sexta-feira, agosto 01, 2008

AUTARCA ENFRENTA HOSTE ANTIRRA

Uma funcionária da Junta de Benfica, em Lisboa, alega que o presidente se referiu a ela como 'a preta' e a persegue. O autarca nega e acusa, por seu lado, o BE de promover a contestação apenas por 'chinfrim' político.
Cerca de meia centena de pessoas reuniu-se ontem frente à Junta de Freguesia de Benfica, em Lisboa, em protesto contra o presidente, o social-democrata Domingos Alves Pires, por alegadas atitudes de perseguição e racismo sobre uma das funcionárias.
Em causa está a expressão "preta" que o autarca terá usado para se referir a Glória Monteiro, 45 anos, que há 20 trabalha na Junta de Benfica.
Já a questão da perseguição laboral prende-se com a rejeição de um pedido de férias feito por Glória Monteiro. Acresce ainda o facto de o autarca ter proibido o uso do crioulo na Junta, dialecto africano que Glória usaria dentro das instalações para conversar com a irmã, Lóide, ambas originárias de Cabo Verde, o que provocou queixas de cinco colegas.
Glória Monteiro encontra-se suspensa por 30 dias depois de ter chamado "racista" ao autarca. E, no âmbito do processo disciplinar da irmã, Lóide foi alvo de queixa no Ministério Público, por eventuais falsas declarações.
À porta da Junta, ontem, Glória reiterou as acusações perante a comunicação social: "Ele referiu-se a mim como a 'preta', sem dúvida que me sinto perseguida por questões raciais".
"O racismo está na cabeça dela, não há racismo em Portugal, tirando situações pontuais como as recentes na Quinta da Fonte", defendeu-se Domingos Pires. Para este autarca, a questão "é puro chinfrim político provocado pelo Bloco de Esquerda (BE) que, através do seu representante, Miguel Reis, gosta de agarrar causas perdidas e tentar chamar a atenção". O referido membro do BE, que promoveu a manifestação de ontem, rejeitou as acusações.
Domingos nega ter chamado 'preta' a Glória. E até admite que "o mérito dela como funcionária está intacto, mas a calúnia não pode ser admitida". Sobre o uso do crioulo, Domingos Pires recomendou de facto "que não fosse usado nas instalações já que cinco colegas de trabalho de Glória queixaram-se, pois havia a suspeição sobre os conteúdos das conversas entre as irmãs. Era preciso conter as coisas, antes que rebentasse". Já quanto à questão das férias, o presidente da Junta de Benfica lembrou que as instalações encerram para todos em Agosto, pelo que "dar férias fora desse mês é duplicar as férias de alguém".


Um duplo louvor ao presidente da Junta de Freguesia de Benfica:
- pela firmeza com que não se deixa intimidar pela súcia inquisitorial que quer usar o terror anti-racista instituído para conceder direitos especiais aos membros de minorias que decidam usar o «abre-te Sésamo» do anti-racismo para conseguirem o que quer que seja;
- por não permitir que se fale crioulo num local estatal português.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

está de parabéns o presidente da Junta.

3 de agosto de 2008 às 18:33:00 WEST  

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