A ESCRAVATURA, COMBATIDA APENAS PELOS EUROPEUS - E POR MAIS NINGUÉM
Do Forum Nacional, uma notícia que mostra bem o modo como certas minorias, mesmo sendo minorias não deixam de exercer hábitos que só os Europeus, unilateralmente, decidiram eliminar do mundo.
ESCRAVIZADO POR FEIRANTES
Um homem de trinta e dois anos, natural de Vila Real, viveu em regime de escravatura durante dois anos e meio, em Espanha, sob o jugo de uma família de etnia cigana, que está a ser procurada pelas autoridades. Impedido de contactar a família, o ‘escravo’ não recebia salário e quando reclamava era agredido violentamente, tal como outras três pessoas que, garante, ainda se encontram na mesma situação. Para que soubessem que as ordens eram para obedecer, sem reclamar.
Luís C. Ribeiro
O ‘escravo’ aproveitou um casamento cigano em Valpaços para fugir. 'Estive à boleia, mas tive medo de ser apanhado e aluguei um táxi. O meu pai veio a casa da minha tia buscar-me'. Ambos falaram à GNR
M.F., natural de uma aldeia da Serra do Alvão, em Vila Real, ainda mal refeito do drama porque tinha passado, foi ouvido pela GNR em casa, pouco depois de chegar e de ter fugido aos seus captores. Algo que três outras pessoas ainda não terão conseguido. A investigação está a cargo de uma equipa especializada da GNR de Vila Real, que tenta agora localizar os membros da família e os três indivíduos que permanecem cativos.
Anteontem, de acordo com o pai de M.F, um dos carros do clã foi visto perto de sua casa. “Estavam a ver se o apanhavam outra vez”, disse. Depois, foi o próprio homem escravizado a explicar ao CM a sua odisseia. “Os ciganos encontraram-me na cidade de Vila Real e perguntaram se eu queria ir com eles para as festas em Espanha. Aceitei, pensando que era uma temporada, mas quando lá cheguei nunca mais tive liberdade de movimentos. Fui reprimido com agressões, pouca comida e tinha de dormir dentro das viaturas. Já quanto ao pagamento, cedo percebemos que nunca iríamos ver a cor do dinheiro”, disse.
A numerosa família cigana deambulava por toda a Galiza, onde montava e explorava diversões nas romarias, em especial em pequenas aldeias, “onde tudo era muito mais fácil de controlar e raramente apareciam polícias”. A M.F. e aos seus três companheiros de escravidão estavam destinados os trabalhos mais duros, sempre vigiados por um dos membros da família.
“Sem qualquer razão aparente, quando a vida não lhes corria bem, vingavam-se em nós, batendo-nos sem dó nem piedade. Até a mulher do patrão batia. A mim sovaram-me sete vezes, pelo que optei em me calar para não ser mais castigado”, recorda M.F.. Um seu companheiro, de nome Luís, de Lisboa, aproveitou uma passagem por Barcelona para tentar a fuga. “Fugiu para Madrid. Foram buscá-lo e deram-lhe uma coça à nossa frente para todos aprenderem que não adiantava fugir”, explicou.
Sem o filho e sem notícias, a família de M.F. pouco podia fazer. Nos dois anos e meio que durou o cativeiro, foram apresentadas diversas queixas às autoridades portuguesas e espanholas. E mal o desaparecido chegou a casa, a GNR de Vila Real iniciou um processo de averiguações no sentido de saber como decorreu todo o cativeiro e para, na posse dos dados, iniciar as investigações junto da família cigana.
CONTORNOS DO CASO
TRÊS ESCRAVOS
M.F. é, apesar de tudo, o final feliz de uma história que não acabou. Três outras pessoas estarão ainda, segundo o seu testemunho, a viver como escravos junto da família de etnia cigana que a GNR procura e que veio a Portugal a um casamento no Bairro 1.º de Maio, em Valpaços.
FAMÍLIA DE FEIRANTES
A família de feirantes responsável pela escravidão de M.F. é da região de Valpaços. Anteontem, uma carrinha verde, alegadamente do chefe do clã, foi vista perto da casa da vítima. Os membros da família cigana deslocam-se em viaturas de matrícula espanhola.
MÁS CONDIÇÕES
Pouco comida e muita violência. Sem salário e obrigado a dormir nos carros. Durante dois anos e meio foi assim a vida de M.F. e de três outros. Um tentou fugir e foi exemplarmente punido.
SEM NOTÍCIAS
Durante dois anos e meio, a família de M.F. não recebeu qualquer notícia do filho. E as participações do desaparecimento sucediam-se junto das autoridades portuguesas e espanholas. Ontem, M.F. foi ouvido por militares da GNR.
EXPLORADO POR PORTUGUÊS DEPOIS DE PERDER OS PAIS
Um português, residente em Hormilleja, Espanha, foi condenado, no mês passado, naquele país, a 21 meses de prisão por ter explorado um menor, também português, depois de este ter perdido os pais num trágico acidente de viação. O menor, de 17 anos, esteve a trabalhar no campo, em San Asensio.
Segundo o tribunal, o réu terá oferecido ao menor um ordenado de 500 euros por mês, além de alimentação e alojamento. Necessitado de dinheiro após a morte dos pais, o jovem aceitou o trabalho e saiu de Portugal rumo a San Asensio, onde chegou no dia 3 de Julho de 2002. Ainda de acordo com o tribunal, o jovem trabalhou na apanha da batata e nas vindimas até 23 de Setembro, sem receber qualquer remuneração e sem que alguém o tivesse incluído no serviço de protecção social.
Além da pena de prisão, o réu foi ainda condenado a pagar uma multa de três euros por dia durante nove meses.
MAL ALIMENTADOS DORMIAM NO CURRAL COM OS CAVALOS
Já em Dezembro do ano passado, a Polícia Judiciária da Guarda libertou três homens, entre os 30 e os 50 anos, que foram mantidos sob sequestro e obrigados a trabalho-escravo durante mais de seis meses, também por dois indivíduos de etnia cigana, numa quinta de Trigais, em Belmonte. Os sequestrados, dois de Ovar e outro da Guarda, um solteiro e os restantes divorciados, eram mantidos em condições ‘infra-humanas’ e obrigados a trabalhar sem receber qualquer compensação económica. Um deles esteve em cativeiro durante um ano e os restantes desde o Verão, período durante o qual foram “muito mal alimentados” e sobreviveram num palheiro/curral anexo à casa dos sequestradores, onde dormiam com cavalos e faziam as necessidades fisiológicas em baldes ou num monte adjacente, sob controlo dos sequestradores, dois homens, de 62 e 36 anos, sogro e genro.
ESCRAVIZADO POR FEIRANTES
Um homem de trinta e dois anos, natural de Vila Real, viveu em regime de escravatura durante dois anos e meio, em Espanha, sob o jugo de uma família de etnia cigana, que está a ser procurada pelas autoridades. Impedido de contactar a família, o ‘escravo’ não recebia salário e quando reclamava era agredido violentamente, tal como outras três pessoas que, garante, ainda se encontram na mesma situação. Para que soubessem que as ordens eram para obedecer, sem reclamar.
Luís C. Ribeiro
O ‘escravo’ aproveitou um casamento cigano em Valpaços para fugir. 'Estive à boleia, mas tive medo de ser apanhado e aluguei um táxi. O meu pai veio a casa da minha tia buscar-me'. Ambos falaram à GNR
M.F., natural de uma aldeia da Serra do Alvão, em Vila Real, ainda mal refeito do drama porque tinha passado, foi ouvido pela GNR em casa, pouco depois de chegar e de ter fugido aos seus captores. Algo que três outras pessoas ainda não terão conseguido. A investigação está a cargo de uma equipa especializada da GNR de Vila Real, que tenta agora localizar os membros da família e os três indivíduos que permanecem cativos.
Anteontem, de acordo com o pai de M.F, um dos carros do clã foi visto perto de sua casa. “Estavam a ver se o apanhavam outra vez”, disse. Depois, foi o próprio homem escravizado a explicar ao CM a sua odisseia. “Os ciganos encontraram-me na cidade de Vila Real e perguntaram se eu queria ir com eles para as festas em Espanha. Aceitei, pensando que era uma temporada, mas quando lá cheguei nunca mais tive liberdade de movimentos. Fui reprimido com agressões, pouca comida e tinha de dormir dentro das viaturas. Já quanto ao pagamento, cedo percebemos que nunca iríamos ver a cor do dinheiro”, disse.
A numerosa família cigana deambulava por toda a Galiza, onde montava e explorava diversões nas romarias, em especial em pequenas aldeias, “onde tudo era muito mais fácil de controlar e raramente apareciam polícias”. A M.F. e aos seus três companheiros de escravidão estavam destinados os trabalhos mais duros, sempre vigiados por um dos membros da família.
“Sem qualquer razão aparente, quando a vida não lhes corria bem, vingavam-se em nós, batendo-nos sem dó nem piedade. Até a mulher do patrão batia. A mim sovaram-me sete vezes, pelo que optei em me calar para não ser mais castigado”, recorda M.F.. Um seu companheiro, de nome Luís, de Lisboa, aproveitou uma passagem por Barcelona para tentar a fuga. “Fugiu para Madrid. Foram buscá-lo e deram-lhe uma coça à nossa frente para todos aprenderem que não adiantava fugir”, explicou.
Sem o filho e sem notícias, a família de M.F. pouco podia fazer. Nos dois anos e meio que durou o cativeiro, foram apresentadas diversas queixas às autoridades portuguesas e espanholas. E mal o desaparecido chegou a casa, a GNR de Vila Real iniciou um processo de averiguações no sentido de saber como decorreu todo o cativeiro e para, na posse dos dados, iniciar as investigações junto da família cigana.
CONTORNOS DO CASO
TRÊS ESCRAVOS
M.F. é, apesar de tudo, o final feliz de uma história que não acabou. Três outras pessoas estarão ainda, segundo o seu testemunho, a viver como escravos junto da família de etnia cigana que a GNR procura e que veio a Portugal a um casamento no Bairro 1.º de Maio, em Valpaços.
FAMÍLIA DE FEIRANTES
A família de feirantes responsável pela escravidão de M.F. é da região de Valpaços. Anteontem, uma carrinha verde, alegadamente do chefe do clã, foi vista perto da casa da vítima. Os membros da família cigana deslocam-se em viaturas de matrícula espanhola.
MÁS CONDIÇÕES
Pouco comida e muita violência. Sem salário e obrigado a dormir nos carros. Durante dois anos e meio foi assim a vida de M.F. e de três outros. Um tentou fugir e foi exemplarmente punido.
SEM NOTÍCIAS
Durante dois anos e meio, a família de M.F. não recebeu qualquer notícia do filho. E as participações do desaparecimento sucediam-se junto das autoridades portuguesas e espanholas. Ontem, M.F. foi ouvido por militares da GNR.
EXPLORADO POR PORTUGUÊS DEPOIS DE PERDER OS PAIS
Um português, residente em Hormilleja, Espanha, foi condenado, no mês passado, naquele país, a 21 meses de prisão por ter explorado um menor, também português, depois de este ter perdido os pais num trágico acidente de viação. O menor, de 17 anos, esteve a trabalhar no campo, em San Asensio.
Segundo o tribunal, o réu terá oferecido ao menor um ordenado de 500 euros por mês, além de alimentação e alojamento. Necessitado de dinheiro após a morte dos pais, o jovem aceitou o trabalho e saiu de Portugal rumo a San Asensio, onde chegou no dia 3 de Julho de 2002. Ainda de acordo com o tribunal, o jovem trabalhou na apanha da batata e nas vindimas até 23 de Setembro, sem receber qualquer remuneração e sem que alguém o tivesse incluído no serviço de protecção social.
Além da pena de prisão, o réu foi ainda condenado a pagar uma multa de três euros por dia durante nove meses.
MAL ALIMENTADOS DORMIAM NO CURRAL COM OS CAVALOS
Já em Dezembro do ano passado, a Polícia Judiciária da Guarda libertou três homens, entre os 30 e os 50 anos, que foram mantidos sob sequestro e obrigados a trabalho-escravo durante mais de seis meses, também por dois indivíduos de etnia cigana, numa quinta de Trigais, em Belmonte. Os sequestrados, dois de Ovar e outro da Guarda, um solteiro e os restantes divorciados, eram mantidos em condições ‘infra-humanas’ e obrigados a trabalhar sem receber qualquer compensação económica. Um deles esteve em cativeiro durante um ano e os restantes desde o Verão, período durante o qual foram “muito mal alimentados” e sobreviveram num palheiro/curral anexo à casa dos sequestradores, onde dormiam com cavalos e faziam as necessidades fisiológicas em baldes ou num monte adjacente, sob controlo dos sequestradores, dois homens, de 62 e 36 anos, sogro e genro.
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