sábado, maio 19, 2007

UMA VEZ ESQUERDA, SEMPRE ESQUERDA... E, POR CONSEGUINTE, INIMIGA DA RELIGIOSIDADE

Na Índia, mais precisamente em Kerala, os sequazes de Marx e afins fazem o que podem para destruir os templos da religião nacional, o Hinduísmo, conjunto de práticas religiosas essencial e centralmente orientadas pela herança indo-europeia ou ariana desse país.

Há que lembrar alguns dos aforismos dos mais destacados mentores do Comunismo, referentes à postura comunista para com a Religião e, genericamente, para com tudo o que deles diverge:
- «O ateísmo é uma parte natural e inseparável do Comunismo.» - Lenin;
- «Temos de odiar. O ódio é a base do Comunismo.» - Lenin;
- «Quero vingar-me contra Aquele que reina acima de tudo.» - Karl Marx;
- «Lutamos contra Deus para lhe usurpar os crentes.» - Karl Marx.

Em Kerala, entretanto, parece haver, segundo os nacionalistas hindus, uma espécie de aliança não declarada entre comunistas, cristãos e muçulmanos, todos juntos contra o Hinduísmo.
Independentemente de se poder pensar que se trata aqui duma «paranóia» nacionalista, a ver todo o mundo unido em conspiração para destruir a Nação e a sua cultura, o que é certo é que cristãos, muçulmanos e comunistas partilham uma mesma matriz ideológica universalista e igualitária, além de se pretenderem, qualquer um deles, como donos exclusivos da verdade - são por isso duplamente motivados para destruir tudo o que seja religiosidade especificamente nacional, como é o caso do Hinduísmo, espécie de paganismo indiano.


12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sabem o que se passa com o forum nacional?

21 de maio de 2007 às 12:53:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

hinduismo espécie de paganismo???!!!
ó caturo! essa foi de brandar aos céus , não quererias dizer bramanismo...

21 de maio de 2007 às 13:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

O Hinduísmo vem na sequência do Bramanismo e descende em linha directa das antigas crenças indo-europeias dos Árias indianos, perfeitamente equivalentes às crenças dos outros povos indo-europeus (Gregos, Romanos, Celtas, Germanos, Baltas, Eslavos, etc.).

21 de maio de 2007 às 14:01:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

uma vez flamengo, sempre flamengo

VIVA O PCP!

21 de maio de 2007 às 14:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

o comunismo e o cristianismo é tudo farinha do mesmo saco

21 de maio de 2007 às 14:21:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Eu be me parecia que o caturo era monhé!

21 de maio de 2007 às 14:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

As citações estão retiradas de qualquer contexto. É impossível usá-las como justificação de uma acção de destruição de templos hoje em dia. O clima politico e religioso do final do século XIX é diferente do de hoje em dia e as mesmíssimas críticas que Marx e Lenine faziam à religião dominante já as li por aqui quando retiradas da "cartilha" neo-pagã - cartilha essa que também partilho em parte. O resto são as generalizações do costumes... quando de tratam de comunistas criticam-se as "verdades universais", quando se faz a apologia de qualquer teoria de Direita - por muito superficial que seja - já se lovam as "ideias firmes em oposição ao relativismo moral actual". Nada a que não esteja habituado.

Posto isto estou como é claro terminantemente contra qualquer ataque ou destruição de templos Hindús. Se o PC indiano decidiu embarcar nisso é com eles, a mim soa-me a aventureirismo deslocado e falta de observação da realidade concreta no seu todo cultural. Atacar qualquer Igreja organizada quando esta se revela uma força política a favor de um status quo reaccionário, no ponto de vista das ideias e praxis, é algo com que concordo, mas tal não presupõe o ataque aos seus símbolos e templos, nem aos seus fiéis. Um dos erros, de resto, da Revolução Russa - e do marxismo-leninismo em geral - foi o de ter confundido a posição política das religiões organizadas com os corpos vivos que representam, e de ter minimizado o apego humano às mesmas. Suponho que isto seja um efeito do Positivismo tardio. Na prática é por demais evidente que independentemente do sistema político e social as questões religiosas são inatas ao ser humano e ir contra elas "porque sim" é um erro grosseiro e contra natura.

Lembro de resto que, curiosamente, o SG do PCP é o único casado pela Igreja sem qualquer divórcio. Para os amantes do conservadorismo ultramontano deve ser incómodo que os seus paladinos políticos tenham a nível pessoal um curriculum altamente duvidoso.

21 de maio de 2007 às 15:11:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Francamente Sr Caturo,
na ânsia de unir tudo e todos contra o mundo Islâmico,misturas alhos com bogalhos.
Meu Caro Colega,
o Hinduísmo, além de ser um sistema religioso-filosófico eclético, dá suporte a diversas outras teorias e ensinamentos da mentira.
Os hinduístas não adoram o mesmo deus
Um hinduísta jamais poderá afirmar que adora o mesmo deus.
Há hindus monoteístas, há hindus politeístas e há hindus panteístas, e essa confusão toda é reconhecida como a Religião Hindu.

21 de maio de 2007 às 15:28:00 WEST  
Blogger Caturo said...

As citações estão retiradas de qualquer contexto

Pelo contrário - vêm muito a propósito porque explicam o constante combate da generalidade dos comunistas contra toda e qualquer forma de religião.



É impossível usá-las como justificação de uma acção de destruição de templos hoje em dia.

Tanto não é impossível que até justifica plenamente, não apenas este caso, mas também a perseguição contra os religiosos que hoje é feita pelo Estado Chinês.



as mesmíssimas críticas que Marx e Lenine faziam à religião dominante já as li por aqui quando retiradas da "cartilha" neo-pagã

Quais?



quando se faz a apologia de qualquer teoria de Direita - por muito superficial que seja - já se lovam as "ideias firmes em oposição ao relativismo moral actual".

Ao que te referes?

21 de maio de 2007 às 15:35:00 WEST  
Blogger Caturo said...

o Hinduísmo, além de ser um sistema religioso-filosófico eclético, dá suporte a diversas outras teorias

Como foi sempre típico dos indo-europeus...



e ensinamentos da mentira.

Qual mentira?



Os hinduístas não adoram o mesmo deus
Um hinduísta jamais poderá afirmar que adora o mesmo deus.


Há vários Deuses hindus, evidentemente (e, já agora, há também hindus que dizem que existe um Deus único - de qualquer modo, a dualidade monoteísmo vs. politeísmo não é importante para os hindus).
E depois?

21 de maio de 2007 às 15:44:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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As citações estão retiradas de qualquer contexto

Pelo contrário - vêm muito a propósito porque explicam o constante combate da generalidade dos comunistas contra toda e qualquer forma de religião.
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Não deixam de estar fora de contexto. Eu nem sei o que é que Lenine se está a referir quando diz que "temos que odiar". Lenine atou, mais do que Marx, o comunismo ao um ateísmo de Estado, nada de novo aí nem eu estou a tentar convencer ninguém do contrário. Mas as citações e críticas de Marx ao que era a Igreja na altura - incluindo a conhecida "a religião é o ópio do povo" - têm uma base concreta no que era a complacência e colaboração da mesma no processo de exploração gravíssimo derivado da Revolução Industrial. Marx refere-se ao papel da religião no processo de alienação do homem (e nem é o primeiro... vários o já tinham feito, como Nietzsche, embora com uma abordagem diferente). Aliás, isto de falar de "comunismo" torna-se por vezes complexo... Lenine via na Igreja Ortodoxa uma força reaccionária a ser eliminada pela raíz, Estaline começou a ver que visto ser óbvio que não iria desaparecer poderia ser usada. Realpolitik no seu melhor. As citações dadas não "explicam" por si só o combate da generalidade dos comunistas contra qualquer religião - fica o aviso que sou comunista e algo religioso, embora não no sentido mais tradicional do termo - pois sem o contexto ficam por adivinhar as causas do tal combate (concederás que por muito que te meta asco os comunistas terão algo mais concreto a opor às religiões do que "porque são más"). Essas causas eram reais e prevalentes no final do séc. XIX/principio do XX. Com o tempo é óbvio que o deixaram de ser da mesma forma, e não cabe na cabeça de nenhum comunista português que conheço ir queimar Igrejas (embora suponho que este acto em particular não te desagradasse assim tanto. Ehehe, não resisti :) ), quanto mais não seja porque, surpresa surpresa, a maior parte delessão católicos. Opor-se-ão, sem dúvida, a tomadas de posição da Igreja (ver questão do aborto) enquanto todo organizado, mas nisso não sáo de forma alguma os únicos.


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É impossível usá-las como justificação de uma acção de destruição de templos hoje em dia.

Tanto não é impossível que até justifica plenamente, não apenas este caso, mas também a perseguição contra os religiosos que hoje é feita pelo Estado Chinês.
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Considerar o Estado Chinês como comunista é esticar o conceito, mas enfim. Como não sou maoísta nem me vou incomodar, e é sabido que os quadros do PC chinês são educados na linha de Deng Xiau Ping, conseguindo acrobacias interessantes cojo resultado final se traduz numa economia com todos os defeitos da neo-liberal e exploração acentuada dos trabalhadores chineses . Seja como for a perseguição que o Estado Chinês faz não precisa desse tipo de justificações, e se as usam é apenas por conveniencia: a perseguição a religiosos insere-se no contexto de controlo das religiões que escapem à esfera de influência do governo chinês. Não é a religião em si que incomoda mas o facto de serem "rebeldes". Na China há de resto um culto quasi-religioso a Mao.

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as mesmíssimas críticas que Marx e Lenine faziam à religião dominante já as li por aqui quando retiradas da "cartilha" neo-pagã

Quais?
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Bem, tenho o "Drawing Down the Moon" em casa, mas grosso modo tu próprio já várias vezes mencionastes algumas delas. Imperialismo religioso, missionarismo violento, tentativa permanente de permear o comportamento diário e condicionar as escolhas individuais. Não digo que seja verdade, ou totalmente verdade, hoje em dia, mas históricamente existe de facto essa tendência, a par do conluío com os aparelhos de estado de cada país na manutenção dos seus privilégios. Não quero com isto dizer que estes "vícios" tornem a posição individual de cada um enquanto católico condição por si só de "culpa por associação". A alienação de que Marx falava, no que toca ao papel da Igreja, é igualmente aplicável quando se trata de travar à nascença qualquer tendência de descoberta de religiosidade dita "alternativa". Já não estou no meio neo-pagão português - pelo menos de forma activa - há uns anos, mas existia sem dúvida por parte de alguns uma análise crítica ao papel da Igreja ao longo dos séculos no seu papel de homogeniedade cultural e censura permanente do que não lhe era derivado.

21 de maio de 2007 às 16:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Escapou-se esta....

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quando se faz a apologia de qualquer teoria de Direita - por muito superficial que seja - já se lovam as "ideias firmes em oposição ao relativismo moral actual".

Ao que te referes?
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Falamos disso na discussão do "300" - onde contribuí com excertos de críticas ao filme. Um dos factores que me levou a defender a tua posição foi de resto em parte o facto de também eu ter "verdades" que, não sendo absolutas, são contudo firmes. A questão aqui é saber quais as verdades em que se acredita, e quais se julga estarem a ser impostas de forma exógenas como se de dogmas inateráveis se tratassem. Lembro, de resto, que parte da mitologia em que se apoiaram os franquistas - que suponho serem que apoias na questão da Guerra Civil de Espanha - foi a intrasigência e os valores eternos e universais de uma Espanha Católica (Una, Grande e Livre, etc.). Cada parte, e em especial em alturas de oposição crítica e períodos de antagonismo violento, contrói as suas verdades universais pelas quais se bate.

21 de maio de 2007 às 16:26:00 WEST  

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