PELA REVITALIZAÇÃO DUMA ARTE MARCIAL PORTUGUESA
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) introduziu, este ano, a “Galhofa”, um jogo tradicional transmontano, como disciplina de desporto de combate, no âmbito do currículos escolares dos cursos de Ciências do Desporto. O projecto é do professor José Bragada e conta com a colaboração dos alunos de Desporto e de Educação Física do IPB. A intenção é oficializar este jogo como um desporto de combate, uma vez que é a única luta corpo a corpo com origens portuguesas.
A “Galhofa”, refere José Bragada, natural de Grijó, é um um fenómeno cultural e desportivo único no nosso país, que tem persistido ao longo de décadas, em algumas aldeias do concelho de Bragança, nomeadamente em Grijó, Parada, Freixedelo, Coelhoso, Paredes e Carocedo, por altura do Natal, integrado nas Festas dedicadas ao Santo Estêvão. Esta forma de luta típica e exclusiva, praticamente em desaparecimento, tem-se mantido sem qualquer regulamentação ou sistematização ao longo do tempo. As regras e as técnicas passaram de geração em geração pela oralidade e pela prática.
Embora esteja em vias de desaparecimento, José Bragada,contou ao Mensageiro que ainda no ano passado, no dia 28 de Dezembro, se realizou, num palheiro,na aldeia de Parada, como era tradição. Restrito tradicionalmente aos homens, este jogo de luta tem como objectivo colocar o adversário com as costas e ombros assente no chão e era visto como uma espécie de “rito de passagem” dos jovens à fase adulta. Embora não haja muitos registos históricos que relatem como é que a “Galhofa” terá aparecido no Nordeste Transmontano, é certo que esta é a única luta com raízes portuguesas e, por isso, José Bragada considera que é necessário actualizar este jogo para que ele não se perca. “Na minha opinião, o sucesso dos jogos orientais está na sua adaptação às necessidades actuais”, apontou o responsável. Para já, a “Galhofa” foi introduzida na disciplina de Desportos de Combate e possibilita a participação de raparigas. A regra é jogar descalço, com camisolas justas, “que não permitam que o adversário agarre”, e calças de ganga, ou calças de outro material resistente. Qualquer gesto violento, como puxões, murros ou pontapés, são interditos e tudo se inicia e finaliza com um abraço de cordialidade. “No fundo é uma brincadeira de crianças transformada numa luta de adultos cujo objectivo consiste em deixar o adversário com os ombros e costas no chão”, afirmou. Mas a ideia é revitalizar esta antiga luta para poder proporcionar à actual juventude “a prática de uma actividade desportiva que, para além de cumprir com a função social inerente a qualquer desporto, possa ser motivo de orgulho, por estarem a homenagear os seus antepassados:
(...)
A “Galhofa” é uma luta que não se sabe bem como terá surgido, mas acredita-se que seja um resquício da antiga luta greco-romana, com muitas semelhanças à luta leonesa, da região de León, em Espanha. Realizava-se apenas na altura do Natal, inserida nas Festas de Santo Estêvão e apenas era permitida aos homens.
(...)
A “Galhofa”, refere José Bragada, natural de Grijó, é um um fenómeno cultural e desportivo único no nosso país, que tem persistido ao longo de décadas, em algumas aldeias do concelho de Bragança, nomeadamente em Grijó, Parada, Freixedelo, Coelhoso, Paredes e Carocedo, por altura do Natal, integrado nas Festas dedicadas ao Santo Estêvão. Esta forma de luta típica e exclusiva, praticamente em desaparecimento, tem-se mantido sem qualquer regulamentação ou sistematização ao longo do tempo. As regras e as técnicas passaram de geração em geração pela oralidade e pela prática.
Embora esteja em vias de desaparecimento, José Bragada,contou ao Mensageiro que ainda no ano passado, no dia 28 de Dezembro, se realizou, num palheiro,na aldeia de Parada, como era tradição. Restrito tradicionalmente aos homens, este jogo de luta tem como objectivo colocar o adversário com as costas e ombros assente no chão e era visto como uma espécie de “rito de passagem” dos jovens à fase adulta. Embora não haja muitos registos históricos que relatem como é que a “Galhofa” terá aparecido no Nordeste Transmontano, é certo que esta é a única luta com raízes portuguesas e, por isso, José Bragada considera que é necessário actualizar este jogo para que ele não se perca. “Na minha opinião, o sucesso dos jogos orientais está na sua adaptação às necessidades actuais”, apontou o responsável. Para já, a “Galhofa” foi introduzida na disciplina de Desportos de Combate e possibilita a participação de raparigas. A regra é jogar descalço, com camisolas justas, “que não permitam que o adversário agarre”, e calças de ganga, ou calças de outro material resistente. Qualquer gesto violento, como puxões, murros ou pontapés, são interditos e tudo se inicia e finaliza com um abraço de cordialidade. “No fundo é uma brincadeira de crianças transformada numa luta de adultos cujo objectivo consiste em deixar o adversário com os ombros e costas no chão”, afirmou. Mas a ideia é revitalizar esta antiga luta para poder proporcionar à actual juventude “a prática de uma actividade desportiva que, para além de cumprir com a função social inerente a qualquer desporto, possa ser motivo de orgulho, por estarem a homenagear os seus antepassados:
(...)
A “Galhofa” é uma luta que não se sabe bem como terá surgido, mas acredita-se que seja um resquício da antiga luta greco-romana, com muitas semelhanças à luta leonesa, da região de León, em Espanha. Realizava-se apenas na altura do Natal, inserida nas Festas de Santo Estêvão e apenas era permitida aos homens.
(...)
11 Comments:
Bom poste.O Nacionalismo tem que passar por isto.Publica mais artigos sobre tradições portuguesas,Caturo.Por acaso,vi uma notícia sobre esta luta.Faz lembrar um bocado a luta Greco-Romana.
Caturo, o que pensas da introdução e popularização das artes marciais orientais no mundo ocidental, principalmente a partir da decada de 1950? Não deixam de ser uma influencia cultural alheia à Europa. No caso português as artes marciais orientais liquidaram quase completamente, em termos de interesse por parte da população, as artes ocidentais,como o boxe e a luta greco romana, que até tinham alguma popularidade há algumas decadas atrás. E mais recentemente surgiu o fenomeno da Capoeira, arte brasileira de origens africanas, que tem alcançado tambem grande popularidade....E já posteriormente
à Capoeira começou a implantar-se em Portugal, por via da imigração brasileira, o Jiu Jitsu Brasileiro associado ao Vale Tudo brasileiro, que já conta tambem com uma certa popularidade e é um bom negocio para uns quantos brasileiros que vêm nessa modalidade uma boa maneira de explorar financeiramente os tugas mais incautos.
http://www.fpjjb.com/
http://www.bjjlauro.com/index.html
O Boxe está quase morto em Portugal, mas o KickBoxing vai de vento em popa, mesmo quando a comparação é feita com os outros países europeus. E curiosamente o grande impulsionador da modalidade em Portugal foi um MUÇULMANO ISMAELITA, seguidor do AGA KHAN, que veio para Portugal em 1975, na sequencia da descolonização de Moçambique, chamado Carlos Ramjanali, mas tambem conhecido pelo "Monhé", por ser paquistanês ou coisa parecida. Nesta reportagem falam nele:
http://dn.sapo.pt/2007/11/30/dnsport/kickboxing_hoje_coliseu.html
E o Kickboxing, não é também ocidental (americano)?
Creio que essa «invasão» de artes orientais pode por vezes revestir-se de alienação cultural orientalizante, o que não significa que não possam ser úteis, ou que todos os seus praticantes sejam orientalizados. Mas, em podendo escolher, creio que se deve dar preferência às artes de combate ocidentais, e há muitas: esta Galhofa, a sua equivalente de Leão, a Greco-Romana, o Boxe, a Savate, a Stav, e, last but not least, o Jogo do Pau, melhor arte marcial com arma do mundo, segundo se diz...
E há outras artes de combate europeias com pau.
De facto a galhofa é uma arte tipicamente portuguesa.Já para não falar de uma outra tipicamente exclusiva deste blog...a calhandrisse ou calhandrice(segundo de que lado nos posicionarmos no novo acordo ortografico)!
"Por acaso não é [luta corpo a corpo], também existe o Jogo do Pau, que também é uma arte marcial portuguesa, mas com arma... "
Desde quando é que no jogo do pau há contacto entre os corpos dos lutadores? Não percebes nada disto, és muito estúpido.
Por acaso até pode haver, tanso, eheh, mas eu quando li estava a pensar em «arte marcial», nem li «luta corpo a corpo».
Eu vi a noticia na tv e achei realmente espectacular. Lembro-me que na altura quando estava a ver lembrei-me de ti Caturo...ehehehe.
Aqui 7 artes marciais ou desportos de combates que eu penso portugueses : 1/ ESGRIMA LUSITANA ou JOGO DO PAU ( bastao de combate , mestre Nuno Russo )
2/ LUTA GALHOFA ( professor José Bragada )
3/ POMBO ou LUTA lUSITANA ( mestre José Da Silva )
4/ CONTATO TOTAL MILITAR ou CONTATO TOTAL PORTUGUES ( fundador mestre Adriano Silva )
5/ ARTDO ( fundador mestre Victor Duarte )
6/ JINHA KENPO ( fundador mestre Jorge Soares Jinha )
7/ ALEX RYU JITSU ( fundador mestre Alexandre Carvalho )
( 8/ KUNG DO TE ,talvez desaparecido ? o fundator mestre era portugues )
Eu vos convido a verificar a validade , o sério e o registro em Portugal ou nao , de cada uma das 7(8)formas de combate portuguesas (citadas em cima)! pesquitar : exemplo: Alex ryu jitsu , Alexandre Carvalho
Ótima e pertinente publicação. Sou brasileiro, e uma pessoa profundamente contrária à paradigmas do modernismo, e, sendo assim, parabenizo a intenção de promoção da cultura portuguesa, através de seus diversos elementos, como neste caso, a galhofa. Recordo aos irmãos portugueses, que muitos brasileiros que estão à depreciar vosso país (conforme um comentário acima), representam a escória do Brasil, que infelizmente, é maioria. Não digo que todos os brasileiros imigrantes assim o são, mas possivelmente são larga maioria. Poucos escapam do "ethos" do "imbecil coletivo" neste país. Contudo, saibam que no Brasil, ainda existem pessoas interessadas na causa lusófona. Forte Abraço.
Saudações condignamente lusófonas.
Enviar um comentário
<< Home