sexta-feira, janeiro 04, 2008

A TRADIÇÃO MILENAR DAS «FESTAS DOS RAPAZES» NO NORDESTE PORTUGUÊS

No distrito de Bragança, desde a altura do Natal, comemoram-se as Festas dos Rapazes. Todos os rapazes solteiros, com mais de 16 anos são convidados a participar nesta tradição que se acredita ser milenar. Para isso devem comprar um vitelo, para ser cozinhado na noite de 5 de Janeiro.

Durante a madrugada do dia seguinte os rapazes percorrem as ruas das aldeias, protegidos do frio graças à aguardente, cantando canções tradicionais ao som de gaitas. Depois do pequeno-almoço, vestem os caretos (máscaras tradicionais) e andam atrás de crianças, jovens e velhos a pregar sustos. A tradição é depois cumprida com visitas de casa em casa para a cobrança do tributo dos reis, guardado em sacos de pastores. A festa termina habitualmente com uma ceia e um bailarico.

Desde 2007 que a Cidade de Bragança conta com um Museu dedicado às máscaras e trajes usados nestas festas. O Museu Ibérico da Máscara e do Traje é um espaço de divulgação de tradições relacionadas com as máscaras onde se encontram expostas máscaras, trajes, adereços e objectos usados nas tradicionais “Festas de Inverno” em Trás-os-Montes e Alto Douro e nas “Las Mascaradas de Invierno” da região de Zamora.

É o resultado de uma parceria de Cooperação Transfronteiriça entre o Município de Bragança e a Diputación de Zamora, no âmbito do Programa comunitário Interreg III A (Projecto “Máscaras: Promoção Turística e Cultural Transfronteiriça”).

Estão representadas no museu 29 localidades: 18 de Trás-os-Montes e Alto Douro e 10 da província de Zamora, Castilla y León, com máscaras dos concelhos de Bragança, Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Miranda do Douro, Mogadouro e Lamego (Portugal) e as Comarcas de Aliste, Alba, Tábara, Pan, Sayago, Toro e Sanábria, incluídas na província de Zamora.

O Museu é um espaço destinado à exposição de máscaras realizadas por cerca de 46 Artesãos que contribuíram com o seu saber e a sua arte para realizar os trajes e as máscaras que constituiem o seu espólio. Encontram-se expostas também as fotografias dos Artesãos como forma de os homenagear, registando para a posteridade um ofício em vias de extinção.


Saúdem-se, preservem-se e divulguem-se este tipo de iniciativas, porque é isto o coração da Nação - a sua cultura folclórica cujas raízes milenares constituem elo de ligação às mais autênticas origens da Estirpe.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Opinião Rádio Renascença
04-01-2008 9:28


Futebol e símbolos

Por esta lógica, nem os Belenenses escapam… com a cruz de Cristo no peito.


Imaginem um desafio de futebol, em Lisboa, integrado na Liga dos Campeões, com uma equipa turca. E que os jogadores dessa equipa – como é óbvio – têm no equipamento o emblema do clube, com um crescente.

“Normal”, achamos nós. “Eles são turcos. O crescente faz parte da sua identidade muçulmana”...
Não nos passaria pela cabeça exigir que os jogadores retirassem o crescente do seu emblema, alegando ofensa religiosa. Pois bem, isto mesmo aconteceu ao contrário.

Um advogado turco apresentou uma denúncia à UEFA pedindo sanções contra o Inter de Milão porque – num desafio em Istambul contra o Fenerbahce - a equipa italiana vestiu uma camisola branca com uma cruz vermelha à frente…”Uma ofensa”, diz o advogado, que recorda “as cruzadas e manifesta a superioridade racista de uma religião”.

Por causa disto o “Barça” decidiu disfarçar o seu emblema. A pequena cruz que, há mais de 100 anos, se vê no canto superior esquerdo do escudo oficial do Barcelona Futebol Clube, desapareceu dos equipamentos à venda nos países muçulmanos, “para não ferir susceptibilidades”…

Por esta lógica, nem os Belenenses escapam… com a cruz de Cristo no peito.
Por favor, “Belenenses”, não percam a identidade!





Aura Miguel

Tinha graça era um advogado de um país europeu apresentar uma queixa contra a selecção da Turquia por usar o crescente na sua camisola, lembrando a invasão do império otomano na Europa. Assim pagava-se-lhes na mesma moeda.

7 de janeiro de 2008 às 16:05:00 WET  
Blogger Caturo said...

Concordo inteiramente. Era realmente bem pensado.

7 de janeiro de 2008 às 16:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Desculpa Caturo, não queria ter colocado isto aqui, mas sim noutra caixa de comentários mais acima.

8 de janeiro de 2008 às 02:46:00 WET  

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