segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O VALOR DA PROPAGANDA MILITANTE E REGULAR

Independentemente de se ser contra ou a favor, o que o resultado do referendo de ontem demonstrou foi o valor da propaganda a longo prazo.
Os do «Não» podem ter esgrimido bem os seus argumentos, mas, ingénua ou preguiçosamente, só começaram a trabalhar há meia dúzia de semanas. Enquanto isso, os do «Sim» deram no duro durante anos. Anos. Todos os dias. Abordando o assunto sempre que possível. Com presenças e manifestações «espontâneas» muito bem organizadinhas, com choradinhos constantes e aquele estilo histéricó-justiceiro dono da superioridade moral absoluta, tão típico da Extrema Esquerda de quem diz «toma lá fascista opressor um estalo nessa cara de explorador por andares a fazer mal aos pobrezinhos e humildes devias era ter vergonha e nem te atrevas a responder que não tens moral para isso, eu é que te ensino!!!!!»
Todavia, apesar desta habitual fúria e agitação esquerdistas, não creio que tivesse havido agora uma influência decisiva da parte mais propriamente esquerdista do eleitorado - esta sempre votou, já no outro referendo tinha votado e tinha sido derrotada, pois que os mais militantes nunca deixam de ir às urnas, aconteça o que acontecer. Podem parecer rebeldes e irreverentes, mas andam bem disciplinadinhos e nunca cagam fora do penico.
O que nesta votação fez a diferença foi na verdade uma parte da massa de indecisos, não militantes, que, ao longo dos anos, foram sendo influenciados, dia a dia, pela máquina propagandística pró-abortista.
E note-se que, ainda assim, os apoiantes do «Não» cresceram em número nos últimos dias.
E porquê?
Pura e simplesmente porque nesta altura fizeram aquilo que não tinham feito antes. Durante demasiado tempo, os anti-aborto deixaram-se ficar quietos, querendo fugir ao tema. Quando se puseram em acção, quase obrigados a isso, conseguiram ainda crescer, mas começaram a mover-se demasiado tarde.
A lição é óbvia e serve para todos os outros casos - o combate ideológico faz-se todos os dias, a cada momento, e não apenas na época de deitar o voto na urna.
Porque, caros camaradas, abortos há muitos e urge combatê-los - antifas, antirras, politicamente correctos, dimiescos, miscigenadores, enfim. Estamos em marcha.