriação essa bem visível (audível) na chamada música Irlandesa e em certos temas musicais dos pioneiros do Oeste Americano..."

Certo, mas, por exemplo, a música da Bretanha Francesa é bem dançável. E é Celta também. Creio que existem os dois lados, e esses dois lados são observáveis na Grã-Bretanha: temos a Maddy Prior, por exemplo, no que toca à música Celta melancólica, e temos os Dubliners no que toca à que invoca maior folia.
E há ainda outra influência forte na música dita "tradicional Irlandesa": a música barroca.

"Oiçam lá Tito Paris e Cesária Évora e vejam lá se o sentimento do fado também não anda por lá."

Sim, no sentimento anda. A dúvida é se foi exportado de cá para lá, ou de lá para cá.
De resto, a própria música Cabo Verdiana não é a que habitualmente consideramos Africana - essa vive muito das percussões. A Mayra Andrade disse isso numa entrevista recente: "A música de Cabo-Verde não é Africana, é mestiça".
Em Cabo Verde é frequentemente usado o acordeão que é um instrumento historicamente Europeu. Até o Cavaquinho, que é bem português, é usado por lá. Entre muitos outros.

15 de outubro de 2009 às 14:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"A música de Cabo-Verde não é Africana, é mestiça".

Tal como os cabo-verdianos não são africanos, mas sim mestiços. Aliás, apostava que o R1b é o haplogrupo maioritário neste arquipélago...

15 de outubro de 2009 às 15:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Vera, eu não disse que era Africana, nem que tinha origem Africana. Disse que há alguns musicólogos que defendem a origem do Fado como a canção em que os escravos negros cantavam as suas amarguras. Ou seja, uma espécie de blues, mas cá."

Percebido :p

"Da minha parte acho difícil pelas razões que já disse. Nem o cantar, nem o compasso, nem a própria estética atira o Fado para aí."

Exacto!

"Quanto à música Celta ser "cheia de energia", bem, nem sempre Vera, nem sempre. Mas percebi o que disseste. Há uma vibração e um apelo à dança visível na música Celta."

Sim, pelo menos na mais conhecida.

15 de outubro de 2009 às 15:54:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

""Certamento que não é a típica música celta, cheia de energia..."

Essa afirmação só poderá vir de alguém para quem a música Celta são os Crainberries, o Lord of the Dance, etc."

Não, não são os Cranberries. É a música típica e as danças tradicionais irlandesas, por exemplo.

15 de outubro de 2009 às 15:55:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Esse senhor (Ivo Rato) é um charlatão. Já tive o privilégio de o escutar em vários colóquios dedicados à temática celta, e tenho-vos a dizer que nenhum dos arqueólogos, filólogos e historiadores lá presentes, o levaram alguma vez a sério.

3 de fevereiro de 2011 às 10:59:00 WET  

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