ALEMANHA - IGREJAS FAZEM PROPAGANDA ANTI-NACIONALISTA, CATÓLICOS VOTAM MENOS NOS NACIONALISTAS DO QUE O RESTO DA POPULAÇÃO

A Conferência Episcopal Alemã aprovou esta quinta-feira um comunicado em que alerta que as posições de Extrema-Direita e o nacionalismo racista não são compatíveis com a visão cristã do ser humano e que os partidos que pertencem a esse espectro político, incluindo a Alternativa por Alemanha (AfD), não deveria ser votado pelos cristãos: “Dizemos isto muito claramente: o nacionalismo racista é incompatível com a visão cristã de Deus e do ser humano”, afirma o comunicado dos bispos.

“Os partidos de Extrema-Direita e aqueles que se movem no limite dessa ideologia não são uma área em que os cristãos possam fazer trabalho político e não são adequados para os cristãos votarem neles”, acrescentam.

Além disso, o comunicado alerta que a divulgação de conteúdos de Extrema-Direita – e especialmente de posições racistas e anti-semitas – não é compatível com o trabalho dentro da Igreja.

O documento, de quatro páginas e aprovado por unanimidade, inclui uma secção sobre a AfD e diz que este partido, depois de vários momentos de radicalização, predominam posições nacionalistas e que actualmente o grupo transita entre o populismo de Direita e a Extrema-Direita.

Tradicionalmente, os bispos apelam ao voto nas eleições, mas não é comum que se dirijam especificamente a um determinado partido para o criticar.

O bispo de Limburgo (Alemanha central), Georg Batzing, presidente da Conferência Episcopal, explicou que existe agora uma situação especial porque a AfD é a ponta de lança de uma transformação cultural na sociedade alemã.

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Fonte: https://www.ihu.unisinos.br/636808-os-bispos-contra-a-alternativa-para-a-alemanha-o-nacionalismo-racista-e-incompativel-com-o-cristianismo

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(...) No meio dessas tensões, as principais igrejas protestantes (EKD) e católica da Alemanha manifestaram-se para alertar contra a Extrema-Direita.

Em documento publicado apenas duas semanas antes das eleições, mais de 20 outros órgãos cristãos da ACK (Associação de Igrejas Cristãs na Alemanha) pedem para “usar a nossa voz e defender a democracia”.

Em referência clara à AfD, a plataforma ecuménica (cujos membros também incluem as federações baptista e menonita) escreve: “Continuamos a acreditar que o extremismo e, acima de tudo, o Nacionalismo étnico são incompatíveis com o Cristianismo. É por isso que apelamos a todos os eleitores: por favor, votem em partidos que defendem a nossa democracia”.

Os signatários enfatizam a necessidade de uma política justa de refugiados e a protecção da dignidade humana. Ressaltam a necessidade de ter esperança e confiança diante de crises globais, desafios económicos e mudanças tecnológicas. Também pedem uma Europa mais forte e uma política sustentável para a protecção do meio ambiente.

Este tipo de posicionamento, que não é novo, foi criticado durante a campanha eleitoral por um peso-pesado do partido conservador, o bávaro Markus Söder, que, identificando-se como cristão, disse que as igrejas deveriam “voltar a falar mais sobre os fundamentos da fé cristã” e menos sobre as suas visões políticas.

Por sua vez, a Aliança Evangélica da Alemanha (que reúne principalmente cristãos de igrejas evangélicas independentes) apelou no Outono para que os evangélicos evitassem discursos polarizadores e fossem “construtores de pontes e construtores da paz que acreditam que é possível unir os oponentes na igreja, na política e na sociedade”.

Em entrevista recente ao Evangelical Focus, o co-presidente Frank Heinrich explicou que está ciente de que alguns cristãos votarão na Extrema-Direita por causa da sua suposta defesa dos valores cristãos tradicionais, acrescentando que silenciar conversas honestas não era a solução, porque “precisamos de aprender a discordar melhor”.

Mas Heinrich encorajou os cristãos evangélicos a olhar além dos slogans políticos e denunciar situações em que minorias e grupos frágeis são atacados de forma injusta e generalizada.

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Fonte: https://evangelicalfocus.com/europe/30199/churches-in-germany-redouble-their-call-to-vote-against-the-far-right

Os resultados desta propaganda cristã frontalmente anti-nacionalista foram os seguintes:

O candidato da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, será provavelmente o próximo chanceler da Alemanha. Mas quem votou nele e quem não votou?

De acordo com a agência de pesquisas Wahlen, citada pela Pro Medienmagazin, o vencedor das eleições foi apoiado por quatro em cada dez católicos, um claro 10% a mais que o resto da população. Os protestantes, por outro lado, votaram em Merz, em consonância com o resto da população (29%) e apoiaram o social-democrata Scholz mais do que a média (20% contra 16%).

Com 18%, os católicos mostraram menos apoio à Extrema-Direita AfD do que a média, enquanto os protestantes votaram da mesma forma que o resto da população. Não houve diferença no voto para os Verdes entre os cristãos das duas igrejas, mas o apoio dos cristãos à Esquerda radical do Die Linke ficou bem abaixo da média, 5% entre os católicos e 7% entre os protestantes, em comparação com 9% da população como um todo.

Mas a AfD, a vencedora moral das eleições, dobrando os seus votos para 20% e tornando-se no principal partido de oposição no Bundestag, alcançou o seu maior sucesso entre os jovens. Foi o partido mais votado nas faixas etárias de 25-34 e 35-44, onde uma em cada quatro pessoas votou neles.

Entre os eleitores mais jovens (18-24), a Esquerda radical venceu com 25%, seguida pela AfD (21%), deixando para trás os potenciais futuros partidos do governo.

Outro indicador de preocupação com o futuro do país foram duas iniciativas de oração dos jovens que ocorreram no fim de semana das eleições. Por um lado, cerca de 1500 pessoas reuniram-se em frente ao parlamento federal em Berlim em 22 de Fevereiro para orar pela Alemanha. Convocadas pelo influenciador Chris Schuller (16000 seguidores no Instagram) e sob o texto bíblico de 2 Crónicas 7:14: “Os tempos em que vivemos são mais do que loucos. Agora, cada um de nós é chamado a votar nas eleições. Mas primeiro, devemos dobrar os joelhos e clamar ao nosso Deus, pois Ele é o único que nos pode realmente ajudar!”, disse o grupo organizador. “Vamos dar o exemplo neste mundo e no mundo invisível: oramos como o corpo de Cristo para que a vontade de Deus seja feita na Alemanha”.

Também a Missão Liebenzeller, no sudoeste da Alemanha, reuniu jovens no fim de semana de 21 a 23 de Fevereiro. Cerca de 900 compareceram na conferência de oração da juventude.

“O nosso mundo está em crise de muitas maneiras, e talvez você também esteja passando por sua própria crise pessoal. Você anseia por confiança e esperança?”, disseram os organizadores.

No Congresso de Oração da Juventude de 2025, os participantes “rezaram pelos seus professores, por famílias desfeitas, pela paz e pela eleição federal”, explicou um comunicado à imprensa.

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Fonte: https://evangelicalfocus.com/europe/30272/in-germany-catholics-voted-for-merz-protestants-supported-former-chancellor-scholz

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Uma e outra vez se confirma a incompatibilidade óbvia entre Nacionalismo e o credo que impôs o universalismo militante no Ocidente, que é o do Judeu Renegado e Crucificado. É neste último que radica o cerne da sensibilidade que caracteriza as elites do Ocidente, directa ou indirectamente - não apenas as da «Direita» conservadora, mas também, na sua essência moral, a de toda a Esquerda, como bem se vê na excepcional e essencial similitude entre o Cristianismo e o Anti-Racismo militante da actualidade: o mesmo ardor no ideal do amor moralmente obrigatório contra todas as fronteiras, a mesma vontade de condenar e até odiar a sua própria gente, a mesma noção de culpa colectiva diante de um Amado Outro tido como perfeito, a mesma crença de que é na sujeição ou fusão com tal entidade que se dá a «salvação» de tudo o que é humano...

Contra este veneno espiritual, e, subsequentemente, ideológico, cultural, social, só o Nacionalismo se ergue, e esta oposição, que era já bem visível na Alemanha de há noventa anos, volta agora a cristalizar-se.

Este é o motivo pelo qual só o Nacionalismo democrático, estável, sistemático, regular e dinâmico pode impedir que as elites mergulhem a Europa num mar de caótica e violenta lama racial, a diluição final dos Europeus.