segunda-feira, janeiro 19, 2004

OS QUE «DÃO PORRADA» NO BUSH...

Actualmente, não há gato pingado nem rato dos canos que não fale mal do presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush.
Fica bem malhar no Bush, é sinal distintivo de alto nível ético e excelentíssima consciência política e preocupação com a Ómanidade (a concepção esquerdista de Humanidade) e com a Paz e tal.
Em qualquer fórum da internet, em qualquer comentário a notícias, há sempre uma legião de cyber-militantes a morder no sujeito, a propósito de seja o que for: o leque de «oportunidades» para falar mal do yanke vai desde as medidas tomadas pelo mesmo, como é compreensível, até às descobertas arqueológicas no Egipto (se foi encontrada mais uma múmia, há quase de certeza o comentário «Olha, parece o cabrão do Bush!»), passando pela viagem ao espaço dos Chineses («Olha, levem para lá o Bush!»).

Longe de mim defender o cobói de orelhas quase em abano e face mui vagamente simiesca. Trata-se, para o sector ideológico no qual me insiro, de um oponente político de peso, arauto do mundialismo capitalista e da bastardia americanizante.
No entanto, também tem as suas virtudes. E uma delas é a firmeza para com os inimigos do seu País.

E é precisamente isto que faz com que ele seja tão odiado pela Esquerda em geral. Porque a Esquerda não tolera, não admite, não pode aceitar em caso algum que um Ocidental não baixe a cabeça perante a arrogância de qualquer poder não ocidental.
Para eles, militantes do internacionalismo esquerdista, o Ocidental, quando confrontado com a agressividade de um não europeu, tem de ir sempre com paninhos quentes, com mil desculpas, com mil admissões das suas próprias «culpas históricas» (a escumalha de Esquerda gosta muito de falar nisso, como se os filhos fossem culpados pelos crimes dos pais, e como se o Ocidente não tivesse feito mais bem ao mundo do que mal, em termos de liberdade e bem-estar físico, que é só isso que a Esquerda compreende) e, em último caso, com cedências... viu-se, por exemplo, o que foi por aí dito e escrito aquando do caso da ilha de El Perejil, que a Espanha soube dirigir correctamente por meio do uso da força pura e simples, ocupando militarmente um território sobre o qual os Marroquinos já mostravam pretensões. Os Castelhanos, com todos os defeitos que possam ter, e com todo o perigo que representam para a independência portuguesa (ver por exemplo a sua atitude em Olivença), não deixam no entanto de ser bons representantes do que de melhor existe ainda no Ocidente. Naturalmente que a Esquerdalha intelectual aproveitou as reduzidas dimensões do território em questão (uma ilha rochosa pouco maior do que um campo de futebol) para fazer a sua chalaça, plena do seu sofisticadíssimo «espírito crítico», satirizando a atitude... dos dois países?, não, da Espanha, apenas... sendo que quem tomou a iniciativa de avançar foi Marrocos... pois... já se sabe a natureza daquilo com que se lida.

Entretanto, no caso do ataque a Bush, há uma importante componente «intelectual»: não há gato pingado nem rato dos canos, nem bicho careta nem zé-ninguém, que não se sinta perfeitamente à vontade para dizer que o presidente da maior potência do mundo, é burro. É burro porque é burro, é mesmo burro, aquilo é que é burro!, é completamente estúpido, porque é, está-se mesmo a ver, e toda a gente vê e diz, porque sim.
Isto só mostra o poder mediático que a Esquerda, nomeadamente, a Esquerda norte-americana (isto é, a mãe do politicamente correcto), tem sobre o mundo ocidental. Souberam fabricar a ideia de que Bush é idiota e conseguiram difundi-la com tal intensidade e profissionalismo, incessantemente, as vezes que foram precisas, que acabaram por alçá-la ao nível de uma das certezas mais sólidas de tantos e tantos «críticos», opinion makers e bicharada adjacente.

Quanto a mim, não creio que demonstre assim tanta falta de inteligência naquilo que tem feito: os E.U.A. tomam o Iraque, capturam Saddam, e vivem um dos momentos de maior desenvolvimento económico de todos os tempos. Um indivíduo que foi piloto de caças de combate F-102 e que estudou em Harvard não pode ser assim tão mentecapto como o querem fazer parecer.
Talvez diga umas bacoradas em público, é natural, mas, de qualquer modo, nunca vi nenhum fazedor de opinião a reparar no ridículo piroso que foram as sessões «pedagógicas» de «esclarecimento da Nação» que Bill Clinton fez, para a televisão americana, com a sua esposa, no seu domicílio.