SOBRE OS SINTOMAS DO SIDA CIVILIZACIONAL EM ESTADO TERMINAL
A camarada Sílvia Santos trouxe aqui uma notícia contendo declarações particularmente emblemáticas e paradigmáticas da mentalidade reinante nas elites ocidentais.
Na apresentação ao público em Londres duma maquete dum memorial à escravatura que será nesta cidade construído, uma das convidadas, Lady Kate Davson, descendente dum militante anti-escravatura, declarou que toda a agitação e conflituosidade social da população africana do país pode ser atribuída aos duzentos anos de escravatura e que pelo facto de a Inglaterra ter traficado escravos, «a população branca do Reino Unido tem de estar de joelhos para corrigir as coisas. A desculpa deve ser visível para mostrar que aceitamos ter infligido as mais horrendas feridas a uma grande quantidade de pessoas.»
O presidente da câmara, Boris Johnson, que diz ser descendente directo de escravos circassianos, afirma por seu turno que é «vital» nunca esquecer o papel que a Inglaterra desempenhou na escravatura.
A afirmação da senhora, reforçada pela opinião do senhor, é evidentemente escandalosa para quem quer que tenha algum sentido de justiça, pois que, pelo menos na cultura ocidental, está completamente fora de questão que o indivíduo deva considerar-se culpado por alegados crimes cometidos por qualquer dos seus antepassados. E basta este argumento para arrumar de vez a repulsiva, e por demais revoltante, arenga auto-culpabilizadora.
Mas ainda se continuasse a haver a pretensão de obrigar um dos «lados» étnico/raciais a pôr-se de joelhos, então salta à vista que seriam os negros, e os não europeus em geral, quem teria de permanecer eternamente de joelhos perante os Europeus, em sinal de agradecimento, pois que a ideia e o acto de abolir a escravatura são exclusivamente europeus. Foi graças aos Europeus, e só aos Europeus, que africanos e outros ficaram livres da escravatura. Acresce que os primeiros escravos negros adquiridos por Europeus, eram vendidos aos homens da Europa por outros negros, que os trocavam, aos escravos, por bens imensamente valiosos para as tribos africanas da época, tais como belos tecidos coloridos e brilhantes.
Na apresentação ao público em Londres duma maquete dum memorial à escravatura que será nesta cidade construído, uma das convidadas, Lady Kate Davson, descendente dum militante anti-escravatura, declarou que toda a agitação e conflituosidade social da população africana do país pode ser atribuída aos duzentos anos de escravatura e que pelo facto de a Inglaterra ter traficado escravos, «a população branca do Reino Unido tem de estar de joelhos para corrigir as coisas. A desculpa deve ser visível para mostrar que aceitamos ter infligido as mais horrendas feridas a uma grande quantidade de pessoas.»
O presidente da câmara, Boris Johnson, que diz ser descendente directo de escravos circassianos, afirma por seu turno que é «vital» nunca esquecer o papel que a Inglaterra desempenhou na escravatura.
A afirmação da senhora, reforçada pela opinião do senhor, é evidentemente escandalosa para quem quer que tenha algum sentido de justiça, pois que, pelo menos na cultura ocidental, está completamente fora de questão que o indivíduo deva considerar-se culpado por alegados crimes cometidos por qualquer dos seus antepassados. E basta este argumento para arrumar de vez a repulsiva, e por demais revoltante, arenga auto-culpabilizadora.
Mas ainda se continuasse a haver a pretensão de obrigar um dos «lados» étnico/raciais a pôr-se de joelhos, então salta à vista que seriam os negros, e os não europeus em geral, quem teria de permanecer eternamente de joelhos perante os Europeus, em sinal de agradecimento, pois que a ideia e o acto de abolir a escravatura são exclusivamente europeus. Foi graças aos Europeus, e só aos Europeus, que africanos e outros ficaram livres da escravatura. Acresce que os primeiros escravos negros adquiridos por Europeus, eram vendidos aos homens da Europa por outros negros, que os trocavam, aos escravos, por bens imensamente valiosos para as tribos africanas da época, tais como belos tecidos coloridos e brilhantes.
Não foram os Europeus que iniciaram a escravatura, mas foram certamente os Europeus que acabaram com ela, tanto quanto puderam, bem entendido, pois que em muitas partes de África e do mundo islâmico, esta antiga prática mantém-se bem viva... Os Árabes, entretanto, sempre a praticaram, e em alta escala, mas, como não pedem desculpas a ninguém, também não há ninguém a poder aproveitar a sua fraqueza para os obrigar a rebaixarem-se...
Esta lógica que aqui exponho é evidentemente imbatível e não parece verosímil que alguém a consiga negar.
A rejeição do que afirmo não pode pois passar pelo raciocínio lógico - mas pode fazer-se pela emotividade.
As afirmações das ladies Davson deste mundo não podem dever-se à simples ignorância. Aquilo que acima referi são simples factos conhecidos por quem quer que saiba um mínimo sobre o tema em questão, coisas que se aprendem na escola, e não é de crer que o afamado sistema de ensino britânico possa formar pessoas que não sabem dados históricos elementares.
Não é pois uma questão de cultura ou de intelecto, mas sim de emotividade, ou, mais precisamente, de sensibilidade.
Há diferentes sensibilidades consoante o critério ideológico da educação que as forma.
Uma sensibilidade formada por uma educação, uma mentalidade, um quadro de referências morais de determinada índole, fará com que o indivíduo se incline de antemão para certas opiniões, certas atitudes, certos gostos pessoais, que são um tanto ou quanto independentes da racionalidade.
Por conseguinte, quando toda uma civilização foi centralmente regida por uma doutrina que:
- considera o amor ao «outro» (o estranho, o alienígena) como um dever moral, ao ponto de mandar dar a outra face quando o «outro» nos agride,
- considera que é moralmente bom pensar que as diferenças entre os homens contam pouco perante o amor universal que os deve unir por cima de todas as fronteiras humanas (raças, nações, famílias),
- tem como centro de culto um homem perante o qual somos moralmente culpados, porque os nossos pecados o mataram, todos nós o matámos colectivamente, e que por isso lhe devemos obediência e é só por ele que nos podemos salvar,
- somos automaticamente culpados porque somos maus por natureza e por conseguinte só na sujeição ao salvador por nós martirizado é que nos poderemos redimir;
quem assim for educado desde o berço,
sentirá natural propensão para escolher certas ideias ou para se inclinar para determinados sentimentos perante o «outro»:
- o «outro» deve ser incondicionalmente amado, faça o que fizer, mesmo que nos agrida;
- o «outro» é no fundo pouco diferente de nós porque o que conta é que somos todos humanos e temos todos a mesma origem;
- o «outro» foi magoado por nós, fomos nós que lhe fizemos todo o mal que sofreu, ele agoniou/morreu porque nós o matámos, colectivamente, e por isso temos acrescida obrigação de aceitar que nos castigue, e só na rendição ao castigo que nos infligir é que nos podemos redimir moralmente.
Assim se explica porque é que no Ocidente actual tanto se difunde o ponto de vista de Lady Davson: porque actua no Ocidente o fermento cristão que há quase dois milénios começou a penetrar em solo europeu até que a partir do final do século IV passou a dominar o centro político e cultural da Europa, domínio este que durou até muito recentemente, embora tenha começado a soçobrar a partir do Renascimento; doravante, não mais deixou de perder terreno, e hoje recua formalmente em solo europeu a alta velocidade, mas o vírus (i)moral que disseminou entre os Europeus assumiu nova forma e ameaça agora a civilização ocidental a partir de dentro, como autêntica sida civilizacional - do mesmo modo que o vírus HIV destrói as defesas do organismo, tornando-o incapaz de resistir à mais pequena ameaça externa, também o mito incapacitante e culpabilizador paralisa os Europeus que se queiram defender, a si e à sua cultura, contra ameaças vindas de alienígenas.
Esta lógica que aqui exponho é evidentemente imbatível e não parece verosímil que alguém a consiga negar.
A rejeição do que afirmo não pode pois passar pelo raciocínio lógico - mas pode fazer-se pela emotividade.
As afirmações das ladies Davson deste mundo não podem dever-se à simples ignorância. Aquilo que acima referi são simples factos conhecidos por quem quer que saiba um mínimo sobre o tema em questão, coisas que se aprendem na escola, e não é de crer que o afamado sistema de ensino britânico possa formar pessoas que não sabem dados históricos elementares.
Não é pois uma questão de cultura ou de intelecto, mas sim de emotividade, ou, mais precisamente, de sensibilidade.
Há diferentes sensibilidades consoante o critério ideológico da educação que as forma.
Uma sensibilidade formada por uma educação, uma mentalidade, um quadro de referências morais de determinada índole, fará com que o indivíduo se incline de antemão para certas opiniões, certas atitudes, certos gostos pessoais, que são um tanto ou quanto independentes da racionalidade.
Por conseguinte, quando toda uma civilização foi centralmente regida por uma doutrina que:
- considera o amor ao «outro» (o estranho, o alienígena) como um dever moral, ao ponto de mandar dar a outra face quando o «outro» nos agride,
- considera que é moralmente bom pensar que as diferenças entre os homens contam pouco perante o amor universal que os deve unir por cima de todas as fronteiras humanas (raças, nações, famílias),
- tem como centro de culto um homem perante o qual somos moralmente culpados, porque os nossos pecados o mataram, todos nós o matámos colectivamente, e que por isso lhe devemos obediência e é só por ele que nos podemos salvar,
- somos automaticamente culpados porque somos maus por natureza e por conseguinte só na sujeição ao salvador por nós martirizado é que nos poderemos redimir;
quem assim for educado desde o berço,
sentirá natural propensão para escolher certas ideias ou para se inclinar para determinados sentimentos perante o «outro»:
- o «outro» deve ser incondicionalmente amado, faça o que fizer, mesmo que nos agrida;
- o «outro» é no fundo pouco diferente de nós porque o que conta é que somos todos humanos e temos todos a mesma origem;
- o «outro» foi magoado por nós, fomos nós que lhe fizemos todo o mal que sofreu, ele agoniou/morreu porque nós o matámos, colectivamente, e por isso temos acrescida obrigação de aceitar que nos castigue, e só na rendição ao castigo que nos infligir é que nos podemos redimir moralmente.
Assim se explica porque é que no Ocidente actual tanto se difunde o ponto de vista de Lady Davson: porque actua no Ocidente o fermento cristão que há quase dois milénios começou a penetrar em solo europeu até que a partir do final do século IV passou a dominar o centro político e cultural da Europa, domínio este que durou até muito recentemente, embora tenha começado a soçobrar a partir do Renascimento; doravante, não mais deixou de perder terreno, e hoje recua formalmente em solo europeu a alta velocidade, mas o vírus (i)moral que disseminou entre os Europeus assumiu nova forma e ameaça agora a civilização ocidental a partir de dentro, como autêntica sida civilizacional - do mesmo modo que o vírus HIV destrói as defesas do organismo, tornando-o incapaz de resistir à mais pequena ameaça externa, também o mito incapacitante e culpabilizador paralisa os Europeus que se queiram defender, a si e à sua cultura, contra ameaças vindas de alienígenas.
32 Comments:
Isto é um pouco, por exemplo, como quando tentam, ainda na actualidade, atirar para cima das populações brancas do Sul dos EUA responsabilidades pela escravatura. Acontece que o numero de pessoas que tinha escravos no Sul dos EUA, e disso beneficiava, era apenas uma muito reduzida percentagem do total de brancos...
Sempre que acham que podem pôr a pata em cima e fazer exigências, não poupam nem esforços nem histerias.
The term white trash originated in the Baltimore and Washington, DC area during the 1820s post-revolutionary war reconstruction boom. During that period, many poor people migrated to the area, and white and black semi-skilled workers were competing for the same jobs, resources and marriage partners. The term white trash first came into common use in the 1830s as a pejorative used by upper-class United States southerners of all races against poor whites. It was synonymous with the slurs sand hiller and clay eater. White trash were hyperbolically assumed to farm ineptly on poor land, and therefore resort to eating clay in order to survive.
In 1854 Harriet Beecher Stowe wrote the chapter "Poor White Trash" in her book A Key to Uncle Tom's Cabin. Stowe tells the reader that slavery not only produces "degraded, miserable slaves", but also poor whites who are even more degraded and miserable. The plantation system forced those whites to struggle for subsistence. Beyond economic factors, Stowe traces this class to the shortage of schools and churches in their community, and says that both blacks and whites in the area look down on these "poor white trash".Sociologist Max Weber described white trash as "[those] not owning slaves.
http://www.youtube.com/watch?v=saSmQdWyxpo
IDENTIDADE NACIONAL.
FORÇA AOS NOSSOS EMIGRANTES.ESTE É O MÊS DELES.
NUNCA ESQUECÊ-LOS!
http://www.youtube.com/watch?v=nZV3Gze7MI8
Outro bom vìdeo de cultura popular portuguesa espontãnea e muito sentida.A odisseia da Emigração Portuguesa e o reencontro com as raízes.
Sr. Caturo para quando um artigo seu sobre os nossos emigrantes?
Pense nisso.
Forte abraço.
Nelson Evora. Chupa Caturo.
http://www.youtube.com/watch?v=eBaDNRpAAik
Um vìdeo do Festival de Folclore que se realiza nesta linda terra que é a minha,Penedono.
Convidamo-lo a conhecer mais do nosso concelho visitando este site.
http://www.cm-penedono.pt/
Um abraço e que preservemos aquilo que é nosso,a nossa identidade nacional,tão bem representada nos cantares e danças tradicionais.
http://www.youtube.com/watch?v=TOWyUXbZ9oE
A Feira Aquilineana de Sernancelhe.
Continuamos a ser um dos povos mais bem vistos lá fora.
Ora vejam um clip em nossa defesa com uso da ironia.
http://www.youtube.com/watch?v=mrJ0_tKJtnk
Nelson Evora. Chupa Caturo.</i
Chupa-o tu, que o herói é teu... :)
Convidamo-lo a conhecer mais do nosso concelho visitando este site.
http://www.cm-penedono.pt/
Um abraço e que preservemos aquilo que é nosso,a nossa identidade nacional,tão bem representada nos cantares e danças tradicionais.
Sem dúvida. É esse o mais autêntico Portugal.
Saudações Nacionais e, já agora, beiroas :)
Saudações lusitanas da Suíça.
Veja este blog.
Sempre com Portugal na nossa alma onde quer que estejamos!
http://emigra.blogs.sapo.pt/4004.html
Saudações lusitanas, e continuem a dignificar a presença portuguesa na Suíça e noutros países europeus.
Esse pessoal sabe que a melhor arma que eles possuem contra os europeus e sua identidade é diminuir sua auto-estima os colocando como monstros.
Eles sabem o que fazem e utilizam muito bem da midia para fazer isso, esse sentimento de culpabilização européia é doentio, pois é masoquista, e ainda por cima por uma coisa que nem foram os atuais europeus fizeram.
Se formos pesar numa balança o que os europeus fizeram a humanidade deve muito mais aos europeus do que os europeus devem à humanidade.
E outro ponto, os europeus eram os receptadores do mercado escravo, mas tinham também aqueles que comerciavam e incentivavam o comércio de escravos que não eram europeus, e tinham aqueles que buscavam os escravos e os vendiam a esses comerciantes que também não eram europeus.
Toda a humanidade na antiguidade estimulou a escravidão, e foram apenas os europeus que acabaram com ela. Porque só os europeus tem que ser culpados por isso?
Sinto nojo desses hipócritas dessas viboras.
De um simpatizante latino americano, não europeu, não branco, e sim brasileiro mestiço.
Saudações.
Saudações a quem valoriza a justiça.
Mais um programa da TV francesa de 1983....só para se ver como a linguagem televisiva evoluiu no sentido do politicamente correcto desde então
http://www.youtube.com/watch?v=8yR_1563els&eurl=
Anónimo Quinta-feira, Agosto 21, 2008 4:11:00 PM,
Saudações de Portugal :)
E os povos europeos também não foram escravizados?
Na europa quando um povo perdia uma guerra era feito escravo
Na europa quando um povo perdia uma guerra era feito escravo
para a sida nao ha cura e para isto tambem nao.
mais depressa se descobre a cura para a sida do que os europeus acordar e começar a defender a sua identidade racial.
Os Europeus normais já reconhecem o problema, só que estão de mãos atadas pelas elites.
Por enquanto, claro.
Oh, lady, lady, estamos todos gelatinosos, e como é que é com os plebeus nativos???????????
grandes palavras a deste brasileiro mestiço que graças à sua inteligencia reconhece o valor dos europeus para a humanidade.
Qualquer pessoa minimamente inteligente sendo europeu ou nao, defenderia a preservaçao das etnias europeias e mesmo da etnia Japonesa para que o mundo continue a evoluir cientifica e tecnologicamente, entre outras coisas.
E claro, o facto de se defender a identidade racial dos europeus, não significa que iremos matar todos os mestiços, como alguns querem fazer crer com o uso recorrente ao nazismo (o Hitler matou outras raças e mestiços porque queria preservar a raça, entao voces tambem vao matar todos para preservar a vossa raça).
Bravo, parabens mestiço brasileiro. És bem mais inteligente que a esmagadora maioria dos europeus.
É uma pena que não sejas europeu de sangue.
«car-burnings in Malmö, Sweden»
http://sydsvenskan.se/malmo/article359168/Sex-bilar-i-brand.html
nao percebo nada da noticia, esta em sueco
espero que amanha o Caturo de uma noticia sobre o assunto.
Caturo,
Podias postar uma resenha histórica sobre a escravatura...
Do mestiço brasileiro.
Se me permitem, a complementação...
Apesar de eu não concordar com a idéia de que exista uma raça superior a outra. Pois vários povos de outras deram grandes contribuições à humanidade, concordo com algumas idéias do Caturo, principalmente no que tange ao ataque orquestrado, seja simulado ou direto por parte de alguns grupos, que visam destruir os valores europeus, um verdadeiro genocideo etnico e cultural.
Outro ponto que não concordo com o Caturo, é essa sua postura intolerante com relação ao Cristianismo, a meu ver isso apenas enfraquece a sua causa, pois é impossível dissociar o espirito europeu do Cristianismo, embora ele tente negar a todo custo essa realidade.
Embora muita coisa do antigo paganismo europeu seja interessante, sendo muito aproveitável, como a visão mais espiritual da vida, o amor a natureza, aos ancestrais, a realidade espiritual, não há como sustentar outros tantos pontos dessa corrente religiosa que não se sustenta nos dias de hoje.
Embora muitos vejam o Cristianismo como uma doutrina que pregue a submissão, existe muito equivoco por aí, pois o que o Cristianismo prega é não pagar o mal com o mal, nunca pregou o masoquismo e a inércia diante de uma injusta agressão. Dar a outra face, não é dar o pescoço ao inimigo para ser degolado, e sim não pagar o mal com o mal.
Mas ainda hoje em dia, poucos entendem o espirito dessa grandiosa etica-espiritual, muitos caem em extremos, como os que acham que se deva ser submisso e permitir toda sorte de agressão e destruição, e outros que acham que a legitima defesa, pode ser feita de forma desproporcional e injusta, importando apenas os fins e não os meios dessa defesa.
De qualquer forma, felicidades a todos, de um observador brasileiro.
Caro anónimo, bem sei que à partida o ataque que aqui faço ao Cristianismo pode parecer que enfraquece a Causa, mas na verdade sucede o contrário.
As igrejas cristãs tomam posições cada vez mais inequivocamente anti-nacionalistas, e isto tem que ser denunciado nas nossas fileiras, para que os mais jovens que estejam sob a alçada de alguma dessas instituições ou influências espirituais saibam libertar-se das mesmas, a bem da coerência individual e sobretudo do bom funcionamento como militantes.
E, felizmente, o poder do Cristianismo está neste momento em queda por toda a Europa. Sei que no resto do mundo não é assim, mas no continente europeu as igrejas esvaziam-se e fecham umas a seguir às outras, enquanto o número de baptismos diminui a olhos vistos.
Nas mesas de voto, as posições que a Igreja defende (aborto, por exemplo) são consecutivamente derrotadas em todo o continente europeu, e até já em Portugal. Em Itália e em França, a Igreja apoia declaradamente a imigração, estando nisso ao lado da Esquerda, e todavia o Povo vota em partidos que restringem a imigração.
Isto em termos tácticos.
Agora, em termos ideológicos, discordo radicalmente que a ligação do Cristianismo à Europa seja indefectível. O credo cristão dominou a Europa sim, e marcou a sua civilização, mas também a escravatura o fez e todavia a escravatura foi abolida pelos próprios Europeus.
Ora o essencial da Europa já existia antes do Cristianismo, é contrário ao Cristianismo e volta ser mais forte na Europa à medida que o Cristianismo perde terreno: o amor à Liberdade, em termos de valores, e, em termos étnicos, a raiz indo-europeia. São estes os princípios, os arkhé, que definem a Identidade europeia; e o Cristianismo, constitui um obstáculo à sua valorização, precisamente porque promove valores opostos.
Caro anónimo,
Sempre primei pelo respeito absoluto pela liberdade de culto, e considero ainda hoje que a religião é estritamente uma escolha pessoal. Aliás, considero inclusivé que a falta dela não é de resto algo de incomodativo, não tendo a menor espécie de pruridos com o largo número de portugueses ateus ou agnósticos (e partilhando até com eles boa parte das preocupações). Nesse sentido compreendo - em especial a nível táctico - a preocupação que levanta o aparente "divisionismo" das críticas acérrimas do Caturo.
Não obstante ouve um episódio aqui mesmo que me serviu de lição: estava eu arvorado em grande conciliador espiritual, num discurso ecuménico "o que importa é o essencial", quando sou presentado com a resposta curiosa de quem se tinha ofendido com a prosa do Caturo: que mal por mal preferia mesquitas na Europa do que a ver entregue ao "paganismo idólatra" ou ao "ateísmo alguma-coisa-muito-má-que-não-me lembro".
E isto resume o ponto essencial. É que se bem que nada há de errado nas escolhas essenciais em termos religiosos - e se bem que sou Pagão não o considero necessário em termos filosóficos na questão do nacionalismo - o problema surge quando estala o verniz e fica aparente que existe uma certo mal-estar não digerido que francamente me assusta.
Isto é visível de resto no proto-conservadorismo de costumes que é comum ver associado: de repente a questão nacional passa a estar de mão dada com a questão do aborto, com questões de costumes (homosexualidade, divórcio, contracepção, etc) e com um sem fim de outras matérias que são tão só e apenas uma questão de opinião política ou moral e nada têm a ver de facto com o que interessa.
Basta ver que no capítulo da liberdade de expressão a hipocrisia que detecto na maior parte dos blogs conotados em geral com a Direita e em especial com a ligada a este tipo de conservadorismo é gritante: se alguém proibísse
este poster de Marx em formato de festarola tudo se insurgia - e com toda e plena razão - pela limitação da liberdade de expressão. Se o mesmo acontecer com um sem fim de outros temas, é a censura do politicamente correcto. No entanto quando se trata do nariz do Papa ou de Jesus em temática disco já tudo muda e, enfim, respeitinho é muito bonito, é ofensivo para os "portugueses", é preciso limites, é gozar com o que não se pode, etc.
Curiosamente exactamente o mesmo discurso dos cartoons de Maomé, sendo que a diferença é ainda assim grande visto ninguém matar ninguém e haver, justiça seja feita, um bom número de cristãos que não achando piada nada têm a acrescentar em termos censórios. Resta saber se não terão alguns vontade de fazer algo, simplesmente não podem devido ao processo de laicização da Europa.
Acresce que independentemente da relativa firmeza com que o Caturo ataca o Cristianismo sempre deixou claro que não é essa a questão primária. Além do mais a questão do "divisionismo" é também ela uma forma de garantir que apenas se ouvem as vozes acerca do "Catolicismo português" e que "ser português é ser Católico", sem que ninguém aponte o divisionismo implícito nessas expressões. Pode-se achar que existe demasiada ênfase na questão religiosa da parte do Caturo, mas tal é a natureza das suas preocupações que expõe publicamente, não lhe cabendo de antemão o papel de auto-censor em nome de uma "unidade" mal definida. Em termos *políticos* e de estratégia *oficial* (ou oficiosa) creio ser claro que não se pode enveredar por uma tentativa de proselitização ou misturar como condição essencial qualquer pensamento religioso, mas o que se se escreve em blogs não é propriamente um caderno de Estaturos, servindo essencialmente para a troca livre de ideias.
Que fica claríssimo: a questão religiosa - e de costumes e moral - é para mim secundária e nunca advogaria qualquer movimento de uniformização de uma matéria que considero pessoal (incluíndo, repito, a falta absoluta de religião que em nada me choca). Não é o "materialismo" e "hedonismo" escatológicos que afundam a Europa, e o regresso a um passado de respeitinho e bons costumes soa-me demasiado a Sharia. Cada um é livre de escolher a sua religião e apenas me importo se isso tiver impacto na minha própria liberdade de fazer o mesmo.
PS: Falo obviamente por mim, o Caturo que me corrija se cometi algum julgamento errado.
Ora o Oestreminis acerta em cheio no que diz, ponto por ponto, expondo com clareza e rapidez umas quantas evidências que às tantas já eu pensava que só eu é que as via, como é o caso da óbvia distinção entre o ideal nacionalista e outros temas, tais como o aborto e a moralidade sexual, que não têm nada a ver uma coisa com a outra, mas que demasiada gente gosta de meter no mesmo pacote, como se só fosse possível ser nacionalista se se for também contra o aborto e contra os homossexuais. E o que tem mais piada é que muitos dos que assim pensam declaram depois, convictos, que não são de Direita só porque em termos económicos têm concepções socialistas... :)
A dada altura, o Nacionalismo converte-se, não na prioridade da Nação, mas sim num conjunto de valores ditos tradicionais cuja única ligação entre si assenta no facto de serem defendidos pelas mesmas pessoas, que pura e simplesmente «não gostam de modernices». Não admira que certos nacionalistas, que são sempre os nacionalistas de vertente ou tendência anti-democrática, simpatizem com o Islão...
Estreitamente ligada a isto, está a opinião, defendida até pelos mais argutos entre os nacionalistas, de que «o nosso grande inimigo» é o espírito individualista, consumista e hedonista. Mais uma vez, misturam-se aí coisas diferentes e dá-se por adquirida uma certa moral mais ou menos cristã e «espiritualista». Porque efectivamente, o grande inimigo do Nacionalismo não é o hedonismo, nem o consumismo, nem sequer o individualismo (embora este contribua por vezes para o travar), mas sim o universalismo. Não é por as pessoas comerem até cair para o lado ou frequentarem assiduamente os hipermercados que as Nações Europeias estão em perigo, mas sim porque se metem na Europa quantidades colossais de imigrantes, ao mesmo tempo em que se limitam os movimentos dos Europeus que não gostem disso.
O cerne do problema não está sequer em que os Europeus, por egoísmo ou comodismo, tenham poucos filhos, mas sim em que os alienígenas em solo europeu sejam cada vez mais e tenham muitos filhos. Porque, ao fim ao cabo, é natural que, em matéria demográfica, haja fluxos e refluxos, e não é tragédia nenhuma se Portugal tiver em 2030 oito milhões de pessoas em vez de dez. Com muito menos do que isso (quatro milhões) fazem os Noruegueses uma das mais prósperas sociedades do planeta.
No que diz respeito à questão da liberdade de expressão vista pelos cristãos, faz o caro Oestreminis bem em aflorar a hipótese de que se tivessem o poder, e a preparação, que os muçulmanos têm, muitos cristãos actuariam talvez menos pacificamente do que o fazem actualmente... porque o que os refreia na não é o Cristianismo em si mas sim o ambiente cultural, civilizacional europeu do século XXI. A verdade é que a hoste cristã actuou totalitariamente sempre que para tal teve poder e só passou a ser mais «tolerante» quando começou a ter menos capacidade de impor os seus pontos de vista. Convém lembrar que ainda no final do século XIX, que não foi há muito tempo, o papa Leão XIII declarava que não era lícito aceitar a liberdade de pensamento, de culto e de expressão.
E isto por seu turno liga-se a uma observação muito pertinente da parte do Oestreminis: muitas vezes, os que me acusam de divisionismo pagão são os mesmos que promovem o ideal do Catolicismo como religião «portuguesa», como se declarar que um credo universalista e dogmático define a Portugalidade não fosse em si altamente divisionista, e de facto quem o afirma não pretende ser divisionista precisamente porque dá por adquirido que essa catolicidade está acima de toda a discussão...
São os que pretendem meter a sua colherada «acima de toda a discussão» aqueles que na verdade suscitam mais divisões. Porque quem sabe distinguir entre o essencial e o acessório, e reconhece o carácter pessoal de algumas das suas posições, entende que não pode partir do princípio de que deve impô-las aos outros em contextos que nada têm a ver com essas posições.
Quanto à atitude de certos patriotas cristãos relativamente à questão religiosa no seio do Nacionalismo, creio que ainda o caro Oestreminis não viu nada, ehheh... não sabe da missa a metade, literalmente falando.
Acresce que, se muitas vezes ataco o Cristianismo, não é por eu ser gentio, mas sim porque reconheço no credo cristão o cerne dos maiores problemas do Ocidente. E acho que isso deve ser denunciado, que se deve pôr o dedo na ferida, porque não é aceitável que se tenha medo de chamar os bois pelos nomes ou que se passe a vida a dizer que se combate determinado vírus e todavia fazer de contas que não vê a raiz desse vírus. Nada o justifica. O Cristianismo não está acima de toda a discussão; e, no contexto do debate Nacionalista, a Nação é mesmo o valor soberano, o vértice superior dos valores, e não há absolutamente nada que possa deixar de ser criticado caso esteja a ameaçar esse princípio.
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