segunda-feira, dezembro 06, 2004

OS PATRIOTO-PAPAIS FALAM E O NACIONALISMO PASSA

ACR acusou-me, no seu blogue, de confundir «alhos com bogalhos» quando lhe pus uma questão que o incomodou visivelmente e que aqui repito, e repetirei enquanto não houver para ela resposta cabal e clara, ora cá está a dita pergunta outra vez, repare-se

Considera porventura que um português não cristão é menos português por isso?...

ACR falou, discursou, tergiversou, mas lá responder, em concreto, não respondeu. Fica talvez para uma próxima vez em que se encontre mais inspirado.

E, para contra-atacar (sem chegar a defender, enfim, nem tudo é perfeito), perguntou-me, por sua vez, isto que passo a citar:
«Entendeu a aplicação do velho método das demonstrações matemáticas pela “redução ao absurdo”?»
pois entender, entendi, Dr. ACR, o método já eu o conhecia, agora a sua aplicação a este caso é que não tem mesmo conteúdo algum.

De caminho, elaborou umas considerações de índole intencionalmente psicológico-pessoal - em não encontrando, de momento, argumentos para rebater o pensamento nacionalista, eis que ACR se debruça sobre o meu «genoma/retrato robô», para usar uma expressão sua.

Desconhecia, eu, a sua especialização doutoral em matéria de Psicologia. Diz, neste campo, que «está já muito adiantado» no meu caso, embora ainda não tenha chegado ao ponto de divulgar as suas conclusões científicas (naturalmente que não incluo nisso a sua brincadeira publicada hoje, sobre o meu «genoma intelectual-moral»). Se a nossa conversa inter-bloguística não fosse rigorosamente de carácter doutrinal, quase que se estaria perante uma argumentação ad hominem, método que não é nada salutar numa discussão de ideias. De igual jaez é a sua especulação a respeito da minha motivação ideológica: «vaidade em ser compreendido e querido pelos sectores nacional-racialistas», alvitra ACR. Se se fosse falar a esse nível, ter-se-ia então de observar a torrente de encómios luzidios que ACR dirige à «Direita» parlamentar, talvez porque pense que um dia destes algum governo PSD/PP o chamará para um cargo ministerial.

ACR garante que a Igreja tem hoje uma força ideológica acrescida, mercê da perda geral de referências na sociedade ocidental actual. Mas, infelizmente, não lhe ocorre algo de imensamente simples e por demais evidente: é que uma das principais referências que se perderam foi precisamente a Igreja... como ACR bem sabe, uma perda de referências morais é especialmente grave quando se dá ao nível da religião, e foi precisamente o que aconteceu no Ocidente relativamente ao Cristianismo.
Enfim, as coisas têm sempre o seu lado bom e o seu lado mau. E o lado bom da queda da Cristandade é a diminuição da sua influência nas mentes dos Europeus, influência essa que tem sido especialmente perniciosa nos últimos anos, com grande parte do clero a defender abertamente a imigração para dentro do Ocidente. É pois auspicioso que o seu poder caia, em termos institucionais, pois que, quanto à confissão pessoal individual, cada um sabe de si, e, felizmente, tenho nisto a concordância de católicos e cristãos não católicos que possuem uma consciência racial bem viva.

E, assim, o Nacionalismo vai-se libertando, a pouco e pouco, dos entraves que o faziam contraditório.

O mais bizarro é que ACR julga, com fé aparentemente inabalável, que o acto de colar o epíteto «velho» ou «novo» às ideologias, as faz automaticamente envelhecer ou rejuvenescer. Esquece que as operações plásticas não são ainda a mesma coisa que o elixir da eterna juventude. A faculdade de acreditar que consegue transformar o ferro ferrugento em ouro deriva talvez de um hábito papal seu, o de não ter dúvidas de que pau é pedra e pedra é pau se «o amado líder» assim o declarar.

Até nisso ACR demonstra que a sua doutrina é doutro tempo e tem cada vez menos a ver com o presente.
Dr. António da Cruz Rodrigues, entre os militantes nacionalistas, já ninguém anda à procura do «pastor que virá para nos salvar». Hoje seguem-se cada vez menos pessoas e cada vez mais ideias.

O Nacionalismo de hoje faz de cada militante um exército: pensar, discutir, distribuir panfletos, aplicar autocolantes, colar cartazes, marchar na rua em manifestação, são actividades que carecem de «líderes inspirados», necessitando tão somente de uma organização geral.
Vigora, cada vez mais, o princípio da resistência sem líder - resistência intelectual e ética, logo, política.

E é assim, Dr. ACR, que, enquanto falamos, marcha com cada vez mais vigor o único vector humano - PNR e FN - capaz de afirmar o verdadeiro Nacionalismo, num só brado uníssono, que é «POR PORTUGAL EUROPEU», e por isso mesmo transportando o comum Archote Nacional, que visa acender no Povo Português a eterna Chama da Estirpe.


5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Também não é em termos absolutos que não há chefia, também é um exagero! Tem a ver é com as exigências das circunstâncias. A não ser que, afinal, sejam Anarquistas!...


Imperador

6 de dezembro de 2004 às 18:34:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Pois é!
Será que são ... anarquistas?
Ou têm receio, medo, repugnância...por Chefes?
Ás vezes fazem-se discursos aparentemente convicentes e afinal...cheios de reticências!
Mas devo ser eu que estou errado.
????

Legionário

7 de dezembro de 2004 às 14:04:00 WET  
Blogger Caturo said...

Os chefes, quanto a mim, são organizadores. O resto, é com cada qual. Quem muito depende do chefe, primeiro, deixa-se pisar, e, depois, se o chefe for abatido, perde a capacidade de combater.

Só devo lealdade à família, aos animais de estimação, aos amigos, à Nação, à Raça e aos Deuses - e só trabalho com líderes na medida em que estes servirem os ideais. Um líder é um funcionário da Causa.

7 de dezembro de 2004 às 14:57:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Eu devo lealdade á Ideia e ao Comandante que melhor a encarna.
Será que eram romanos os traidores de Viriato? – Não! - Eram lusitanos!
Conhece perfeitamente a reposta dos romanos para esta gente: - Roma não paga a traidores!
Roma era uma Ideia, acima de raças, “reli-giões”, etnias, que em todo lado foram respeitadas, (até o “povo eleito” tinha liberdade de culto) assim aceitassem a Ideia, fizessem dela sua, de todos. Roma era Império-Sacro. Marco Aurélio foi o protótipo do AVÉ Total, com respeito, inteligência, amizade, força e intransigência com todas as mesquinhezes e umbigos sujos.
(um salto)
Muitos morreram na Frente de Leste por uma Ideia e na primeira trincheira tiveram chefes que personalizaram essa Ideia e junto a eles lutaram e morreram. É certo que cada um tinha, teria, uma pequena ideia da Grande, mas não olharam para o seu umbigo quando foi necessário unir esforços pela grande Ideia Espiritual contra o materialismo. Lutaram, católicos, pagãos, gnósticos, muçulmanos… pelo “Grande Tecto Espiritual”
Quanto ao cão, gato e afins, costumo dizer que gostava muito mais do meu cão do que de muito “macaco evoluído” e tenho a certeza que não lhe dei a devida atenção, por isso…
Primazia á Ideia e a quem a representa dignamente.

\o
AVÉ

Legionário

7 de dezembro de 2004 às 15:42:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Claro que todo e qualquer Chefe tem o Dever de servir Causas e Princípios! Nem eu, aliás, o vejo doutra forma. Os que Comandam não se devem servir apenas para seu benefício, e muito menos para mera satisfação material.


Imperador

7 de dezembro de 2004 às 16:50:00 WET  

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