segunda-feira, maio 20, 2024

SOBRE A NECESSIDADE DA ALIANÇA ATLÂNTICA

Vícios ideológicos antigos vão-se corrigindo, ou eliminando, à medida que se vai lapidando o cristal do Nacionalismo. Um dos seus maiores inimigos internos foi sempre o messianismo elitista de quem aguardava continuamente um líder «com eles no sítio!» para «nos liderar a todos» na senda da «salvação». Deriva tal perspectiva de um pensamento anti-democrático, demasiadas vezes dado como inerente ao ideal da salvaguarda nacional, embora na verdade não haja rigorosamente nenhuma necessidade lógica de que assim seja - pelo contrário. Fez esta tendência pôr autores e seus fiéis leitores a ansiar continuamente por um D. Sebastião ou um rei Artur salvador, ou, até, por um «Prestes João» que, reinando numa sociedade exemplar, seria o parceiro ideal no combate contra a «decadência». É auspicioso, até ver, que esta tendência esteja a morrer no seio das forças nacionalistas, ainda que, desafortunadamente, ainda haja de tal «culto» devotos representantes, que os faz eleger Putin como «um dos nossos», mesmo depois de o rufia ex-KGB declarar repetidamente a sua hostilidade ao Nacionalismo e à soberania de uma Nação europeia, em nome de um império multiétnico como é, infelizmente, a actual Rússia. Mais do que constituir um exemplo do culto dos líderes, todavia, este pró-putinismo é, acima de tudo, uma confirmação do ingénuo - na melhor das hipóteses - ingénuo ideal da Europa unida «de Vladivostok até Brest» (que deixava a Ibéria de fora, vá-se lá saber porquê...), actualizado, curiosamente, pelo presidente Emmanuel Macron, quando em 2019 valorizou na sua conta de X uma Europa «de Lisboa a Vladivostok». Macron fez bem em aparentemente ter posto de lado tal utopia; verifica-se, todavia, que, numa certa Direita anti-democrática, não há pudor algum em legitimar o esmagamento de uma Nação europeia se isso servir o «bem maior» que é a ligação à Rússia putinesca. Lamentável, de facto, e, sem dúvida, péssimo sinal. A glorificação de grandes potentados patrióticos europeus a todo o custo já devia ter sido posta de lado pelo menos desde que a Alemanha hitleriana invadiu a Checoslováquia e depois a Polónia, mas há quem se borrife para os invadidos, manifestando um desprezo inerente pelos pequenos e pelos «fracos», o que tem triste piada quando é interpretado por Portugueses, que sempre tiveram à perna o poderio imperial castelhano e que dele só se livraram navegando por rios de sangue, com alguma ajuda do aliado Anglo-Saxão, o mesmo que declarou guerra à Berlim NS quando esta invadiu território polaco e que agora se solidariza com a Ucrânia. Interessa pouco, aqui, se os «bifes» o fazem por interesses particulares, alheios a qualquer verdadeira «solidariedade» - o que conta, mais do que tudo o resto, é que os interesses dos Ingleses coincidiram frequentemente com os das «pequenas» Nações europeias, Portugal incluído. Não com os da Irlanda, e da Escócia, e de Gales, mas, seguramente, com os de várias Nações europeias contra outros potentados imperiais - Castela, Napoleão, Alemanha NS, Rússia de Putin. De resto, a Irlanda já é maioritariamente independente, enquanto a Escócia e até mesmo Gales já disso estiveram mais longe...

Não pode a Europa Livre actual contar com a Rússia, paciência - o melhor aliado das Nações Europeias é ainda, com todos os defeitos que possa ter, a extensão da civilização europeia em terras transatlânticas, ou seja, a América europeia, mormente na eventualidade de Donald Trump vencer as eleições presidenciais de Novembro. Trump, o «horrível» racista «com cabelo cor de laranja» que soube mais de uma vez mostrar o bom senso e brilhantismo político - actualmente mostrar o mais elementar bom senso já praticamente se pode classificar como brilhantismo político, tendo em conta o contexto geral das mentalidades... - pois soube então mais de uma vez mostrar o bom senso e brilhantismo político de, mais de uma vez, avisar os Europeus, mais concretamente os Alemães, de que não deveriam ficar demasiadamente dependentes dos Russos...

Esta é uma evidência da ética - da ética que obedeça a uma lógica estritamente nacionalista, bem entendido. Quando uma Nação branca europeia é atacada por uma potência imperial euro-asiática, aliás, euro-asiatista, evidentemente que não há lugar a qualquer espécie de desculpas para não apoiar o Povo invadido, que é uma gente branca, indo-europeia, totalmente europeia na sua população, que exige ser soberana na sua própria terra, neste caso contra um poder totalitário oficial e ostensivamente multicultural e multiétnico. Nenhuma referência a qualquer espécie de teoria de conspiração sobre judeus, maçónicos ou extraterrestres justifica sequer a indiferença de um nacionalista europeu para com uma Grei europeia que luta pela sua liberdade.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tudo dito e muito bem dito. E ao contrário do que muita imprensa quer fazer crer, o Trump é pela Ucrânia:

https://www.reuters.com/world/donald-trump-says-ukraines-survival-is-important-us-2024-04-18/

Até já disse das boas sobre o Putin: https://www.youtube.com/shorts/SvSAMcTWaC0

Tal como andam sempre a insistir que mentira de partidos como o da Le Pen são pro-russia, quando a mesma já disse que estava pela Ucrânia por coerência de uma nação a se defender e ás suas fronteiras, e por exemplo o Vox em Espanha até quis considerar o Putin persona non grata, claro que a imprensa nunca menciona isto.

Como é que alguém que se diga patriota ou nacionalista pode defender um Império que ataca uma nação europeia e que ao mesmo tempo ergue na zona ocupada estátuas a Lenine e a Estaline. O Putin disse que era anti-nacionalista: https://pasteboard.co/Tah9ZuPoOcOy.jpg

22 de maio de 2024 às 00:04:00 WEST  
Blogger Lol said...

eles sao europeus hoje mas aliados ao oeste dentro da ue shengen viram outra polonia que nas manifestacoes de gaza ja se mostra bem invadida

22 de maio de 2024 às 19:00:00 WEST  
Blogger Lol said...

america europeia kk o sul dos eua e cheio de africanos e mexicanos ha muitos condados medios ja substituidos os eua foi euro com 90% euro os wasps sao cada vez menos

22 de maio de 2024 às 19:03:00 WEST  
Blogger Lol said...

desculpe os posts curtos mas o blogspot ta com bug no cel so aparece poucas linhas de digitacao pra quem posta

22 de maio de 2024 às 19:04:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«E ao contrário do que muita imprensa quer fazer crer, o Trump é pela Ucrânia»

Sim, pode facilmente sê-lo, ele não partilha a tara pró-russa de demasiado pessoal na ala direita da política ocidental, mas tem de ter cuidado com o que diz para não alienar parte do seu eleitorado, do mesmo modo que passou a ser contra o aborto quando antes de ser eleito era pró-liberdade de escolha, é assim a real politik.


«andam sempre a insistir que mentira de partidos como o da Le Pen são pro-russia, quando a mesma já disse que estava pela Ucrânia por coerência de uma nação a se defender e ás suas fronteiras, e por exemplo o Vox em Espanha até quis considerar o Putin persona non grata, claro que a imprensa nunca menciona isto.»

Ora nem mais, assim criam uma «equivalência» moral com o esquerdalhame pró-russo como o PCP.



«Como é que alguém que se diga patriota ou nacionalista pode defender um Império que ataca uma nação europeia»

Bem... patriota, patriota... até pode, porque a Rússia é uma pátria... agora, nacionalista, não.
Há muito que me apercebi da existência de um certo pessoal nas hostes ditas nacionalistas que não é propriamente nacionalista mas sim patriota e imperialista - acima de tudo, «nietzschiano» e adepto do princípio «might is right», ou seja, a lei do mais forte. Quando dizem que «o Nacionalismo não é supremacismo mas sim respeito pelas diferenças», isso, que em princípio é mensagem valiosa, na boca deles está quase ao nível da aldrabice. Assim que vêem um branco «com eles no sítio» e um exército poderoso em pose «fascista» a atropelar tudo e todos, mandam às urtigas essa história das culturas nacionais porque o que querem é, sempre foi, a mais pura supremacia.

Claro que o Putin é contra o Nacionalismo. Putin tem a escola soviética do KGB, que sempre foi imperialista e inimiga das Nações. O Putin sabe bem o que anda a fazer, é coerente, não é um caganifrates em busca de um Prestes João ou de um paizinho ou de um líder iluminado que venha salvar a raça e «dar cabo disto tudo» (da Democracia, da «decadência», do LGBT, do Feminismo, etc.).


28 de maio de 2024 às 08:54:00 WEST  

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