SOBRE A NECESSIDADE DA ALIANÇA ATLÂNTICA
Vícios ideológicos antigos vão-se corrigindo, ou eliminando, à medida que se vai lapidando o cristal do Nacionalismo. Um dos seus maiores inimigos internos foi sempre o messianismo elitista de quem aguardava continuamente um líder «com eles no sítio!» para «nos liderar a todos» na senda da «salvação». Deriva tal perspectiva de um pensamento anti-democrático, demasiadas vezes dado como inerente ao ideal da salvaguarda nacional, embora na verdade não haja rigorosamente nenhuma necessidade lógica de que assim seja - pelo contrário. Fez esta tendência pôr autores e seus fiéis leitores a ansiar continuamente por um D. Sebastião ou um rei Artur salvador, ou, até, por um «Prestes João» que, reinando numa sociedade exemplar, seria o parceiro ideal no combate contra a «decadência». É auspicioso, até ver, que esta tendência esteja a morrer no seio das forças nacionalistas, ainda que, desafortunadamente, ainda haja de tal «culto» devotos representantes, que os faz eleger Putin como «um dos nossos», mesmo depois de o rufia ex-KGB declarar repetidamente a sua hostilidade ao Nacionalismo e à soberania de uma Nação europeia, em nome de um império multiétnico como é, infelizmente, a actual Rússia. Mais do que constituir um exemplo do culto dos líderes, todavia, este pró-putinismo é, acima de tudo, uma confirmação do ingénuo - na melhor das hipóteses - ingénuo ideal da Europa unida «de Vladivostok até Brest» (que deixava a Ibéria de fora, vá-se lá saber porquê...), actualizado, curiosamente, pelo presidente Emmanuel Macron, quando em 2019 valorizou na sua conta de X uma Europa «de Lisboa a Vladivostok». Macron fez bem em aparentemente ter posto de lado tal utopia; verifica-se, todavia, que, numa certa Direita anti-democrática, não há pudor algum em legitimar o esmagamento de uma Nação europeia se isso servir o «bem maior» que é a ligação à Rússia putinesca. Lamentável, de facto, e, sem dúvida, péssimo sinal. A glorificação de grandes potentados patrióticos europeus a todo o custo já devia ter sido posta de lado pelo menos desde que a Alemanha hitleriana invadiu a Checoslováquia e depois a Polónia, mas há quem se borrife para os invadidos, manifestando um desprezo inerente pelos pequenos e pelos «fracos», o que tem triste piada quando é interpretado por Portugueses, que sempre tiveram à perna o poderio imperial castelhano e que dele só se livraram navegando por rios de sangue, com alguma ajuda do aliado Anglo-Saxão, o mesmo que declarou guerra à Berlim NS quando esta invadiu território polaco e que agora se solidariza com a Ucrânia. Interessa pouco, aqui, se os «bifes» o fazem por interesses particulares, alheios a qualquer verdadeira «solidariedade» - o que conta, mais do que tudo o resto, é que os interesses dos Ingleses coincidiram frequentemente com os das «pequenas» Nações europeias, Portugal incluído. Não com os da Irlanda, e da Escócia, e de Gales, mas, seguramente, com os de várias Nações europeias contra outros potentados imperiais - Castela, Napoleão, Alemanha NS, Rússia de Putin. De resto, a Irlanda já é maioritariamente independente, enquanto a Escócia e até mesmo Gales já disso estiveram mais longe...
5 Comments:
Tudo dito e muito bem dito. E ao contrário do que muita imprensa quer fazer crer, o Trump é pela Ucrânia:
https://www.reuters.com/world/donald-trump-says-ukraines-survival-is-important-us-2024-04-18/
Até já disse das boas sobre o Putin: https://www.youtube.com/shorts/SvSAMcTWaC0
Tal como andam sempre a insistir que mentira de partidos como o da Le Pen são pro-russia, quando a mesma já disse que estava pela Ucrânia por coerência de uma nação a se defender e ás suas fronteiras, e por exemplo o Vox em Espanha até quis considerar o Putin persona non grata, claro que a imprensa nunca menciona isto.
Como é que alguém que se diga patriota ou nacionalista pode defender um Império que ataca uma nação europeia e que ao mesmo tempo ergue na zona ocupada estátuas a Lenine e a Estaline. O Putin disse que era anti-nacionalista: https://pasteboard.co/Tah9ZuPoOcOy.jpg
eles sao europeus hoje mas aliados ao oeste dentro da ue shengen viram outra polonia que nas manifestacoes de gaza ja se mostra bem invadida
america europeia kk o sul dos eua e cheio de africanos e mexicanos ha muitos condados medios ja substituidos os eua foi euro com 90% euro os wasps sao cada vez menos
desculpe os posts curtos mas o blogspot ta com bug no cel so aparece poucas linhas de digitacao pra quem posta
«E ao contrário do que muita imprensa quer fazer crer, o Trump é pela Ucrânia»
Sim, pode facilmente sê-lo, ele não partilha a tara pró-russa de demasiado pessoal na ala direita da política ocidental, mas tem de ter cuidado com o que diz para não alienar parte do seu eleitorado, do mesmo modo que passou a ser contra o aborto quando antes de ser eleito era pró-liberdade de escolha, é assim a real politik.
«andam sempre a insistir que mentira de partidos como o da Le Pen são pro-russia, quando a mesma já disse que estava pela Ucrânia por coerência de uma nação a se defender e ás suas fronteiras, e por exemplo o Vox em Espanha até quis considerar o Putin persona non grata, claro que a imprensa nunca menciona isto.»
Ora nem mais, assim criam uma «equivalência» moral com o esquerdalhame pró-russo como o PCP.
«Como é que alguém que se diga patriota ou nacionalista pode defender um Império que ataca uma nação europeia»
Bem... patriota, patriota... até pode, porque a Rússia é uma pátria... agora, nacionalista, não.
Há muito que me apercebi da existência de um certo pessoal nas hostes ditas nacionalistas que não é propriamente nacionalista mas sim patriota e imperialista - acima de tudo, «nietzschiano» e adepto do princípio «might is right», ou seja, a lei do mais forte. Quando dizem que «o Nacionalismo não é supremacismo mas sim respeito pelas diferenças», isso, que em princípio é mensagem valiosa, na boca deles está quase ao nível da aldrabice. Assim que vêem um branco «com eles no sítio» e um exército poderoso em pose «fascista» a atropelar tudo e todos, mandam às urtigas essa história das culturas nacionais porque o que querem é, sempre foi, a mais pura supremacia.
Claro que o Putin é contra o Nacionalismo. Putin tem a escola soviética do KGB, que sempre foi imperialista e inimiga das Nações. O Putin sabe bem o que anda a fazer, é coerente, não é um caganifrates em busca de um Prestes João ou de um paizinho ou de um líder iluminado que venha salvar a raça e «dar cabo disto tudo» (da Democracia, da «decadência», do LGBT, do Feminismo, etc.).
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