quarta-feira, março 14, 2007

ALIADOS, ALIADOS, IDENTIDADES À PARTE

Eis aqui um bom exemplo de como defender uma ideia razoável por um método errado. E é pena, porque o primeiro paragráfo até é bastante certeiro:
Uma das coisas mais frustrantes de ver é a poderosa corrente anti-israelita e às vezes pura e simplesmente anti-semita que prevalece em demasiados média europeus. As predições de Bat Ye'or a respeito do anti-semitismo árabe (leia-se «anti-judaísmo») a disseminar-se pela Europa à medida que a islamização do continente e a queda na Eurábia provaram até agora ser depressivamente certeiras. Esta tendência tem de ser combatida, vigorosamente, por todos os anti-jihadistas europeus sérios. Não apenas porque é imoral e injusto para com os Israelitas, mas também porque aqueles que a alimentam estão a privar a Europa da sua oportunidade de compreender inteiramente a ameaça e entender a natureza da jihad que está agora a alvejar a Europa.

Mais à frente, o autor denuncia pertinentemente o complexo de culpa europeu como raiz principal para a rendição de demasiada gente influente perante os «encantos» e a ofensiva muçulmana.

Até aqui tudo bem.

Mas, na continuação da prosa, o usualmente aqui valorizado Fjordman aposta no superestrato judaico-cristão como motivo crucial e supostamente profundo para que os Europeus defendam Israel - diz o citado bloguista norueguês que a identidade religiosa da Europa tem duas pernas, a judaica e a cristã. E que não pode sobreviver decentemente sem qualquer uma delas.

Ora isto constitui uma ofensa às verdadeiras raizes do Ocidente, que, mau-grado os esforços dos mais fanáticos devotos da Cristandade, não morreram - em vez disso, sustentam ainda o cerne do que é ocidental. Trata-se inequivocamente da antiga herança grega, também da romana, das quais provém o essencial da Europa: valorização eminente da Liberdade, da Democracia, da Sabedoria, da Técnica, da insubmissão. A Filosofia, a Política, a Escultura, a Arquitectura, o Teatro, a Administração, tudo isto tem, no Ocidente, uma raiz que parte da Hélada e do Lácio. Já para não falar de algumas das mais importantes línguas nacionais europeias e até no idioma que é usado na taxonomia científica em todo o Ocidente - o Latim.

Assim, de judaico-cristão, o Ocidente só tem a religião - e, significativamente, este bloco civilizacional perdeu nos últimos séculos a sua índole religiosa, ao mesmo tempo que se fortalecia, isto é, se classicizava (voltava cada vez mais aos modelos gregos e romanos) em todas as outras vertentes da sua vida cultural: na literatura, na escultura, na pintura, na arquitectura, no pensamento, na política, na ciência.

Ora a religião que actualmente controla o Ocidente pode e, quanto a mim, deve ser substituída pelo retorno ao culto das antigas e verdadeiras Divindades dos Povos Europeus - ao fim ao cabo, a espiritualidade constitui o vértice superior de qualquer cultura e, em falando-se de herança cultural ocidental, fala-se evidentemente de religiões ocidentais. Mais claro e simples do que isto não pode haver.

Mas isto sou eu a falar, militante duma minoria ideológico-religiosa, dir-se-á...

Naturalmente que o ser ou não promovida apenas por uma minoria não constitui argumento, só por si, para determinar a qualidade duma determinada causa. De qualquer modo, a linha argumentativa de Fjordman e doutros conservadores ocidentais, visto que não só não se torna apelativa a vastos milhões de Ocidentais laicos, ou mesmo irreligiosos, como, para agravar o caso, até levanta suspeitas de que o combate ao Islão seja apenas um episódio da luta cristã para destruir os credos concorrentes. E isto, politicamente, é mortalmente perigoso, pelo divisionismo que deixa antever no que diz respeito às hostes de combatentes Europeus.


11 Comments:

Blogger Caturo said...

Caro amigo Miazuria,

Dizes que
Queiramos ou não, gostemos ou não, o cristianismo foi e é parte integrante da Europa,

Ora não creio que assim seja.

Historicamente, faz parte do percurso europeu, evidentemente. Civilizacionalmente, também. Mas não é por isso que passa automaticamente a ser parte da identidade europeia. Não é pelo facto de se ter imposto pela força que uma doutrina alienígena passa a ter de ser considerada como elemento crucial da identidade de determinado grupo. Só assim se poderá por exemplo resistir ao Islão, a partir do dia em que as forças muçulmanas se tornem porventura maioritárias em várias partes da Europa. Aliás, ouvi-te a falar contra o Alain de Benoist precisamente por ele admitir que se deve reconhecer aos muçulmanos o direito de constituir grupos autónomos em solo europeu, porque, alegadamente, já não é possível expulsá-los. Ora este argumento, baseado no princípio que em Português vernáculo se formularia como «já está, já está, paciência» conduz à sobreposição da força pura sobre a legitimidade da salvaguarda da identidade primordial.

Por conseguinte, se não aceitamos que o Islão possa ser parte da Europa, e se, num futuro hipotético, estaríamos dipostos a reconquistar ou a dar apoio moral, por meio de textos, já depois da nossa morte, aos que quisessem, por exemplo, partir da Rússia para ir reconquistando a Europa e expulsando o Islão de cada milímetro de solo europeu,

então não há motivo para que abramos excepção ao Cristianismo, que é, dum modo ou doutro, essencialmente tão estrangeiro à Europa como o Islão.



Aliás, quando falo de Cristianismo refiro-me ao Heleno-Cristianismo, desde logo permeado e influenciado pela filosofia Grega.

Um Islão europeu, ou europeizado (se for possível fazer-se tal coisa), continuará a ser estranho à Europa autêntica, a que provém da(s) estirpe(s) indo-europeia(s).



A Europa de sempre funda-se na conjugação entre as suas diferentes culturas e as etnias que a compõem, o ÚNICO "multiculturalismo" aceitável...

Sim, sem dúvida.



O que nesta questão releva pela sua pertinência, é o valor da LIBERDADE, característica, aqui sim, quase singular, do pensamento e do espírito Europeu!

De facto.


Saudações Nacionais

15 de março de 2007 às 20:35:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

tu és é chéché meu caro caturo, eu não cristão, muito menos católico, e admito os contributos civilizacionais e históricos para a construção das IDENTIDADES NACIONAIS da europa, por parte do cristianismo. negar 2000 anos de história nem se pode chamar revisionismo, é atraso mental. não julgues o mundo pela tua bitola, meu caro (pouco) pagão.

16 de março de 2007 às 00:05:00 WET  
Blogger Caturo said...

e admito os contributos civilizacionais e históricos para a construção das IDENTIDADES NACIONAIS da europa,

Não, tanso. Já expliquei neste blogue a diferença entre civilização e identidade. E de certeza que um credo eminentemente internacionalista, e ainda para mais de origem alienígena, não pode ser NACIONAL, mas é que nem de perto nem de longe.

Lá que tu emprenhes pelos ouvidos e te deixes ir na onda do facilitismo da mentalidade de rebanho e da preguiça intelectual, isso é contigo.


meu caro (pouco) pagão

Em que te baseias para dizer que sou pouco pagão?

16 de março de 2007 às 00:10:00 WET  
Blogger Caturo said...

Então, gostavas de banir o cristianismo em Portugal... Vais obrigar as pessoas a deixarem a sua religião?

Onde é que isso está escrito?



Ai a liberdade e a democracia... as vezes te esqueces.

Isso querias tu... mas lá conseguires provar que eu me esquecesse da liberdade e da democracia, foi coisa que nunca fizeste.

Aliás, eu é que demonstrei que não és democrático nem defensor da democracia, mesmo que pretendas o contrário.

16 de março de 2007 às 18:58:00 WET  
Blogger Caturo said...

E os nomes cristãos/semitas/hebraicos que a maioria dos portugueses têm? José, Maria... também queres apagar isso?... ou não pensaste tão longe?

Há muito que digo, a camaradas e não só, que esses nomes devem ser evitados ao máximo nas gerações vindouras. E, felizmente, não sou o único a pensar assim. Vários camaradas meus, que já são pais, preocuparam-se com a origem etimológica dos nomes que deram aos filhos.

Vamos realmente no bom caminho...



Escreve uns textos, escreve... que só para isso serves..

Tu nem para isso serves.


embora corras o risco de serem tomados como ficção grotesca em gerações futuras.

A ver vamos.

16 de março de 2007 às 19:00:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Que tal fazeres uma lista de nomes caturo.Penso que seria útil,pois muitos portugueses até tem preguiça de se imformarem.

16 de março de 2007 às 20:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

Há livros à venda que têm tudo isso.

16 de março de 2007 às 20:41:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"...então não há motivo para que abramos excepção ao Cristianismo, que é, dum modo ou doutro, essencialmente tão estrangeiro à Europa como o Islão."
HERESIA!
TENS SORTE! Á UNS TEMPOS ATRÁS JA TINHAS UMA FOGUEIRA BEM QUENTINHA Á TUA ESPERA!
Grandes tempos esses...

17 de março de 2007 às 15:28:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

pobres nazis que se chamam david e isaac
ahahahahhahahah

18 de março de 2007 às 17:19:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Em que te baseias para dizer que sou pouco pagão?

No teu absolutismo religioso.

18 de março de 2007 às 23:35:00 WET  
Blogger Caturo said...

Qual absolutismo religioso?

19 de março de 2007 às 01:12:00 WET  

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