NÃO QUEREM MAIS DINHEIRO PARA AVIÕES DE GUERRA, TANQUES, DRONES DE COMBATE E MÍSSEIS?

Ouvem-se vozes por vezes histéricas a avisar contra o envolvimento da OTAN na Ucrânia e, sobretudo, contra o anunciado aumento do orçamento de cada país europeu dedicado a material militar. São alertas lançados por alegados pacifistas.

Ora não foi só por não nos metermos em guerras que pudemos viver décadas em paz - foi, decisivamente, porque o Ocidente, do qual fazemos parte, teve força militar suficiente para manter os seus oponentes em respeito.

Foi graças ao superior poderio militar ocidental que pudemos viver à grande em comparação com as décadas anteriores.

Foi graças à bem sucedida corrida armamentista que pudemos fazer as nossas boas vidinhas tranquilas com cinemas, moda, glamour, restaurantes, anos e anos a ver televisão e a encher o fole.

Foi graças ao míssil termonuclear que se pôde inúmeras vezes contemplar em paz a vizinha a pôr rimel e baton na estação de comboio para ir trabalhar no belo e limpo centro comercial sem que a mente se ensombrasse de imediato por se lembrar da probabilidade de na semana seguinte ir perder uma perna na fronteira contra algum bélico peão de Kalashnikov ao peito.

Foi sempre na força das armas que esteve a garantia da nossa paz, não apenas no nosso espírito burguês e consumista, que é precioso, sem dúvida, mas não afasta, só por si, os inimigos, antes estimula a sua inveja e a sua hostilidade.

É, diariamente, por se saber que há tropa armada nos quartéis e polícia armada nas ruas (?) que se pode fazer o dia-a-dia com um mínimo de assaltos e um máximo de serena rotina.

Há quem se tenha esquecido disto, ou até nunca o tenha percebido, não sabendo, pelos vistos, ou não tendo sequer memórias de infância, para entender que os «bullies» não se compadecem com gente pacífica e que, por isto mesmo, a paz não pode ser feita só de um lado.