quinta-feira, dezembro 01, 2005

... INICIA-SE O MÊS DE DEZEMBRO, CONSAGRADO A VESTA...



Inicia-se o mês de Vesta, Deusa do Fogo Sagrado da Pátria e do Lar, guardiã da tradição, seguida pelas sacerdotisas Vestais, as sacerdotisas virgens que mantinham aceso a chama sacra da Cidade Eterna.
Em Roma, era representada por uma chama e não por uma figura antropomórfica.

A Sua equivalente helénica é Hestia.


Podia pôr-me para aqui a pesquisar em livros diversos com o intuito de fazer uma composição janota de umas quantas páginas sobre o simbolismo do fogo, mas, por sorte, encontrei um texto muito jeitoso que, em (relativamente) poucas palavras, diz o essencial. Traduzo-o, em parte, do Inglês e ponho o endereço electrónico para quem quiser ler mais (na língua de Robin dos Bosques):

(...)
Todos os lares tinham uma lareira, que era particularmente respeitada por cada membro da família, mas cuidada e salvaguardada pela mãe. O fogo tinha um significado maior do que o de mera fonte de luz e calor. Simbolizava a ininterrupta linha vital da família e a sua ancestralidade.
A Chama Eterna da comunidade servia para unificar não apenas os seus membros imediatos, mas era também o elo unificador com os ancestrais que tinham morrido há muito e estavam agora com os Deuses.
Acreditava-se que numerosas gerações de mortos continuavam a viver no fogo da lareira
.
(...)

Isto que aqui se descreve passava-se um pouco por toda a parte do mundo ariano: desde as terras célticas até à Índia, passando por Roma, pela Grécia, pela Germânia, pelo leste europeu e pelo Irão (onde o elemento ígneo é o símbolo de Ahura Mazda, o Deus único de Zaratustra).

Neste caso concreto, diz respeito ao Báltico, mais especificamente à Lituânia, onde há o orgulho de ter o idioma mais puramente indo-europeu de entre as línguas vivas (o que até estava escrito num placar do pavilhão da Lituânia na Expo 98).
No Báltico, a palavra para dizer «Fogo» é «Ugnis». Em Roma, é «Ignis». Na Índia, o Deus do Fogo chama-se Agni (e está por vezes associado à suástica). A semelhança entre estes três vocábulos é por demais evidente, o que se reveste de especial interesse se se tiver em mente que pertencem a línguas que estavam separadas entre si por milhares e milhares de quilómetros desde há milhares de anos.

Por conseguinte, pode ver-se que os nacionalistas que há relativamente poucos anos escolheram a Chama como símbolo partidário, souberam ir ao cerne da questão...




Templo de Vesta em Roma.