terça-feira, outubro 16, 2007

O QUE DIZ AYAN HIRSI ALI SOBRE O ISLÃO

Este tópico baseia-se num artigo que, embora tenha sido publicado há já uns mesitos, continua a ser actual - e cada vez mais actual.

Trata-se de um texto escrito por Ayan Hirsi Ali a respeito do Islão tal como ele é por dentro: a guerra santa (jihad), a atitude perante a apostasia, os direitos das mulheres e os direitos dos infiéis.

Ayan Hirsi Ali é, para quem não sabe, uma activista somali dos direitos humanos que fugiu do seu país para a Holanda, tendo posteriormente ido para os EUA, e encontrando-se agora numa situação de dilema internacional entre estes dois Estados ocidentais relacionada com questões de cidadania e de pagamento de protecção - protecção absolutamente necessária, visto que Hirsi Ali está desde há muito sob ameaça de morte por ser apóstata e por ter denunciado no Ocidente o horror que é a vivência muçulmana. Foi amiga pessoal e colaboradora do realizador holandês Theo van Gogh, assassinado à luz do dia por um muçulmano marroquino naturalizado holandês porque fez o filme «Submission», para o qual a somali contribuiu, e que representava em termos ousados a opressão de que as mulheres muçulmanas são vítimas no mundo islâmico.

É sintomático que Ayan Hirsi Ali, sendo
- mulher
- negra
- nascida em África e imigrante na Europa
- bem sucedida, tendo alcançado um lugar de deputada por um partido holandês
- defensora dos direitos humanos, particularmente os das mulheres
não seja adorada, heroicizada pela Esquerda militante... e a explicação para este relativo anonimato é simples - é que a senhora ataca forte e feio o Islão, e a Esquerda europeia borrifa-se para os direitos humanos, incluindo os das mulheres, quando outro valor «mais alto» se alevanta: o do amor incondicional ao «outro».
Ou seja, o que interessa à hoste da Esquerda «intelectual», opinion-makerista, é dizer bem ou pelo menos evitar que se diga mal do Islão, inimigo histórico e actual do Ocidente.


Começa Hirsi Ali por clarificar qual o significado de «Islão» - é «submissão à vontade de Alá
Explica depois que o Corão e a Sunna são as fontes sagradas do Islão, consideradas como revelações directas da vontade divina a Maomé, por intermédio do anjo Gabriel.
E prossegue dizendo que em matérias como a guerra santa (jihad), a apostasia e o tratamento das mulheres, o Corão e a Sunna são claros: é obrigação de todo o muçulmano disseminar o Islão junto dos descrentes, primeiro através da dawa ou proselitismo, depois através da guerra (jihad) caso os descrentes recusem converter-se (ou, acrescento, aceitar o domínio político islâmico, designado «protecção», à maneira da Máfia).
Ficam isentos da obrigatoriedade da conversão as «gentes do livro»: cristãos e judeus. Ambos têm escolha entre converter-se ao Islão ou permanecerem nas suas religiões. Se a sua opção for a da conversão, terão todos os direitos de que os outros muçulmanos gozam; se pelo contrário recusarem tornar-se muçulmanos, então terão de viver como dimis (cidadãos inferiores).

Legalmente, os direitos do dimi não são iguais aos do muçulmano. Por exemplo, um muçulmano pode tomar uma esposa cristã ou judia, mas os homens judeus os cristãos não podem casar-se com mulheres muçulmanas. Se um cristão ou um judeu matarem um muçulmano, devem ser imediatamente abatidos; em contraste, o sangue de um muçulmano nunca deve ser derramado como pagamento do sangue de cristãos e de judeus.

Segundo a autora, é obrigação de todo o muçulmano impor a virtude e proibir o vício. A apostasia, que é para os muçulmanos o pior crime que podem cometer, deve ser punida com a morte. Esta punição não carece de ser levada a cabo pelo Estado, podendo ser posta em prática pelos civis. Quanto se trata de uma questão de lei islâmica, a justiça está nas mãos de todo e qualquer muçulmano.


A respeito do estatuto da mulher, o Corão, e, com mais pormenor, a Sunna, atribuem-lhe um carácter dócil, dependente dos seus familiares masculinos em todos os aspectos, inclusivamente ao nível físico, passando naturalmente pelo económico.

No Islão, há uma estrita hierarquia de subserviência.

Em primeiro lugar, todos os humanos são escravos de Alá. Além disso, as mulheres devem servir sem questionar os seus guardiões masculinos, especialmente se estes forem seus maridos. A mulher tem sempre de pedir autorização ao seu marido para fazer seja o que for e tem sempre de lhe obedecer - a única excepção é se o marido lhe ordenar que esqueça Deus. Tecnicamente falando, a mulher tem no Islão direito a possuir propriedade, e a comercializá-la; todavia, a sua condição de total obediência ao marido faz com que esta liberdade declarada seja na verdade hipotética.

Nunca pode a mulher ser independente - deve ter sempre um guardião. A responsabilidade da sua tutela pode passar do pai ao irmão, ou ao tio, antes de a rapariga se casar - a partir de então passa a obedecer ao seu marido. O casamento é arranjado e a mulher não tem qualquer poder de escolha. O processo inclui, ainda hoje, um pagamento monetário.
No Islão, a educação consiste em transmitir as regras da submissão à vontade de Alá.
Aqui, as raparigas são instruídas na subserviência, em primeiro lugar para com Deus, depois à família, finalmente ao marido. Há uma forte ênfase na modéstia, definida pela virgindade, a qual é tida como sinal de lealdade ao seu criador, à sua família e ao seu marido.

O resultado do doutrinamento islâmico sobre a mulher é profundo, chegando a fazer com que as mulheres defendam ostensiva e activamente a sua própria subordinação.

O controlo passa inegavelmente pela esfera sexual - e, aqui, a mulher pode ser casada logo após a sua primeira menstruação, algo que no Ocidente é hoje considerado como crime. O próprio Maomé (tido como perfeito aos olhos dos muçulmanos) casou com uma menina de seis anos, Aisha, tendo tido relações sexuais com ela quando a menina fez nove anos de idade.
Ao contrário do que os mais bem intencionados possam pensar, esta ideia não foi ainda ultrapassada no mundo islâmico. Efectivamente, a Arábia Saudita lançou recentemente um site dedicado a fátuas que devem realmente ser aceites por muçulmanos e uma das autoridades religiosas cujos preceitos aí figuram é o cheique Abdul Aziz bin Baz, respeitado no mundo inteiro pelas suas ajuizadas respostas. Leia-se uma delas, como resposta à questão «É permitido que um pai force a sua filha a casar-se com um homem contra a vontade dela?»:
«O pai deve requerer a sua permissão se ela tiver nove anos ou mais. Do mesmo modo, os seus outros guardiões podem não casar com ela, excepto com a permissão dela. Isto é obrigatório para todos. Se alguém se casar sem permissão, o casamento não é válido. Isto acontece porque uma das condições do casamento é que ambas as partes aceitem o casamento. Se ela for casada sem a sua permissão, por ameaça ou coerção, então o casamento não é válido. A única excepção é o caso de a filha ter menos de nove anos de idade. Não há problema se o pai casar a filha quando ela tem menos de nove anos de idade, de acordo com a opinião correcta. Isto é baseado no facto de o Mensageiro de Alá (a paz esteja com ele) ter casado com Aisha sem o consentimento dela quando ela tinha menos de seis anos de idade, como está exposto no Hadith. Se ela tiver nove anos de idade ou mais, não pode ser casada pelo seu pai contra o seu consentimento...»

Em países onde vigora a Chária ou Lei Islâmica, tais como a Arábia Saudita, o Irão e partes da Nigéria, onde reinam as ameaças e castigos por chicoteamento e apedrejamento, os direitos civis das mulheres são reduzidíssimos - e as poucas mulheres relativamente educadas que aí existirem, devem tal privilégio, não ao Islão, mas sim a uma certa ocidentalização dos costumes.

Hirsi Ali afirma que há vários tipos de muçulmanos, mas o Islão é tendencialmente monolítico - tenta unir, numa mesma tribo religiosa (a «ummah»), pessoas de diferentes etnias, línguas e níveis educacionais.

Os tipos de muçulmanos são cinco, ainda de acordo com Ayan Ali:
- muçulmanos que deixam de lado a fé porque esta não se coaduna com a sua consciência ou com a vida moderna; costumam colocar as questões mais difíceis, às quais os crentes costumam fugir; os ex-muçulmanos que vivem no Ocidente estão agora a começar a usar a sua voz para fazer valer a sua liberdade;
- muçulmanos genuinamente reformadores, que, reconhecendo a imoralidade e desactualização do profeta, tentam enfatizar os primeiros capítulos do Alcorão, mais concretamente no que à bondade, à generosidade e à espiritualidade diz respeito; argumentam que os últimos capítulos do Alcorão, plenos de jihad e martírio, só podem ser lidos num contexto político, que é de há mil e quatrocentos anos;
- o terceiro grupo é o daqueles que apoiam a gradual dominação islâmica do planeta; usam as liberdades da democracia para minarem o sistema democrático; e embora sejam inicialmente adversos ao uso da violência, acabam por achar que quando o número de crentes atingir certo número, os últimos descrentes poderão então ser tratados com violência, e a lei islâmica poderá assim ser universalmente aplicada. O Aiatola Koméni usou este método no Irão e obteve sucesso. O turco Erdogan está a seguir-lhe as pisadas. Tariq Ramadan quer fazer o mesmo na Europa;
- o quarto grupo é o mais ameaçador e evidente; pertencem-lhe os radicais que definiram o martírio como seu único objectivo, constituindo um exército de jovens possuídos de um frenesi suicida e conduzidos por um clero ávido, que trabalha impunemente ao abrigo de instituições muitas vezes fundadas pelas autoridades nacionais;
- o quinto grupo é largamente ineficiente, tendencialmente passivo, recusa-se simplesmente a aceitar a verdade, inclui por isso os clérigos que aparentam querer reconciliar o Islão com a modernidade, mas que nada de sólido fazem nesse sentido, pretendendo apenas manter o seu lugar; costumam citar apenas as passagens pacíficas do Alcorão, deliberadamente esquecendo as partes do mesmo que apelam à violência, tais como os versos que incitam à morte dos apóstatas.

Hirsi Ali diz que só os dois grupos podem reformar o Islão; quanto aos restantes, o Ocidente faria bem em resguardar-se contra eles, que propagam um credo carregado de violência e opressão.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a Esquerda europeia borrifa-se para os direitos humanos, incluindo os das mulheres, quando outro valor «mais alto» se alevanta: o do amor incondicional ao «outro».

---» Sim, sim... o grande amor da Esquerda são os trabalhadores mais pobres... aqueles que são/estão cada vez mais f@didos graças à concorrência de trabalhadores imigrantes (a trabalhar ao preço da chuva) provenientes do terceiro mundo.

ahahahahahahahahah

17 de outubro de 2007 às 01:43:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

DIZ A VERDADE: a Esquerda é um IDIOTA ÚTIL ao serviço dos Capitalistas Selvagens.


Um exemplo: o CAOS provocado por essa 'coisa inviável' - as empresas públicas - (um exemplo: na URSS)... teve como resultado final a privatização das empresas: hoje em dia, os recursos naturais da Rússia estão nas mãos de meia dúzia de senhores...

Resumindo: a Esquerda é geradora de CAOS... e o CAOS gera oportunidades... que os Capitalistas Selvagens adoram aproveitar...

17 de outubro de 2007 às 01:57:00 WEST  

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