EVENTUAL CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DOS EUA ADVOGA A POSSIBILIDADE DE ATAQUE NUCLEAR A MECA COMO MEDIDA DISSUASORA DO TERRORISMO ISLÂMICO

O membro do Congresso norte-americano Tom Tancredo, que procura a designação do Partido Republicano como candidato a Presidente dos Estados Unidos da América, defendeu sexta-feira o bombardeamento com efeitos dissuasores de lugares sagrados do islamismo, como Meca.
A afirmação foi considerada «um disparate» por diversos analistas americanos, conta a CNN, mas foi defendida publicamente pela equipa de campanha do candidato.

«Não há acção mais dissuasora do que essa. Mas ele [Tom Tancredo] tem a mente aberta e está disposto a abraçar outras posições. Isto é apenas um meio para prevenir que eles nos ataquem»,disse Bay Buchanan, conselheiro do candidato.

Na quinta-feira, Tancredo avisou que um novo ataque terrorista em território americano «causaria um colapso económico a nível mundial».


É bom ver que o senador Tancredo ainda não se esqueceu da sua ideia radical para lidar com o terrorismo muçulmano, ideia aparentemente bizarra e excessiva, mas que, analisada racionalmente, afigura-se altamente positiva.
Efectivamente, seria imensamente proveitoso, para os Ocidentais, que todos os muçulmanos soubessem que um ataque de grande gravidade levado a cabo contra o Ocidente teria como resposta imediata a destruição total do seu «maisquetudo» - torna-se cada vez mais necessário, urgente até, aplicar o mesmo princípio de aniquilação mútua assegurada que regia a guerra fria entre os EUA e a URSS, mas desta feita adaptada ao inimigo...

Adaptada ao inimigo porquê e como?

Porquê? Porque os muçulmanos não são iguais aos soviéticos.
Como? Tendo em conta a ideologia que motiva cada um dos grupos.

Ora os soviéticos, sendo comunistas, eram materialistas e ateus - logo, não só não acreditavam, oficialmente falando, que tivessem mais alguma vida para além da do seu presente, como, além disso, não estavam dispostos a sacrificar o seu bem-estar material, físico, humano, em prol de alguma prioridade de carácter puramente ideal, metafísico ou espiritual.

Assim, a destruição mútua assegurada, que, tanto na terra da águia ianque como na do urso vermelho, originou um sistema de bombardeamento automático em que todos os mísseis seriam disparados mesmo depois de o Estado Maior de cada super-potência ter sido aniquilado, destinava-se a evitar que um dos lados cedesse à tentação de iniciar um ataque relâmpago que garantisse uma vitória rápida sobre o inimigo e com um mínimo de perdas - porque quem quer que lançasse a ofensiva saberia que, mesmo que conseguisse arrasar por completo o oponente, seria igualmente varrido da face da Terra.

Naturalmente que os comunistas (leninistas, estalinistas, ou mesmo maoístas, caso dos Chineses) não estariam dispostos a perder as suas vidas só para acabar com o capitalismo no mundo (mesmo que, actualmente, haja muito comunista que, frustrado e impotente devido à fragorosa derrota e estrepitosa queda mundial do Comunismo, sinta e manifeste grande prazer de cada vez que há ataques terroristas contra Norte-Americanos e seus aliados, mas isso é outra história).

Por mais medíocre que fosse o seu dia-a-dia além-muro-berlinense, por mais pobre, miserável, amesquinhante que fosse o seu modo de vida, sempre teria os seus pequenos prazeres e seria inequivocamente preferível à guerra de aniquilação mútua e consequente inexistência eterna (na perspectiva ateia e materialista do Comunismo, claro está).

Não sucede o mesmo com a massa muçulmana, ou, pelo menos, com os mais radicais do seio desta gente. Tudo indica que de boa vontade dariam o seu miserável viver aqui na terra pela vida além-túmulo, no Paraíso de Alá, em que acreditam piamente, sobretudo porque a sua doutrina, ao contrário do Comunismo, dá grande destaque à morte gloriosa em nome do Islão.

Na perspectiva de muitos (demasiados) ocidentais, não parece racional, por exemplo, que os aiatolas estivessem dipostos a deixar que o «seu» país fosse completamente arrasado pelas armas nucleares israelitas, desde que Israel fosse por sua vez nuclearmente arrasado - não parece «razoável» que os líderes iranianos aceitassem que o Irão fosse massacrado como resposta a um ataque nuclear iraniano contra a pátria judaica. Todavia, a perspectiva laica e humanista, pacifista e «racionalista» ocidental não será decerto a melhor para compreender os sequazes de Alá.

Acresce que, ao contrário do que sucedia no caso soviético, o inimigo está disseminado por países mil, alguns deles aparentemente aliados dos EUA, pelo que não seria de todo verosímil que os Ocidentais atacassem em bloco os mais de mil milhões de muçulmanos que vivem no globo terrestre.

Em assim sendo, torna-se essencial compreender o que pode realmente afectar a hoste de Mafoma - é pois crucial jogar, não com as vidas humanas (prioridade apenas dos humanistas e dos materialistas, comunistas incluídos), mas sim com os símbolos religiosos e sua fragilidade. E, neste caso, a possibilidade real da destruição da Kaaba de Meca afigura-se muitíssimo mais eficaz no combate ao terrorismo islâmico do que o bombardeamento de cem cidades iraquianas, sírias, iranianas, afegãs ou paquistanesas.