segunda-feira, abril 17, 2006

DIFERENTES VISÕES DO MUNDO E DISTRACÇÕES PERIGOSAS

Hace ahora diez años que Bin Laden realizó su primera declaración de guerra contra Estados Unidos y el mundo occidental. Nadie le creyó entonces. Dos años más tarde, en 1998, dictó su segunda fatwa declarando como deber universal e individual de todo buen musulmán atentar contra “americanos, infieles, judíos y cruzados”. Una década más tarde paree que el mundo sigue sin creer que el visionario líder de Al Qaeda realmente estuviera haciendo una declaración de guerra. El mundo occidental, en general, se niega a admitir que un individuo que no cuenta con ningún poder estatal, un simple terrorista, pueda poner en jaque a nuestras sociedades avanzadas.
Nos cuesta tanto imaginarnos la mente de la jihad que preferimos creer que el terrorismo islamista es un fenómeno asimilable a cualquier otro acto criminal. De hecho, la principal conclusión a la que llegó la comisión independiente que estudió el 11-S en Estados Unidos fue que la comunidad de inteligencia y toda la seguridad norteamericana pecó de “falta de imaginación”. No se vio venir el ataque no por falta de indicios, que los había, sino porque nadie estaba preparado para reconocer el cuadro final
.


É de crucial importância perceber-se isto quando se quer despertar os povos ocidentais do torpor hipnótico, algo sonâmbulo, em que se encontram, para que se ergam contra a ameaça islâmica. O autor do excerto que aqui trago põe a tónica nos serviços de informação ocidentais, mas aquilo que diz aplica-se, com mais profundidade, à esmagadora maioria da população ocidental, que, embora comece já a perceber o que é o Islão (o episódio das caricaturas foi, segundo alguns, decisivo, como diz Wolfgang Bruno), ainda não compreendeu, penso, a verdadeira dimensão do inimigo que enfrenta.

E porque não compreendeu?

Porque o modo de pensar islâmico é de tal maneira estranho aos Ocidentais que estes têm muitas vezes dificuldade (e, curiosamente, quanto mais cultos mais dificuldade demonstram) em entender que essa maneira de pensar possa sequer existir. E quando se lhes diz que o Islão visa conquistar o planeta e submeter toda a humanidade à lei corânica, recebe-se muitas vezes um sorriso irónico como se tal informação se tratasse de alguma teoria da conspiração primária; e quando se afirma, e se mostra até, que tal intenção é declarada no Alcorão, a resposta é mais ou menos dúbia ou um puro e simples silêncio de quem nem sequer parece ter ouvido.

E provavelmente não ouviu - e não ouviu porque a mente não acredita que a coisa possa existir mesmo.

Ainda hoje me lembrei disto quando falava com um camarada pagão, que estava muito escandalizado com esta pequena curiosidade histórica: o imperador Alexandre Severo tinha no seu Lararium (espécie de pequena capela caseira, doméstica, em que os pagãos romanos guardavam imagens dos Lares (espíritos do lar) e dos seus Deuses mais próximos) imagens de Jesus e de Abraão, ao lado de figuras de Orfeu e de Alexandre o Grande. Disse-lhe que essa atitude era muito típica de um grande número de pagãos, que consideravam Jesus como sendo mais um entre muitos Deuses.

Mas os cristãos não admitiam que Jesus fosse apenas «mais um».

Para os cristãos, toda a gente tinha de considerar Jesus como o único Deus existente.

O camarada afirmou que Alexandre Severo procedera incoerentemente, porque um pagão não podia adorar um Deus exclusivista como Jesus; e eu respondi-lhe que, provavelmente, Alexandre Severo nem sequer tinha pensado nisso, dado que, na prática, a esmagadora maioria das pessoas não sabe tudo sobre os Deuses aos Quais presta culto. É por isso muito plausível que o referido imperador pura e simplesmente não soubesse que Jesus não aceitava partilhar os seus crentes com outras Divindades. Ouviu porventura falar em Jesus como sendo mais um novo Deus, que conquistava muitos adeptos, e, por conseguinte, achou prudente adicioná-Lo às suas Divindades de eleição, sempre era mais um Poder Divino a ajudar...

A falta de informação sobre a real natureza do Cristianismo manteve grande parte da população pagã numa ignorância despreocupada.

Ou então... ou então grande parte dos pagãos fazia ouvidos de mercador quando os cidadãos mais atentos avisavam que o Cristianismo queria destruir todos os Deuses de Roma.

E porquê?

Porque a intolerância derivada do exclusivismo religioso cristão era de todo estranha à mentalidade do ocidental antigo, fosse grego ou romano.

Sucede algo de similar com boa parte dos Ocidentais actuais, que não entendem o que o Islão quer realmente, ou recusam-se a entendê-lo, porque não se querem meter em conflitos.

Mas, como se diz no artigo, citando Trotski, “Puede que no le interese la guerra, pero la guerra sí que se interesa por usted” - Pode ser que não te interesses pela guerra, mas a guerra interessa-se por ti...