POVINHO DE RÉDEA CURTA E BOLSO VAZIO...
A AIC (Associação Industrial Portuguesa) recomenda ao governo que não aumente os salários.
A Associação Industrial Portuguesa (AIP) defende que os salários pagos pelo Estado e pelos sectores não-industriais não devem aumentar, porque são «muito mais elevados» do que os praticados na indústria.
Nas recomendações que a AIP faz no Relatório da Competitividade de 2006, a associação defende, também, a revisão da legislação do trabalho.
«A recomendação que se faz ao Governo e aos sectores não industriais é no sentido de manter a pressão para o não aumento dos custos salariais, já que estes são muito mais elevados nos sectores não industriais», diz a AIP.
Recomenda, também, «ao Governo que encare de forma inovadora e sem preconceitos a revisão desta parte das relações laborais, começando pelas PME, por forma a induzir, nesta fase de crescimento da economia, 'um choque de produtividade'».
Entre os indicadores constantes do Relatório da Competitividade são referidos os custos unitários nominais do trabalho, apontando a AIP que «os custos unitários do trabalho do total da economia registam, desde há vários anos, aumentos acima da generalidade dos países da Zona Euro».
Dá voltas ao estômago, o descaramento desta cambada. Como se não bastasse a atitude exploradora de manter baixos os salários, ainda têm o topete de sugerir ao governo que não aumente os vencimentos que paga aos seus trabalhadores. E, para cúmulo, atreve-se a falar do que sucede na zona euro, quando é precisamente aí que a vergonha tuga se torna mais evidente: é que Portugal é o país europeu com salários mais baixos e isso não impede que seja igualmente o mais pobre.
Recordo-me de que no princípio da década de noventa, o «establishment» político-me(r)diático noticiava constantemente que, em termos económicos, Portugal estava ao nível da Irlanda e da Grécia.
Ora, em 2006, já o Eire e a Hélada passaram à frente de Portugal, no que respeita ao poder económico; ao mesmo tempo, os salários mínimos dos Irlandeses e dos Gregos são já mais altos do que os dos Portugueses e a distância entre os dois primeiros e o terceiro aumenta cada vez mais.
Em assim sendo, fica evidente que não é por elevar os salários que o País cai na bancarrota.
Acresce que os grandes colossos empresariais portugueses têm agora fabulosos lucros.
E, ainda assim, os salários nacionais mantém-se vergonhosamente baixos.
Baixos?... Quais deles?...
Os da «plebe», claro... Ficou-se a saber, já no tempo de Guterres, que o salário mínimo português era muito mais baixo do que o espanhol, e, todavia, o salário do primeiro-ministro português era mais alto do que o do seu homólogo do país irmão.
Ora isto é perfeitamente terceiro-mundista. Um povo que não se revolta com isto, não tem um comportamento de Europeu, mas de Africano, Sul-americano ou Asiático.
Os Povos Europeus não são tão submissos perante as elites como as gentes doutras paragens, como já Aristóteles observava.
É de notar que a subserviência atrai o desprezo. Seja por isso ou por outro motivo qualquer, ou por vários, o que parece evidente é que a elite (político-cultural) tuga despreza o Povo. Sinal disto mesmo foi a escandalosa lamentação do socialista Almeida Santos quando era presidente da Asssembleia da República de que os deputados ganhavam pouquíssimo (quatrocentos contos por mês, quando o salário mínimo andava pelos quarenta) e que, qualquer dia, tinham de andar a pedir esmola...
queria o senhor dizer que não se podia ter uma vida digna com um ordenado tão baixo...
Ora, se a dignidade só se alcança com um vencimento da ordem das centenas de contos, o que é que o resto do povo significa? O que são os trabalhadores das classes média, média-baixa, baixa e baixíssima? Sub-humanos?
Não é difícil adivinhar a resposta: para Almeidas Santos e quejandos, a miséria salarial com que o povo vive exprime-se com o provérbio «Para quem é, bacalhau basta.»
Ainda há uns meses ventilou-se por aí a hipótese de fazer vingar a proposta de Jacques Delors para que houvesse um salário mínimo europeu, mas depois o assunto ficou por aí... ficou por aí juntamente com as esperanças dos Portugueses de se conseguirem safar do tratamento suíno que lhes é ministrado pela sua «elite» bastarda, estrangeirada, que despreza o Povo.
A Associação Industrial Portuguesa (AIP) defende que os salários pagos pelo Estado e pelos sectores não-industriais não devem aumentar, porque são «muito mais elevados» do que os praticados na indústria.
Nas recomendações que a AIP faz no Relatório da Competitividade de 2006, a associação defende, também, a revisão da legislação do trabalho.
«A recomendação que se faz ao Governo e aos sectores não industriais é no sentido de manter a pressão para o não aumento dos custos salariais, já que estes são muito mais elevados nos sectores não industriais», diz a AIP.
Recomenda, também, «ao Governo que encare de forma inovadora e sem preconceitos a revisão desta parte das relações laborais, começando pelas PME, por forma a induzir, nesta fase de crescimento da economia, 'um choque de produtividade'».
Entre os indicadores constantes do Relatório da Competitividade são referidos os custos unitários nominais do trabalho, apontando a AIP que «os custos unitários do trabalho do total da economia registam, desde há vários anos, aumentos acima da generalidade dos países da Zona Euro».
Dá voltas ao estômago, o descaramento desta cambada. Como se não bastasse a atitude exploradora de manter baixos os salários, ainda têm o topete de sugerir ao governo que não aumente os vencimentos que paga aos seus trabalhadores. E, para cúmulo, atreve-se a falar do que sucede na zona euro, quando é precisamente aí que a vergonha tuga se torna mais evidente: é que Portugal é o país europeu com salários mais baixos e isso não impede que seja igualmente o mais pobre.
Recordo-me de que no princípio da década de noventa, o «establishment» político-me(r)diático noticiava constantemente que, em termos económicos, Portugal estava ao nível da Irlanda e da Grécia.
Ora, em 2006, já o Eire e a Hélada passaram à frente de Portugal, no que respeita ao poder económico; ao mesmo tempo, os salários mínimos dos Irlandeses e dos Gregos são já mais altos do que os dos Portugueses e a distância entre os dois primeiros e o terceiro aumenta cada vez mais.
Em assim sendo, fica evidente que não é por elevar os salários que o País cai na bancarrota.
Acresce que os grandes colossos empresariais portugueses têm agora fabulosos lucros.
E, ainda assim, os salários nacionais mantém-se vergonhosamente baixos.
Baixos?... Quais deles?...
Os da «plebe», claro... Ficou-se a saber, já no tempo de Guterres, que o salário mínimo português era muito mais baixo do que o espanhol, e, todavia, o salário do primeiro-ministro português era mais alto do que o do seu homólogo do país irmão.
Ora isto é perfeitamente terceiro-mundista. Um povo que não se revolta com isto, não tem um comportamento de Europeu, mas de Africano, Sul-americano ou Asiático.
Os Povos Europeus não são tão submissos perante as elites como as gentes doutras paragens, como já Aristóteles observava.
É de notar que a subserviência atrai o desprezo. Seja por isso ou por outro motivo qualquer, ou por vários, o que parece evidente é que a elite (político-cultural) tuga despreza o Povo. Sinal disto mesmo foi a escandalosa lamentação do socialista Almeida Santos quando era presidente da Asssembleia da República de que os deputados ganhavam pouquíssimo (quatrocentos contos por mês, quando o salário mínimo andava pelos quarenta) e que, qualquer dia, tinham de andar a pedir esmola...
queria o senhor dizer que não se podia ter uma vida digna com um ordenado tão baixo...
Ora, se a dignidade só se alcança com um vencimento da ordem das centenas de contos, o que é que o resto do povo significa? O que são os trabalhadores das classes média, média-baixa, baixa e baixíssima? Sub-humanos?
Não é difícil adivinhar a resposta: para Almeidas Santos e quejandos, a miséria salarial com que o povo vive exprime-se com o provérbio «Para quem é, bacalhau basta.»
Ainda há uns meses ventilou-se por aí a hipótese de fazer vingar a proposta de Jacques Delors para que houvesse um salário mínimo europeu, mas depois o assunto ficou por aí... ficou por aí juntamente com as esperanças dos Portugueses de se conseguirem safar do tratamento suíno que lhes é ministrado pela sua «elite» bastarda, estrangeirada, que despreza o Povo.
6 Comments:
E de onde são esses "senhores indústriais? Do norte, que sempre enriqueceram ás custas da mão de obra barata e submissa. Gente que se gaba aqui constantemente de serem bravos guerreiros, mas que não passam de obdientes carneiros.
Ai está uma diferença entre nós do sul com os nortenhos.
Quem muito se abaixa...
Esses senhores penssam que ainda vivem na era dos servos da gleba.
Quanto aos cargos de chefia, temos os gestores mais bem pagos da Europa mas em contrapartida os piores da Europa.
Portugal no seu melhor.
Visigodo
HM, onde andas? Excitas-me loucamente!
Quanto aos cargos de chefia, temos os gestores mais bem pagos da Europa mas em contrapartida os piores da Europa.
Por acaso também ouvi dizer que os gestores portugueses ganham muito mais do que os seus homólogos alemães.
Enfim, é realmente à terceiro-mundo.
Nota: foram acrescentados mais dois parágrafos ao tópico.
Gente que não está interessada no desenvolvimento do país nem no investimento na educação e competitividade...é assim.
Precisamente. O País precisa duma classe média para que o consumo dinamize a economia, mas os abutres borrifam-se para isso.
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