segunda-feira, janeiro 30, 2006

RAÍZES IBÉRICAS DA POPULAÇÃO EUROPEIA


Estudo Investigadores portugueses e estrangeiros descobriram as origens da actual população europeia - Migrações partiram da Ibéria, durante o último período glaciar da Terra

A Península Ibérica foi um importante refúgio da população durante o Último Máximo Glaciar, há cerca de 15 mil anos, assumindo um papel fundamental no repovoamento da Europa após a melhoria das condições climatéricas. A conclusão, publicada recentemente na reconhecida revista de ciência "Genome Research", parte de treze investigadores internacionais, três dos quais do IPATIMUP.
A equipa, explica Luísa Pereira, do departamento de Genética Populacional do IPATIMUP, pretendia "aprofundar o conhecimento do povoamento da Europa pelo homem moderno, ou Homo Sapiens". Para isso, a metodologia do trabalho implicava o estudo da dispersão do DNA mitocondrial (linhagens femininas), a partir da análise de 649 indivíduos, de 20 populações da Europa, Caucaso e Próximo Oriente.
"Neste trabalho só estudamos a componente genética transmitida pelas mulheres, incidindo o estudo numa única linhagem feminina, denominada Haplogrupo H, o mais frequente na Europa, atingindo cerca de 50% de frequência nas várias populações europeias. O que se fez então "foi estudar certas variações da molécula de DNA mitocondrial, que nos permitiu caracterizar de uma maneira mais fina a variabilidade dentro deste haplogrupo".

Repovoamento
Todo o trabalho de laboratório foi efectuado no IPATIMUP pela equipa de Luísa Pereira, António Amorim e Ana Goios. As amostras foram fornecidas por vários colaboradores internacionais, enquanto que Vincent Macaulay, da Universidade de Glasgow, e Martin Richards, da Universidade de Leeds, assumiram a liderança da análise dos resultados da investigação.
Até hoje, comenta Luísa Pereira, "já se sabia que o património genético da Europa resultou da entrada de linhagens pelo Próximo Oriente". Dessas migrações, 80% foram introduzidas durante o Paleolítico (desde há 35 mil anos) e as restantes 20% apenas no Neolítico, isto é, na época da dispersão da Agricultura, surgida no próximo Oriente há cerca de 10 mil anos. Acontece, sublinha a investigadora, que no Paleolítico Superior "ocorreu o Último Período Glaciar da Terra, estando grande parte da Europa coberta por lençóis de gelo". Situação que atingiu o Último Máximo Glacial (período com temperaturas mais negativas) há cerca de 18 mil anos atrás. Ora, diz a cientista, "a chegada de linhagens à Europa ocorreu antes ou durante este último período, adverso à sobrevivência humana, ou pelo menos incompatível com grandes efectivos populacionais". Porém, "com o degelo e a melhoria das condições ambientais, as populações humanas expandiram-se, tanto em número como em espaço".
A equipa de investigadores conseguiu, assim, identificar as variações do Haplogrupo H, "o mais antigo e testemunho da entrada destas linhagens na Europa a partir do Próximo Oriente há cerca de 20/25 mil anos atrás". Mas o mais interessante, acrescenta Luísa Pereira, foi "conseguir identificar os sub-haplogrupos que surgiram há cerca de 15 mil anos, após o degelo, sendo estes os que mostram uma distribuição decrescente de frequências desde a Península Ibérica para o resto da Europa".
O que indica "a orientação da migração da Ibéria para o Leste da Europa" e permite aos investigadores concluir que "a Península Ibérica foi um importante refúgio durante o Último Máximo Glaciar, tendo um papel fundamental no repovoamento da Europa após a melhoria das condições ambientais".

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que por sua vez tem sangue africano

2 de fevereiro de 2006 às 15:03:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

tu é que tens sangue de merda(africano).

Celta 88

6 de fevereiro de 2006 às 11:19:00 WET  

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