ALIANÇA ENTRE TURQUIA E IRÃO

O país asiático islâmico «moderado e ocidentalizado» que a politicagem correcta quer meter na Europa a todo o custo, aproveitou agora a situação de tensão com os EUA (porque os norte-americanos se preparam para reconhecer o genocídio arménio) para estabelecer uma aliança com o fundamentalista Irão no intuito de sufocar a nação curda.

Como é sabido, os Curdos constituem uma estirpe indo-europeia que, carecendo de Estado, encontra-se territorialmente divida entre três países da Ásia Menor e do Médio Oriente - Turquia, Iraque, Síria e Irão - tal como Euskadi (País Basco) está dividido entre Espanha e França.
Naturalmente, vários movimentos de guerrilha curda actuaram e continuam a actuar, nos três países asiáticos acima citados, no sentido de alcançar a independência. Uma destas frentes de combate é o norte do Iraque, onde Saddam Hussein cometeu massacres horrendos, bombardeando as populações civis curdas com armas químicas; outra das secções deste conflito é o leste da Turquia, onde as forças turcas não conseguiram nunca aniquilar a resistência curda. E não foi por falta de tentativas, ou de planos - sabe-se por exemplo que aquando da invasão norte-americana do Iraque, a Turquia exigiu o direito de entrar também neste país, mas pelo norte, e impunham esta exigência como condição sine qua non para que as forças norte-americanas pudessem usar as bases áreas turcas. Os Ianques, adivinhando que o Turcalhame se preparava para fazer uma limpeza étnica no norte do Iraque aproveitando a confusão e o caos para eliminar de vez a população curda local, que fortalece os Curdos do leste turco, não aceitaram a pretensão de Ancara, motivo pelo qual o ataque do Tio Sam à terra de Saddam não passou pela utilização das supracitadas bases turcas.

A área curda do norte iraquiano é também base de ataques de guerrilha curdos em território iraniano e é neste contexto que se verifica agora uma aliança turco-iraniana: o objectivo é acabar com os Curdos do norte do Iraque.

Além da tensão resultante do problema arménio acima referida, há também a questão do acesso à importante base militar de Incirlink, na Turquia - a Turquia ameaçou impedir o acesso norte-americano a este posto de combate se os EUA tentarem impedir as forças armadas turcas de atacarem as bases curdas no norte iraquiano.

Um combatente curdo entrevistado pela Newsmax afirma que esta aliança turco-iraniana é, não apenas anti-curda, mas também anti-americana, visto que o objectivo iraniano é clarear o norte iraquiano para através daí introduzir no Iraque armamento e guerrilha destinada a combater os Norte-Americanos - ainda de acordo com o mesmo guerrilheiro curdo, este pacto resulta de decisões deliberadas do AKP, partido islamista que neste momento governa a Turquia e que quer islamizar o país.

Por sua vez, o Irão tem estado a oferecer à Turquia um acordo económico para construir um oleoduto destinado a levar o gás natural iraniano à Europa, contrariando a intenção americana de aumentar a pressão económica sobre a pátria dos aiatolas.

O PJAK, movimento de guerrilha curda no Irão que possui bases no norte do Iraque, tem em contrapartida actuado em cooperação com os EUA, trabalhando para impedir ou pelo menos diminuir a infiltração no Iraque, quer de tropas iranianas, quer de agentes da Alcaida. O PJAK já matou cerca de duzentos Guardas Revolucionários iranianos e perdeu sete dos seus combatentes em escaramuças fronteiriças desde 16 de Agosto.

Em apoio dos Iranianos, alguns dos seus Guardas Revolucionários estão agora a ser treinados por militares turcos. Sob orientação turca, criam-se já milícias iranianas (compostas de «jash», isto é, civis aldeãos treinados) para fazer frente aos Curdos do oeste iraniano.

Confirma-se assim que o Curdistão é um potencial aliado do Ocidente, actuando como bloqueio e travão do fortalecimento dos países muçulmanos da área. Potencial aliado mas para ser mantido longe e sob observação, uma vez que também o Curdistão é muçulmano, embora alegadamente mais moderado do que os seus vizinhos.

Por curiosidade, adite-se que o PJAK conta já com combatentes do sexo feminino, o que, por coincidência, faz lembrar a inclusão, entre povos indo-europeus arcaicos, de mulheres nas fileiras de guerreiros.