PAGÃOS ADQUIREM DIREITOS RELIGIOSOS EM HOSPITAL DA ESCÓCIA

Brigid, Deusa céltica tríplice, curandeira e protectora

O hospital NHS de Tayside aceitou que sacerdotes pagãos possam oferecer serviços de aconselhamento e orações aos pacientes. Os cerca de trinta mil pagãos escoceses podem agora ter acesso a rituais, meditação e orações especiais, bem como estátuas de Divindades curandeiras, junto aos seus leitos caso sejam hospitalizados. Todavia, alguns dos aspectos mais vistosos de certas práticas pagãs - tais como o uso de tochas ardentes - terão de permanecer à margem. Os sacerdotes pagãos cuja presença seja requerida por pacientes pagãos não podem no entanto exercer qualquer actividade proselitista no interior do hospital nem dirigir-se a quem não pediu os seus serviços.

A Igreja da Escócia, por seu turno, protesta, afirmando que tal medida constitui um insulto à herança religiosa da nação, e que é uma prova de que «o diabo tem estado activo» em Tayside.
Um parlamentar escocês duma organização caritativa cristã foi mais «complexo» na sua argumentação: «Eu perguntaria qual o objectivo de tudo isto. Muito poucas pessoas na Escócia se identificam como sendo de fé pagã e creio que uma direcção hospital teria mais que fazer. Isto é um sinal do quão confusa é a sociedade actualmente. As pessoas têm de pensar com base nos valores que recebemos da nossa herança cristã, tais como respeito, a valorização do indivíduo e a liberdade pessoal.»


Tem graça que o indivíduo que assim fala comece por dar a entender que uma minoria muito minoritária não interessa a ninguém, pelo que nem precisa de ser respeitada, mas termina com a cassete da valorização da liberdade individual... e, claro, toda esta prosápia é escudada pela referência aos «valores» aos quais o escocês tem obrigação de se submeter porque os cristãos dominaram a Escócia (pela força e pela intimidação) e não admitem que possam existir outros credos... pelo meio, o lugar-comum de se dizer perplexo com a «confusão de valores desta época» fica sempre bem, dá um ar de filósofo idealista preocupado com... os «valores» que é preciso impor aos outros...

Repare-se bem que a Escócia é uma nação perfeitamente pacífica, sem conflitos internos de carácter político, religioso, social ou económico... e, ao que tudo indica, vive no seio da abundância burguesa e consumista tipicamente ocidental, a qual é marcada pelo relativismo e pela apologia da tolerância de tudo e de todos... e, mesmo assim, mesmo apesar de toda esta civilizada pacificidade, a própria Igreja do País afirma categoricamente a sua intolerância religiosa.

Pois é... a intolerância totalitária acaba realmente por ser uma característica costumeira, senão mesmo essencial, da Cristandade, por mais camadas civilizacionais ocidentais que se lhe derrame por cima.

Intolerância e, diga-se, inacreditável descaramento, já que a verdadeira herança religiosa escocesa é pagã, como sucede, de resto, com todas as outras nações europeias.

E deste modo o Paganismo marcha, lenta mas progressivamente, fazendo assim justiça histórica, a longo prazo. E, paralelamente ao seu avanço social e numérico, a ciência revela agora a utilidade de alguns dos antigos métodos curativos associados às antigas práticas religiosas pagãs: assim, descobriu-se recentemente que algumas das ervas usadas pelos druidas têm realmente propriedades medicinais, tendo um efeito similar ao da aspirina, servindo para reduzir a inflamação e aliviar as dores, além de conterem constituintes que ajudam a proteger o estômago e os intestinos contra a acidez e a ulceração, além de também servirem para tratar estados emocionais e nervosos negativos, entre os quais a depressão, a ansiedade e a tensão.