LIBERDADES E PRIORIDADES
O Expresso publicou esta semana, na sua revista «Única», um artigo a respeito da liberdade religiosa em diferentes países europeus.
E, na maior parte deles, o uso pessoal de símbolos religiosos é proibido. Um dos exemplos mais conhecidos, prende-se com o véu das mulheres islâmicas, muito polémico em França.
Ora, tal proibição é verdadeiramente escandalosa, e só deriva da mentalidade uniformizadora e reducionista.
A Inglaterra, por seu turno, dá, mais uma vez, um exemplo de liberdade - lá, até os sikhs que trabalham como funcionários das alfândegas podem ostentar o seu turbante.
Uma vez que o Islão é, de entre as religiões com mais adeptos, a que mostra maior dinamismo no mundo inteiro, diriam alguns que a liberdade de uso de símbolos religiosos poderia privilegiar a propagação do crescente islâmico.
Naturalmente que tal futuro não me agradaria.
É para mim evidente que o Islão, em grande parte dos casos, se apresenta como uma ameaça ao Ocidente, e a todo o mundo que não tiver sido (ainda...) islamizado.
Basta ver o que se verifica na India e no Paquistão: os islâmicos radicais não admitem que exista um Estado pagão tão populoso, como o é a India actual, maioritariamente hindu (o Hinduísmo é um paganismo).
Os Islâmicos, ou, pelo menos muitos deles, talvez os mais influentes, são mensageiros de uma doutrina dogmática, mundialista e igualitária,
e, por isso,
não toleram o facto de que há povos inteiros que não são islâmicos.
É tão simples como isso.
Já John Locke avisava contra os perigos de uma religião que originasse um Estado dentro de um Estado.
Locke, grande paladino da liberdade, escreveu, na sua «Carta Sobre A Tolerância», que todas as religiões e ideias deviam ser toleradas, mas que se devia exercer especial vigilância sobre as que, pela sua natureza, pudessem constituir uma ameaça ao próprio Estado no seio do qual vivessem.
Ora, para explicar o que queria dizer, referiu-se precisamente ao credo de Maomé, dando como exemplo a situação na qual um súbdito islâmico de um príncipe austríaco acabaria por ser mais leal a um sultão turco, chefe espiritual islâmico, do que ao seu rei europeu. Para um indivíduo verdadeiramente religioso, o domínio do espiritual está acima do temporal, donde se conclui, obviamente, que, em caso extremo, o primeiro terá absoluta primazia sobre o segundo.
E é assim que a propagação do crescente verde na Europa - quer por meio da imigração de muçulmanos para países europeus, quer por meio da sua reprodução nestes países, quer ainda pelas conversões de europeus à doutrina sarracena - é um verdadeiro cavalo de Tróia.
Ver, por exemplo, o modo como o líder da comunidade islâmica em Inglaterra faz frequentemente declarações de desafio ao poder da rainha.
Ver, por exemplo, o modo como um líder da comunidade islâmica em França, afirmou, em 1990, que estava em marcha uma «guerra do ventre», isto é, uma auto-reprodução consciente de islâmicos (filhos de islâmicos, islâmicos serão) para, a seu tempo, tomar o país.
O Islão é pois um perigo crescente... e, paradoxalmente, para alguns, não concordo que o uso do véu deva ser proibido no Ocidente... pelo contrário.
Com efeito, quanto mais ligados aos seus costumes permanecerem os muçulmanos, melhor, porque:
- assim, são mais fáceis de identificar;
- e, entretanto, não se misturam facilmente com os indígenas dos países onde vivem.
Mas há quem não veja, ou não queira, esta separação... e prefira misturar tudo, dessacralizar os símbolos, engolir as espiritualidades de modo a neutralizá-las e a dar a vitória final ao modelo cosmopolita laico «democrata», ao estilo burguês. Assim, para alguns, a solução para um problema cultural desta dimensão, é a desvirtuação do símbolo, e o enfraquecimento, ou mesmo dissolução, da consciência étnica/racial/religiosa.
Isto é, a aniquilação étnica.
O internacionalismo cosmopolita burguês quer tentar a sua sorte onde o internacionalismo proletário falhou, falhanço que teve como resultado a queda do Comunismo, tanto face ao Cristianismo, na Rússia, como face ao Islamismo, no Afeganistão, e, posteriormente, na Tchetchénia, e sabe-se lá o que o futuro reserva ao urso eslavo...
Infelizmente, há demasiada gente influente que não percebe que, numa sociedade educada de modo laico e cosmopolita, quem tem uma Chama (um ideal) acaba por triunfar sobre as massas ovinas.
Uma intenção mundialista humanista, burguesa, não consegue vencer uma doutrina mundialista trans-humana, espiritual.
Deixando de lado esse crime que é querer amarfanhar raças e ideias debaixo da pata do mundialismo, encare-se a questão de um modo natural e digno: o facto de as jovens islâmicas usarem o véu não traz, em si, mal algum ao mundo.
O que pode trazer mal ao mundo, é a atitude de quem o quer impôr onde ele não pertence.
Um véu no rosto de uma mulher que viva em Riade, não incomoda ninguém.
E também não incomodaria em Paris, SE quem o usa soubesse SEMPRE que a França não é a Arábia Saudita, e que não era por poder usar o véu em França que também podia ter direito a escolher os governantes franceses por meio do voto. Poderia ter esse direito na Arábia Saudita, mas não em França.
Não percebem os mundialistas, de Esquerda ou de «Direita», que o seu modo de ver é só uma face da moeda cuja outra face é a dos fanatismos religiosos islâmicos (e cristãos): porque islâmicos, cristãos e cosmopolitas militantes, não respeitam as culturas, as diferenças, e é AÍ que reside a causa dos conflitos mais violentos e duradouros, e sanguinários.
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