sexta-feira, novembro 07, 2025

ALEMANHA - AFEGÃO QUE CHACINOU CRIANÇA E DEFENSOR DE CRIANÇA NÃO SERÁ PRESO, SÓ INTERNADO, MAS JÁ TINHA ORDEM DE DEPORTAÇÃO ANTES DE COMETER O CRIME

Um tribunal regional na Alemanha decidiu que Enamullah O., o requerente de asilo afegão que esfaqueou fatalmente um menino de dois anos e um homem de 41 anos que tentou intervir durante um passeio de uma creche em Janeiro, não era criminalmente responsável pelos seus actos e será internado permanentemente em um hospital psiquiátrico.

O juiz Karsten Krebs, que presidiu ao caso, anunciou a decisão na Joves, afirmando que o jovem de 28 anos sofria de uma doença mental grave na altura do ataque, o que o tornava incapaz de compreender a natureza ou a ilicitude dos seus actos: “O suspeito, considerado altamente perigoso, já não representa ameaça ao público devido ao seu encarceramento”, disse Krebs durante a sentença.

O ataque ocorreu a 22 de Janeiro no Parque Schöntal, em Aschaffenburg, quando Enamullah O. abordou um grupo de crianças de uma creche que passeavam com os seus professores. Sem aviso prévio, ele tirou o chapéu e o cachecol de um menino de dois anos antes de esfaqueá-lo várias vezes com uma faca de cozinha de 32 centímetros. A criança morreu no local.

Um pedestre de 41 anos que interveio também foi fatalmente esfaqueado, enquanto outras três pessoas — uma menina de dois anos, uma professora e outro homem — ficaram gravemente feridas. Tanto a acusação quanto a defesa concordaram que o estado psiquiátrico do suspeito tornava a punição criminal inadequada, recomendando, em vez disso, internação psiquiátrica por tempo indeterminado. Conforme citado pelo Zeit Online, o psiquiatra nomeado pelo tribunal, Hans-Peter Volz, testemunhou que, sem tratamento médico, o acusado provavelmente cometeria outros "actos altamente agressivos". Volz afirmou que o homem sofria de psicose grave e delírios, alegando ter recebido ordens para matar crianças. O especialista rejeitou qualquer sugestão de que o homem estivesse a fingir a doença.

O advogado de defesa Jürgen Vongries descreveu o seu cliente como "um homem muito doente" que escolhia as suas vítimas aleatoriamente, dizendo: "Porquê? Não sabemos. Faremos exactamente essa pergunta. Não podemos respondê-la."

As investigações revelaram que o cidadão afegão já tinha chamado a atenção da polícia diversas vezes antes dos assassínios, inclusivamente por agressão e danos em propriedade. Tinha sido tratado em instituições psiquiátricas, mas recebeu alta repetidas vezes, pois as autoridades não o consideravam uma ameaça iminente.

Chegou à Alemanha em Novembro de 2022, após viajar pela Bulgária, Áustria e França. O seu pedido de asilo foi negado e ele estava sob ordem de deportação desde o final de 2024. No entanto, não foi deportado. Em Dezembro, escreveu às autoridades de imigração afirmando que sairia voluntariamente, mas não deu seguimento ao assunto e permaneceu na Alemanha.

O juiz Krebs reconheceu as consequências "devastadoras" para as vítimas e suas famílias, afirmando que, embora o tribunal tenha feito tudo o que estava ao seu alcance, "nada pode desfazer o que aconteceu".
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Fonte: https://rmx.news/article/germany-afghan-asylum-seeker-who-killed-toddler-and-man-in-aschaffenburg-declared-not-criminally-responsible-will-serve-no-prison-time/


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Não pode desfazer o que aconteceu, pois não... enfim, neste plano de existência, resta a consolação, e um sofrimento intenso infligido aos responsáveis da não deportação do fulano, por exemplo, já não seria mau de todo...