IRÃO ACUSA REINO UNIDO DE ISLAMOFOBIA POR... ARMAR SALMAN RUSHDIE CAVALEIRO
Ora o Irão acusa agora os líderes britânicos de «islamofobia» porque... se atreveram a atribuir tal honra a um indivíduo que foi alvo duma fátua de morte emitida pelo aiatola Coméni há dezoito anos atrás.
Como se sabe, Rushdie, por ter escrito um livro («Versículos Satânicos») no qual satirizava e criticava o profeta Maomé, foi sentenciado à morte pelo líder supremo dum país muçulmano, passando por isso a viver escondido e protegido pelas autoridades britânicas até hoje.
Ou seja, não contentes com a atitude de obrigarem alguém a ter de viver sob ameaça de morte virtualmente durante o resto da sua vida, ainda se sentem no direito de, em virtude da «maldição» por eles lançada, imporem limites a Estados soberanos...
Enfim, um novo recorde da arrogância descarada tão típica de certa chusma islâmica (bem colocada no seio do mundo muçulmano, pelo que se vê...).
Entretanto é capaz de vir aí a saloiada anti-sionista primária dizer que Salman Rushdie é um agente da Mossad e que isto foi tudo orquestrado pelo Sionismo internacional...
É de lembrar que em 1998 o governo iraniano disse que a fátua não seria apoiada pelo governo, mas também não seria rescindida (ver aqui).
Mas em Janeiro de 2005 o aiatola Ali Camenei afirmou que ainda acreditava que Rushdie era um apóstata (abandonou o Islão) cujo assassinato seria autorizado pelo Islão...
Mas a raiva islâmica não se limita ao Irão.
No Paquistão (país islâmico que possui armas nucleares) um ministro declarou no Parlamento que se tratava aqui duma afronta aos muçulmanos e justifica ataques suicidas. Leia-se o que disse o senhor, textualmente:
«Isto é uma ocasião para os mil e quinhentos milhões de muçulmanos olharem seriamente para esta decisão.
O Ocidente acusa os muçulmanos de extremismo e de terrorismo.
Se alguém explodisse uma bomba no seu corpo teria razão para o fazer a menos que o Governo Britânico peça desculpa e retire o título de «Sir» (a Salman Rushdie).»
Aparentemente, quem assim falou negou mais tarde tê-lo feito, ou aliás, disse que só queria era mostrar porque é que o terrorismo acontece...
Os legisladores paquistaneses aprovaram uma resolução governamental a exigir que o Reino Unido retire a honra concedida a Salman Rushdie, a qual, insistem, constitui um insulto aos sentimentos religiosos dos muçulmanos.
Nesse mesmo país, vários estudantes muçulmanos queimaram efígies da rainha inglesa Elizabeth II e do mencionado escritor indiano. Numa das manifestações houve mesmo quem exigisse, aos gritos, a morte de Rushdie.
Também na Malásia se registaram protestos contra o Reino Unido devido à concessão do grau de cavaleiro ao autor dos «Versículos Satânicos».
Há já extremistas islâmicos a oferecer £80,000 pela cabeça do referido escritor.
Tem especial graça que uma das vozes críticas do Irão declare «A monarca britânica vive na ilusão de que o Reino Unido ainda é a super-potência que era no século XIX e que conferir títulos é coisa considerada importante» - mas então, caro muslo, se não é importante, porque dão tanta importância ao caso?
Será por mesquinhez natural ou porque afinal a atribuição de títulos por parte da rainha anglo-saxónica ainda é importante?...
Outro disse o seguinte: «A questão é saber o que é que a velha encarquilhada britânica queria ao armar Rushdie cavaleiro, ajudá-lo? Bem, o seu acto só serve para encurtar a patética vida de Rushdie.»
Mais significativa ainda foi a posição de Lorde Ahmed, o primeiro dos pares (câmara dos lordes) muçulmanos do Reino Unido, que ficou abalado por ver uma honra a ser atribuída a um homem que, segundo Ahmed, «tem sangue nas mãos»...
(REGISTE-SE: um muçulmano perfeita e maximamente integrado na sociedade e cultura britânica acha que escrever um livro a criticar uma doutrina é o mesmo que ser culpado de crimes sangrentos...)
Mais acrescenta o Ahmed embifado mas não realmente anglicizado: «Há duas semanas, o Primeiro Ministro estava a apelar à construção de relações entre o mundo muçulmano e o Reino Unido, agora subitamente esta concessão de título de cavaleiro a um homem que não foi só abusivo contra muçulmanos, mas também contra cristãos - porque usou linguagem insultuosa contra Jesus Cristo.»
E aproveita para piscar o olho à beatagem, claro...
Em contrapartida, o Secretário de Estado britânico lembrou que alguns cristãos do Reino Unido ficaram irritados quando John Cleese fez o filme «A Vida de Brian» e que alguns judeus ficaram zangados com os filmes de Mel Gibson. (Nem por isso ameaçaram fosse quem fosse de morte).
E manteve, com firmeza e clareza ideológica, a posição britânica: «Temos de ser sensíveis (à sensibilidade dos ofendidos), mas achamos que a longo prazo a protecção do direito de exprimir opiniões em literatura, discussões e política é um valor fundamental para a nossa sociedade.»
E garantiu também que o Reino Unido sustém a sua decisão de honrar Salman Rushdie: «Temos o direito de expressar opiniões e a tolerância para com os pontos de vista alheios, não pedimos desculpa por isso.»
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