IGREJA QUER IMPEDIR FESTA
Do Fórum Nacional:
Estalou a guerra por causa da Sexta-feira Santa. No centro da polémica está um festival de dança agendado para o fim-de-semana de 14 e 15, na Mariana do Lugar-de-Baixo, Ponta do Sol (Oeste do Funchal, Madeira). A Igreja está contra, diz que é uma “falta de respeito pelos símbolos religiosos” e pede aos jovens para não se deixarem “sujar com o dinheiro de Judas”.
Foi com estas palavras que, ontem de manhã, o bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria, se insurgiu contra na homilia do Domingo de Ramos. À tarde, um grupo de padres e populares subscreveu uma petição contra o festival, no qual se lê que “o terrorismo não se faz só com bombas e armas”.
Os jovens estão indiferentes às solicitações da Igreja. “Entendo a posição, mas cada um tem direito de fazer o que lhe apetece”, diz Duarte Berenguer, 24 anos, que admite participar na festa. “A Igreja não está a evoluir. Este assunto está a dar mais polémica por ser feita numa zona rural, menos citadina. Isto não é normal. É costume haver festas nesta altura e há bares que na sexta-feira estão abertos toda a noite.” Também para Filipe Caires, 24 anos, “a posição da Igreja não se justifica e só faz com que os jovens se afastem mais”.
GOVERNO LAVA AS MÃOS
O CM perguntou ao Governo Regional da Madeira o que achava da polémica, uma vez que a festa é apoiada pela Direcção Regional de Turismo. A resposta do assessor Paulo Pereira foi curta: “Não temos nada a ver com isso.”
O Madeira Paradise Dance Festival 2006 é uma iniciativa da Câmara Municipal da Ponta do Sol. Organização e autarquia estiveram ontem incontactáveis.
NOTAS DE UMA POLÉMICA
HOMILIA
“Sexta-feira Santa é um símbolo sagrado, dia da morte de Jesus”, disse D. Teodoro Faria. “Faltar ao respeito aos símbolos religiosos ofende e faz sofrer os que têm fé. É preciso saber dizer não e sim à própria consciência.”
PETIÇÃO
“O paraíso para aqueles que planearam e levam a efeito o dito espectáculo é viver numa ilha onde se desrespeita de forma grotesca os sentimentos mais profundos de uma comunidade”, lê-se na petição.
FESTIVAL
É esperada uma enchente no festival. Entre os nomes convidados estão DJ de topo: Roger Sanchez, Steve Angelo e Hernan Cattaneo. Os críticos não poupam a Câmara e a Região de Turismo, por apoiarem a iniciativa.
Considerar que um divertimento de jovens numa data sagrada para os cristãos é um acto de terrorismo, mostra apenas que, no seio da Igreja, o obscurantismo realmente terrorista ainda não acabou.
Quanto à parte em que a Igreja se queixa do insulto, trata-se de uma aldrabice típica de quem gosta de armar em vítima, como se toda a gente fosse obrigada a ir à festa...
A Igreja queria simplesmente que toda a gente regesse a sua vida de acordo com as datas cristãs - ao ponto de querer meter o bedelho na vida de cada um, como se tivesse o direito a dominar a intimidade e a vida de cada um.
Estalou a guerra por causa da Sexta-feira Santa. No centro da polémica está um festival de dança agendado para o fim-de-semana de 14 e 15, na Mariana do Lugar-de-Baixo, Ponta do Sol (Oeste do Funchal, Madeira). A Igreja está contra, diz que é uma “falta de respeito pelos símbolos religiosos” e pede aos jovens para não se deixarem “sujar com o dinheiro de Judas”.
Foi com estas palavras que, ontem de manhã, o bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria, se insurgiu contra na homilia do Domingo de Ramos. À tarde, um grupo de padres e populares subscreveu uma petição contra o festival, no qual se lê que “o terrorismo não se faz só com bombas e armas”.
Os jovens estão indiferentes às solicitações da Igreja. “Entendo a posição, mas cada um tem direito de fazer o que lhe apetece”, diz Duarte Berenguer, 24 anos, que admite participar na festa. “A Igreja não está a evoluir. Este assunto está a dar mais polémica por ser feita numa zona rural, menos citadina. Isto não é normal. É costume haver festas nesta altura e há bares que na sexta-feira estão abertos toda a noite.” Também para Filipe Caires, 24 anos, “a posição da Igreja não se justifica e só faz com que os jovens se afastem mais”.
GOVERNO LAVA AS MÃOS
O CM perguntou ao Governo Regional da Madeira o que achava da polémica, uma vez que a festa é apoiada pela Direcção Regional de Turismo. A resposta do assessor Paulo Pereira foi curta: “Não temos nada a ver com isso.”
O Madeira Paradise Dance Festival 2006 é uma iniciativa da Câmara Municipal da Ponta do Sol. Organização e autarquia estiveram ontem incontactáveis.
NOTAS DE UMA POLÉMICA
HOMILIA
“Sexta-feira Santa é um símbolo sagrado, dia da morte de Jesus”, disse D. Teodoro Faria. “Faltar ao respeito aos símbolos religiosos ofende e faz sofrer os que têm fé. É preciso saber dizer não e sim à própria consciência.”
PETIÇÃO
“O paraíso para aqueles que planearam e levam a efeito o dito espectáculo é viver numa ilha onde se desrespeita de forma grotesca os sentimentos mais profundos de uma comunidade”, lê-se na petição.
FESTIVAL
É esperada uma enchente no festival. Entre os nomes convidados estão DJ de topo: Roger Sanchez, Steve Angelo e Hernan Cattaneo. Os críticos não poupam a Câmara e a Região de Turismo, por apoiarem a iniciativa.
Considerar que um divertimento de jovens numa data sagrada para os cristãos é um acto de terrorismo, mostra apenas que, no seio da Igreja, o obscurantismo realmente terrorista ainda não acabou.
Quanto à parte em que a Igreja se queixa do insulto, trata-se de uma aldrabice típica de quem gosta de armar em vítima, como se toda a gente fosse obrigada a ir à festa...
A Igreja queria simplesmente que toda a gente regesse a sua vida de acordo com as datas cristãs - ao ponto de querer meter o bedelho na vida de cada um, como se tivesse o direito a dominar a intimidade e a vida de cada um.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home