segunda-feira, março 06, 2006

DEBATE FRENTE A FRENTE - O ISLÃO E O OCIDENTE LAICO

Vale a pena gastar uns escassos cinco minutitos a ver e ouvir esta senhora (de nome Wafa Sultan, creio) falar, dizendo na cara de um clérigo muçulmano uma série de coisas para as quais este não teve resposta (ou, pelo menos, não se viu a sua resposta):
Clicar nos items #1050 e #783

Chamo a atenção para o seguinte: quando um dos muçulmanos com quem a senhora travava debate resolveu dizer que «O choque de civilizações foi inventado por Samuel Huntington, não por bin Laden», não me engano muito se disser que certa maralha intelectualóide pró-islâmica (de Esquerda, mas também da Direita sonsa) aplaudiria prontamente. Mas a sua interlocutora não foi na fita e espetou-lhe em cheio a devida resposta: «Quem inventou o choque de civilizações foi o profeta Maomé quando mandou que os seus fiéis fizessem a guerra santa para converter ou submeter os infiéis pela força.»

Isto está mesmo no Alcorão, tal e qual, sem tirar nem pôr.

Em resposta, um dos muçulmanos limitou-se a dizer que a mulher estava a ofender o profeta e o Alcorão...

Ora o que Wafa Sultan disse é o mais elementar, o mais óbvio, o mais evidente - está no próprio Alcorão, para quem quiser ler, sem apelo nem agravo. Torna-se absurdo que a generalidade dos «analistas» que mostram as ventas na tevê não sejam capazes de expor tal facto ao conhecimento das multidões ocidentais. Faz-me lembrar um certo sketch de Monty Python em que, num programa televisivo, determinado sujeito clamava ter escrito todas as obras de Shakespeare; quando o apresentador do programa lhe perguntou «Mas como pode ser isso se todas as obras de Shakespeare foram escritos trezentos anos antes do senhor nascer?», a resposta foi «Pois, aí tem razão, apanhou-me bem, por esse argumento é que eu não esperava, o senhor foi demasiado esperto para mim...»

Seguidamente, Wafa Sultan faz notar que os actuais «cristãos e judeus» não são «pessoas do Livro», mas sim de vários livros - pois que todos os livros científicos dos últimos dois séculos foram escritos por ocidentais.

É também de louvar o modo como a refugiada responde a um dos muçulmanos que enunciara o rol de guerras e «crimes» cometidos pelos Ocidentais (não se esquecendo de atribuir cinquenta milhões de mortos a Hitler, isto para esfregar nas carinhas dos anti-sionistas hitlerianos que pensam mesmo que quando os muçulmanos são uns gajos porreiros e sinceros quando apoiam o Fuhrer») - Wafa Sultan dispara, sem contemplações, uma série de factos históricos, incluindo a própria atitude islâmica de intolerância para com as outras religiões (e refere por exemplo o que Tarik disse às tropas que comandava na invasão muçulmana da Ibéria: «Atrás de vós, o mar - o inimigo está à frente»).

Mas enfim, escusam de ir mostrar isto àquela espécie de anti-sionistas de vistas curtas - é que a senhora, humanista de origem árabe refugiada nos E.U.A., tece umas quantas considerações elogiosas aos Judeus (exagerando talvez um bocado quando os considera obreiros de todo o desenvolvimento científico da época contemporânea) e basta isso para que os vossos interlocutores comecem de imediato a soltar slogans contra a «conspiração judaica» e etc. e tal, de maneira a abafar o essencial - o que está escrito no Alcorão.


Quem não conseguir ir ao site pelo link acima indicado, clique aqui para ver pelo menos a parte mais importante do debate.

33 Comments:

Blogger Rodrigo N.P. said...

Eu já li mais de metade do Alcorão e ainda não encontrei essa frase, se puderes indicar-me qual a Surata. Não digo que não esteja por lá, repara, o Alcorão, como a Bíblia, é um livro com mensagens muitas vezes contraditórias, e cada grupo aproveita o que mais lhe interessa. Posso-te dizer que existem passagens do Corão em que vem expressamente dito que não é aceitável a guerra senão em legítima defesa, outras mostram animosidade clara face aos infiéis, é certo...há de tudo. De resto o Islão tem também correntes místicas muito interessantes, as do sufismo, não existe um Islão uno.

Mas uma vez mais,qual a Surata onde posso encontrar aquela frase?Pergunto isto porque também é preciso contextualizar as Suratas, algumas são situadas face a contextos históricos específicos.

6 de março de 2006 às 15:40:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Excelente post, Rodrigo. Aguardamos a resposta do Caturo. ;)

]:->

6 de março de 2006 às 16:44:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Creio que encontrei algo similar.

Da 9º Surata,123." Ó fiéis, combatei os vossos vizinhos incrédulos para que sintam severidade em vós; e sabei que Deus está com os tementes.”


Ainda da 9º Surata, 20"Os fiéis que migrarem e sacrificarem seus bens e suas pessoas pela causa de Deus, obterão maior dignidade ante Deus e serão os ganhadores."

Esta é a referência, ou uma delas, àquilo que vulgarmente entendemos por jihad no ocidente.

6 de março de 2006 às 18:10:00 WET  
Blogger Caturo said...

"But when the forbidden months are past, then fight and slay the Pagans wherever ye find them, and seize them, beleaguer them, and lie in wait for them in every stratagem (of war); but if they repent, and establish regular prayers and practise regular charity, then open the way for them: for Allah is oft-forgiving, Most merciful."
[Al-Qur’an 9:5]

6 de março de 2006 às 18:22:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Da 2º surata, 256"Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, Ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo."

Não há portanto imposição religiosa uma vez que o Alcorão revela a verdade, assim sendo só a aceita quem quer, sendo que os que renegam irão para o inferno. Enfim, nada que o cristianismo também não afirme. Mas sublinho esta passagem onde o Livro legitima a liberdade religiosa.

6 de março de 2006 às 18:22:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Sim, eu bem sei que a 9º Surata de onde tiraste isso está cheia de referências violentas face ao infiel, não é por acaso que é a única surata que não está escrita em nome de Alá o misericordioso.

De resto, ao longo do Corão, são constantes as desconsiderações e ameaças face aos incrédulos. Mas como te disse outras passagens referem o oposto como aquela da 2ºsurata.

No global é um livro próprio de uma religião expansionista e intolerante mas não pode de forma alguma ser considerado o iniciador do choque civilizacional porque é posterior ao AT, e por essa ordem de ideias os verdadeiros iniciadores do choque de civilizações são os judeus. Basta ler os seus escritos sarados que antecedem o Alcorão e ver como se referem aos não judeus e a forma como o seu Deus trata os inimigos do povo eleito.

6 de março de 2006 às 18:29:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Uma nota adicional, no Corão existem versos(mansukh) que são anulados por outros que os contradizem(nasikh), a base dessa anulação é geralmente cronológica.

Como a 2º surata é uma das primeiras é legítimo pensar que a mensagem de tolerãncia que ali se encontra está subjugada á intolerência visível na maior parte do Corão.

Apenas mais um dado para reflexão.

Mas como te disse, os iniciadores do choque civilizacional, com base no Livro, são os judeus,não os islâmicos.Isto significa que a Europa não pode compactuar nem com uns nem com outros, o problema é que uns passam despercebidos e detêm muito maior poder, e sobretudo nos centros que verdadeiramente contam.

6 de março de 2006 às 19:06:00 WET  
Blogger Caturo said...

Caro Rodrigo, atenção à abrogação: de acordo com vários intérpretes, as partes que ordenam a guerra contra o infiel desautorizam as que dizem não haver compulsão na religião.

Aqui:

http://debate.domini.org/newton/tolerance.html

6 de março de 2006 às 19:11:00 WET  
Blogger Caturo said...

(Isto está com problemas e mandei a mensagem anterior antes de ler a tua última).

Mas como te disse, os iniciadores do choque civilizacional, com base no Livro, são os judeus,não os islâmicos.

Talvez. Mas repara nisto: os Judeus, embora julgando-se superiores ao resto do mundo (como aliás o fizeram outros povos, tanto os Gregos como os Chineses, os Japoneses, etc.), ficam-se pelo seu quintal. Não são religiosamente imperialistas. A sua religião é nacional. Não andam a querer converter a humanidade (já aqui publiquei um artigo a dizer que o Cristianismo foi precisamente uma manobra judaica para subjugar o resto do mundo, mas deixemos isso para já...;)).

E hoje, os Judeus estão mais ou menos próximos da civilização ocidental; além disso, o facto de possuírem o seu próprio Estado, não imperial, ajudaria a colocá-los no seu devido lugar.

Com o Islão é diferente - por trás ou pela frente, expandem-se, mesmo debaixo dos nossos olhos.

6 de março de 2006 às 19:18:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Foi xactemente o que referi no post anterior Caturo. Creio que é disso mesmo que se servem os fanáticos.

Repara, novamente da 2º Surata,190"Combatei,pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores."

Aqui está claramente patente a defesa do direito de agressão apenas em legítima defesa, como referi no início. Porém, como esta é uma das primeiras suratas creio que está sujeita a abrogação.

Um ponto importante a reter nesta discussão é que a ordem do Corão não é necessariamente cronológica.

Mias uma,agora na 4º surata,89-90:

" 89. Anseiam (os hipócritas) que renegueis, como renegaram eles, para que sejais todos iguais. Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que tenham migrado pela causa de Deus. Porém, se se rebelarem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor.

90. Exceto àqueles que se refugiarem em um povo, entre o qual e vós exista uma aliança, ou os que, apresentando-se a vós, estejam em dúvida quanto ao combater-vos ou combater a sua própria gente. Se Deus tivesse querido, tê-los-ia feito prevalecer sobre vós e, seguramente, ter-vos-iam combatido; porém, se eles se retirarem, não vos combaterem e vos propuserem a paz, sabei que Deus não vos faculta combatê-los."

Repara que a última parte uma vez mais afirma que Deus não faculta que se combata aqueles que não agridem.

Mas desconhelo a data desta surata, o facto de ser a 4º no Corão não significa que seja anterior a outras que se lhe seguem pois creio que o livro não segue uma ordenação cronológica e isto é importante para entender a abrogação.

Seja como for, não está em causa que a natureza do Islão é passível de justificar a violência face aos descrentes, mas não é verdade o que a senhora afirmou.

6 de março de 2006 às 19:28:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Bolas, estou a publicar à pressa e isto vai cheio de gralhas. Mas dá para entender :)Tenho de sair agora, logo à noite volto ao tema.

6 de março de 2006 às 19:32:00 WET  
Blogger Caturo said...

mas não é verdade o que a senhora afirmou.

Aí, discordo - se o próprio Alcorão declara a guerra santa pela conversão ou submissão do infiel, isso é uma guerra civilizacional. E a História demonstra-o: onde quer que o Islão tenha tido força perante uma civilização não islâmica, houve guerra - no Médio Oriente, na Ibéria, nas Balcãs, na Tchetchénia e, particularmente, na Índia.

6 de março de 2006 às 19:48:00 WET  
Blogger Caturo said...

Constato entretanto o silêncio do gajo que assina assim: ]:->

É que ele gosta de defender os Judeus e apanhou um melão de todo o tamanho quando viu o Rodrigo a dizer que os Judeus ainda eram piores que os muçulmanos...;););)

6 de março de 2006 às 20:19:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Essa história do choque de civilizações como foi conceptualizada pelo Huntington não pode ser levada muito a sério visto que a forma como ele divide os chamados blocos civilizacionais é muito discutível para não dizer errada. É também preciso dizer que os judeus representam uma nação e não uma civilização, no entanto o que afirmo é que as bases primeiras para o choque civilizacional nas religiões do Livro não se encontram no Islão mas sim no judaísmo e não apenas no AT mas também no Talmud. Não creio que seja necessário colocar aqui as passagens comprovativas porque creio que as conhecerás tão bem ou melhor que eu.

E mais,em minha opinião grande parte daquilo que hoje entendemos por choque de civilizações é instrumentalizado por lobbies judaicos e por israel, através sobretudo dos EUA.

6 de março de 2006 às 21:24:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Só um esclarecimento adicional, eu não acho que os judeus ainda sejam piores que os islâmicos, como referes,o que não quero é que os muçulmanos imponham a sua lei em terras europeias e que os judeus imponham a defesa dos seus interesses no mundo através dos povos europeus ou que imponham as suas regras e mundividências sobre o Ocidente.

O que acho é que o poder de uns e outros advém de factores diferentes e não é por ser mais perceptível ao cidadão médio o problema islâmico que deixa de existir um forte lobby judeu a actuar no ocidente. E este, sendo mais discreto e tendo acesso a meios mais poderosos, torna-se bastante sério. Sobretudo quando é fácil, perante a ameaça islâmica manipular parte da opinião pública para andar a acenar bandeirinhas americanas em nome de pretensos combates ao terrorismo e defesas da democracia.Mas enfim, isto é uma velha história.

6 de março de 2006 às 21:42:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Por acaso estive a rever a coisa e o Huntington até coloca Israel fora do espaço ocidental, como representante de um bloco em si, uma "civilização" digamos.

7 de março de 2006 às 02:09:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Só um esclarecimento adicional, eu não acho que os judeus ainda sejam piores que os islâmicos, como referes,"

Pobre Caturo, é que nem uma. ;)

]:->

7 de março de 2006 às 10:55:00 WET  
Blogger Caturo said...

Pobre Caturo, é que nem uma

Bem se vê quem é que não dá nem uma - é quem vem todo lampeiro saudar uma mensagem dum interveniente e depois cala-se que nem rato, embora irritado;), quando vê que o interveniente afinal até é mais «anti-sionista» do que o «cumprimentante» pensava...;)

7 de março de 2006 às 11:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

É também preciso dizer que os judeus representam uma nação e não uma civilização,

Por isso mesmo é que me parece que o choque civilizacional não vem dos Judeus.


no entanto o que afirmo é que as bases primeiras para o choque civilizacional nas religiões do Livro não se encontram no Islão mas sim no judaísmo

O potencial, sim - aliás, o primeiro imperialismo religioso da História Ocidental deriva indirectamente do Judaísmo, dado que o Cristianismo, como doutrina universalista, mais não fez do que levar a intolerância religiosa judaica a um nível expansionista.

Na esteira desta forma de encarar as outras religiões, vem o Islão (o chamado «irmão mais novo» do Cristianismo) o qual, em constituindo uma civilização só por si (dado que o Islão é declaradamente político, ao contrário do Cristianismo, que oficialmente não o é, mesmo que na prática o seja muitas vezes), entra em confronto directo com todas as outras civilizações.

Teria por exemplo existido um confronto civilizacional entre a Cristandade (isto é, a comunidade de países ao serviço do Cristianismo) e a Índia hindu, mas esse conflito já não é actual, na medida em que o Cristianismo já não é motor de qualquer expansão levada a cabo por um ou mais Estados.

7 de março de 2006 às 11:16:00 WET  
Blogger Caturo said...

O que acho é que o poder de uns e outros advém de factores diferentes e não é por ser mais perceptível ao cidadão médio o problema islâmico que deixa de existir um forte lobby judeu a actuar no ocidente. E este, sendo mais discreto e tendo acesso a meios mais poderosos,

Terá acesso exclusivo a meios mais poderosos?
Não há já grandes potentados económicos muçulmanos?
Não é verdade que quase toda a imprensa europeia, por exemplo, é anti-israelita?

E porque é que pensas que os meios secretos são mais poderosos?
Há neste momento um poder maior do que por exemplo a alta natalidade que o Islão sabe pôr ao seu serviço?

Até o próprio Estado de Israel está ameaçado por tal expansão demográfica.

7 de março de 2006 às 11:23:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sobretudo quando é fácil, perante a ameaça islâmica manipular parte da opinião pública para andar a acenar bandeirinhas americanas em nome de pretensos combates ao terrorismo e defesas da democracia

Mas manipular como, se é mesmo verdade que a Democracia está tanto mais em risco quanto mais forte seja o poder islâmico, como se viu agora no caso das caricaturas?
Quanto ao combate contra o terrorismo, parece cada vez mais urgente. A menos que se queira insinuar que as explosões ocorridas em Nova Iorque, Madrid, Londres, etc., foram provocadas pela CIA ou pela MOSSAD.

7 de março de 2006 às 11:26:00 WET  
Blogger Caturo said...

E mais,em minha opinião grande parte daquilo que hoje entendemos por choque de civilizações é instrumentalizado por lobbies judaicos

Não creio que a onda islâmica seja manipulada pelo lobi judaico; que por exemplo o presidente iraniano tenha ameaçado Israel a mando da Mossad.

7 de março de 2006 às 11:28:00 WET  
Blogger vs said...

"...um forte lobby judeu a actuar no ocidente."

Caríssimo, isso só acontece porque, em larga medida, o tal 'lobby' se confunde com o próprio Ocidente.

O Rodrigo e o Caturo podiam passar a vida a conviver e até a trabalhar com judeus e poderiam nunca saber que eles são judeus.
Se convivessem com o John Stewart ou com o Steven Spielberg e eles não vos dissessem que eram judues nunca os topariam.
Porquê?
Porque nada (ou muito pouco) os distingue dos europeus.
(muito provavelmente até carne de porco comem, sobretudo depois de tal ser oficialmente autorizado pelas autoridades laicas do Estado de Israel desde meados de 2004)
O sr.Roman Abramovitch, dono do Chelsea, é 'frequentador de Sinagogas' e, quem olhar para ele.... :o)

"Não é verdade que quase toda a imprensa europeia, por exemplo, é anti-israelita?"

É claro que é verdade Caturo.
Dizem coisas tremendas de Israel.
Que são 'racistas', 'fascistas', nazis (!!).
Para o esquerdalho europeu (e americano, já agora) dizer de Israel aquilo que Maomé não disse do toucinho é uma questão de moda.
É o 'pret-a-porter' ideológico.

Em França existem 600000 judeus. Que se saiba, não foi o pessoal do kippah que andou nas ruas a incendiar carros nem são eles que vivem às custas da Assurance Sociale....e, já agora, também não moram naqueles sítios nem plantam couves na banheira, nem usam abat-jours e toalhas como indumentária.

"A menos que se queira insinuar que as explosões ocorridas em Nova Iorque, Madrid, Londres, etc., foram provocadas pela CIA ou pela MOSSAD."

É claro que é isso que alguns insinuam.
Não lhes chega o intelecto para a análise da complexidade do mundo....Tudo se resume a 'good guys' vs. 'bad guys' sendo que, para eles, a conspiração sionista é a chave de tudo.
Quando os muçulmanos foram derrotados em Poitiers, no ano 732, é claro que fugiam dos opressores de israelitas e do US Government, coitadinhos. :)

Com esta atitude estão a fazer dos árabes e dos muçulmanos uns completos idiotas, sem qualquer autonomia e sem capacidade para tais 'feitos'. O que não é verdade, pois se há coisa que os líderes fundamentalistas não são é idiotas. Sabem muito bem o que querem.

"...o presidente iraniano tenha ameaçado Israel a mando da Mossad."

O Caturo, inadvertidamente, acabou de lhes dar uma ideia.

ahahahahh

Se o Cavaco der um ganda peido na cerimónia de tomada de posse ou se a colheita da beterraba este ano não for boa tudo isso, já se sabe, é fruto da omnipresente, omnisciente e omnipotente conspiração sionista e dos (tenebrosos) lobbys judaicos.

Quem não é capaz de ver a clivagem civilizacional brutal entre Israel e o islão...já não é capaz de ver nada.

Quem é que é mais 'Ocidental'?
O presidente do Chelsea ou o sr.Ahmadinejad?
O sr.Spielberg ou um qualquer Imã que vive em Londres (!?) a apelar à 'morte ao infiel'?

7 de março de 2006 às 12:06:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Pois seja, Buiça.
Não me repugna reconhecer a evidência de qua a distância étnica e cultural entre o Islão e a Europa é muito maior que a distãncia que nos separa dos Judeus.
Mas isso não significa servir-lhes de panegirista.
Até não desgosto deles e até acho que os nacionalistas europeus têm muito a aprender com a experiência do Estado de Israel.
O que não gosto é desta paranóia "holocaustica" e de usarem o dito como "escudo" para algumas "manobras".

Pra já, a perseguição aos judeus cifrou-se em "apenas" 1 milhão de vítimas e, se os nazis soubessem o que se ia passar, tinham estado era quietinhos.

Recordo que os líderes sionistas alemães, aquando da publicação das Leis Raciais de Nuremberga, rejubilaram e deitaram o foguetório todo, congratulando-se com o eminente fim da "horrenda miscigenação".

O Islão é um perigo enorme para os povos da Europa.
Os muçulmanos são mais de 1100 milhões e a crescer.
Os judeus são cerca de 16 milhões.
Poderosos em alguns círculos, mas incomparavelmente menos numerosos e sob constante "escrutínio".

Ah, é de acrescentar que o poderio económico muçulmano é já superior ao judaico, para tremenda fúria destes últimos.

7 de março de 2006 às 13:36:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Volto só para dizer que o Caturo (como é habitual) tem razão: o judaísmo é uma religião de cariz "dramático" e até totalitário mas, ao contrário dos seus sucedâneos, não é imperialista nem tem ggrande proselitismo.

Volto a frisar outro facto para o qual o Caturo alertou: o Islão tem portentados económicos poderosíssimos. Tem sim senor, e de que maneira.

São os muçulmanos, e não os judeus, que têm a maioria do petróleo que fazem mover a economia mundial, as nossas lustrosas viaturas e é usado para fabricar (quase) tudo o que nos rodeia.


Pensem nisso.

7 de março de 2006 às 13:46:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Então os judeus e os arabes não são da mesma raça?
Uns são o cérebro e o outro é a mão.
Ó buiça vai dar musica a outro, que a mim não me convences.
Claro que os arabes não tem a vossa inteligência, e são sem saberem manipulados por vocês.
Já agora é muito fácil de destinguir um judeu de um não judeu.
arabes e judeus é tudo farinha do mesmo saco.

Celta 88

7 de março de 2006 às 13:47:00 WET  
Blogger vs said...

"Então os judeus e os arabes não são da mesma raça?"

Não, não são. Não totalmente.
Há judeus semitas, judeus indo-europeus e, até, judeus negros (1%), logo os judeus não são uma raça.


"Claro que os arabes não tem a vossa inteligência, e são sem saberem manipulados por vocês."

LOOOOOOOOL!
Nem comento.
(há um pormenor: não sou judeu)

"Já agora é muito fácil de destinguir um judeu de um não judeu."

Concordo em absoluto.
É fácil a distinção através de dons paranormais e mediúnicos ou de interpretações astrológicas, tarot, ou do lançamento de orishás e búzios .

"Ó buiça vai dar musica a outro,..."

Dou uns 'toques' em guitarra e bateria, mas não sou grande especialista e já não pratico há muito.
És capaz de ter razão.
Preciso de ensaiar melhor.

7 de março de 2006 às 14:20:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de isto não ter nada haver com este post.
Estive a passar pelo blog legião invicta e é só rir.
AH!AH!AH!AH!AH!AH!AH
Este suevo é mesmo cómico.
Jovem suevo cada vez estas mais ridículo.
Suevo das antas és mesmo um ganda palhaço, mais as tuas teorias da merda.
Continua assim que faz sempre falta um palhaço para me fazer rir.
PS.como sei que andas sempre neste blog a chatear o pessoal nacionalista, aproveitei para mandar-te esta mensagem.


Anjo da Morte

7 de março de 2006 às 14:28:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não, não são. Não totalmente.
Há judeus semitas, judeus indo-europeus


Aí discordamos, caro Buíça.

Raça, é uma coisa, etnia é outra. O conceito de indo-europeu é antes de mais nada um conceito étnico.

Como sabe, a raça branca compreende pelo menos três famíliass étnicas: Indo-Europeus, Semitas e Camitas.

Os Judeus pertencem à família semita. Logo, não pode haver judeus indo-europeus.

Agora, em termos biológicos, a raça branca tem vários tipos: nórdico, leste-europeu, mediterrânico, dinárico, tipo do planalto iraniano, atlanto-mediterranídeo, etc. (os especialistas divergem por vezes a respeito destas classificações).

Ora é um facto que há judeus que parecem semitas (mediterrânicos orientais) e há judeus que parecem nórdicos. Mas será que se pode dizer que nórdico=indo-europeu? É caso para pensar.

Por outro lado, há ainda quem afirme que existe de facto um gene indo-europeu (o R1A) e um gene semita, mas isto permanece como hipótese...

Enfim, o tema é complexo. Mas eu por mim reservo a qualificação de indo-europeu aos povos de raiz linguística indo-europeia: quase todos os da Europa e mais os Curdos, os Iranianos e os Indianos.

7 de março de 2006 às 14:41:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

«Onde é que Jesus Cristo alguma vez disse que os não cristãos iam para o inferno?! No seu tempo nem existiam ainda cristãos!!»

Tens de te acalmar porque eu nem falei em Cristo, falei no cristianismo,é diferente.Também o cristianismo é exclusivista ao afirmar que a salvação apenas reside em Cristo, logo, fora de Cristo não há salvação.E quem falou em inferno naquele contexto fui eu, não foi o versículo corânico, fi-lo por generalização abusiva em face do que vem escrito no resto do livro.

Quando falei em contexto histórico referia-me por exemplo ao facto de muitas passagens da 9ª surata estarem enquadradas pela campanha de Tabuk, o que, como é óbvio, não é apenas um pormenor.

«Perguntem aos reféns que foram degolados no Irak quais são os "contextos históricos específicos"!!!!

É preciso mesmo paciência!
E tolerância... »

De facto é, para ler um comentário destes.

«Gostaria de saber como é que os árabes expandiram a sua fé...lançando flores por onde passavam?!»

Descança que não foram os únicos que expandiram a fé usando a força.

7 de março de 2006 às 16:51:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Roubado doutro blogue:

«Acusar as religiões pelas guerras que se fazem em seu nome, nota Roger Scruton, é como acusar o amor pela guerra de Tróia.

Há, no entanto, uma notável diferença histórica entre o Islamismo e o Cristianismo.

Enquanto este nasce e cresce no seio de um Império romano que condena Jesus Cristo à morte e persegue durante três séculos muitos dos seus discípulos, o Islão nasce e cresce em armas.

O Cristianismo será pacifista até ao século IV, quando Santo Agostinho formula a doutrina da guerra justa para defender Roma dos bárbaros.

Ao invés, o Islão vive um estado quase natural de combate nos primeiros tempos. Maomé é um profeta-guerreiro: desde a fuga de Meca para Medina, a Hégira que sintomaticamente assinala o início da era islâmica, está à frente de um Estado e de um exército. E não hesitará em usá-los, tal como os seus sucessores, para difundir o Corão e para fortalecer a nascente teocracia. Ele próprio conduz expedições contra ricas caravanas e tribos hostis. Os ataques a outros crentes que hão-de marcar a história do Islão até aos nossos dias começam ainda em vida do Profeta. Só regressará a Meca depois de a tomar pela força. E, à data da sua morte, toda a Arábia está unida debaixo da mesma bandeira.»

NC

8 de março de 2006 às 02:13:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Vendo daqui do Brasil a discussão de voces, tudo o que voces colocam parece extremanente dentro de uma complexidade ideo-afetiva chamada racismo.
Voces rapidamente perdem o foco. Deslizam do tema sem perceber, quero crer.
O Ocidente Laico não é cristão nem judaico, se tem mantido relaçôes com estes grupos, desde seu inicio as relaçôes são negativas, contra as religiôes, e elas contra o Ocidente, porem dado a punjança deste , elas vem se adaptando desde a primeira reforma, a de Lutero até a mais atual de Bento XVI, reforma que, creio eu, é adaptativa para fazer frente ao sucesso dos pentecostais politicamente corretos. É o papa de Bush.
Ademais voces permanecem pondo em tela formas religiosas que os dirigentes delas jå sabem mortas. Face a riqueza e possibilidades de humanização já presentes, uma moral e ética para condições de miseria oriental não mais tem futuro. Então entendamos, o Ocidente é composto por China, Japão, ..., logo algumas pessoas nascidas de longas gerações da Europa não são ocidentais, e um dos fatores causais é a forma de ter uma das religiões ocidentais.
Quanto ao Islão se Wafa Sultan coloca, por assim dizer. uma fenomenologia das incapacidades islamicas para computadores, antibioticos, fisicas, matematicas,..enfim os poderes humanos quanticamente em expanssão, conviria a leitura de Mohammed Abed al-Jabri em seu livro "Inteodução à critica da razão arabe". O diabo nesse texto é que ao entender a eles, os islamicos, fica claro o nosso descompasso com o Ocidente Laico.

19 de março de 2006 às 06:46:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

PS- "Introdução à critica da razão arabe" Editora Unesp-Br.

19 de março de 2006 às 06:55:00 WET  

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