segunda-feira, agosto 30, 2004

O VALOR DA RELIGIÃO

O homem completo, que tem raça, etnia, nação, família, tem também uma cultura própria, sendo a cultura - língua, tradições, heranças, memórias - um dos elementos cruciais, a par da raça, na constituição de uma etnia e de um povo.
Uma Nação, uma Etnia, é pois, em traços essenciais, (uma certa)raça e (uma certa)cultura.

Ora, na cultura de todos os povos, há uma componente central e orientadora de tudo o resto: a espiritualidade.

A espiritualidade é o vértice superior do homem, a sua parte mais elevada.
Aquilo que o homem normal mais estima é sempre algo do campo da espiritualidade: valores que não se podem tocar com os dedos mas que não podem também ser ignorados, sob pena de a coluna vertebral se dobrar, perdendo a verticalidade: falo de noções como Verdade, Justiça, Virtude, Honra, Lealdade, Dever, Respeito, e, consequentemente, do ponto de vista do bloguista, Nacionalismo, Racialismo, salvaguarda da família a todo o custo, ordem e justiça sociais, etc....

O vértice superior da espiritualidade diz respeito à Religião: a Religião é a ligação às forças superiores da existência.
Que se saiba, não há cultura humana sem religião. Todos os povos tradicionais do passado tiveram os seus Deuses e fizeram todo o seu pensamento e todo o seu viver com base na ligação ao Divino: nas sociedades tradicionais, toda a existência humana, desde o nascimento até à morte - e passando, naturalmente, pelo casamento, pela guerra, pelo comércio, pela agricultura - tem rituais apropriados e forças divinas específicas.

Sem esta dimensão divina, religiosa, que todas as coisas têm, o mundo fica mais cinzento, mutilado da sua parte mais nobre, e desce, cada vez mais, até à matéria pura e simples, sem valores nem outro significado que não o número e a massa.

Com efeito, veja-se como surgiu o materialismo contemporâneo: surgiu de uma dessacralização progressiva da realidade, isto é, do facto de o homem resolver negar a existência do Divino na natureza e em si próprio.

É aí que reside a principal fonte da perda de valores.

Porque, num mundo onde o Divino já não existe, fica só a moral.
Mas o que é a moral, na mente de um ateu, senão uma convenção humana?
Pode, ainda assim, continuar a haver moral, mas tal existirá apenas nas mentes de uns quantos idealistas. Para a generalidade do povo, a moral, sem a componente divina, perde o fulgor que tinha outrora, fica seca, sem vida, um peso morto, uma limitação. Nada tem a força anímica que caracteriza uma religião, uma espiritualidade, uma afirmação de algo que está obrigatoriamente para além da matéria e que não é mera convenção ou combinação social.

E o Divino é, por excelência, o que está além de tudo e que, ao mesmo tempo, tudo engloba.

Aí se localiza a vantagem da Religião sobre a simples Filosofia: esta consiste fundamentalmente num modo de ver o mundo e de conhecer o sentido das coisas, ao passo que aquela é uma forma de existir no mundo e de participar no sentido das coisas.

Actualmente, há a tendência para desprezar as religiões e valorizar «as espiritualidades».
Ora isso de «espiritualidades», diz respeito, muitas vezes, a filosofias e a éticas individuais, individualistas de um modo separador e desenraizado, ao passo que a Religião é um sistema de práticas e crenças que vem dos ancestrais.

E é precisamente isto, a herança ancestral mantida ao longo das gerações, que incomoda muita gente.
É precisamente isto que pode constituir um obstáculo à massificação humana e sua redução a uma mera peça de fábrica sem mente.
É precisamente isto que mais eficazmente se pode opôr à perda de valores.

E é precisamente isto que dá um sentido superior à vida humana, para lá de todas as ideologias políticas. Nada há, na vivência humana, que se compare à Religião - precisamente porque a componente essencial da religião, o Divino, é de natureza supra-humana.