terça-feira, março 12, 2024

PORTUGAL 2024 - 48 DEPUTADOS DA ULTRA-DIREITA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Ando a dizer há perto de vinte colhões de anos que a Democracia é aliada natural do Nacionalismo. Em Portugal, tenho-o feito praticamente sozinho, falando o mais das vezes para as putas das paredes. Em dez milhões e qualquer coisa de habitantes, existe um só cidadão que sempre disse isto há cerca de duas décadas - eu. O Afonso de Portugal também o diz, justiça lhe seja feita. 
Fartei-me de explicar a lógica inerente a este raciocínio. A lógica das coisas não depende de quem as diz. Gostai de mim ou não, tanto faz - se eu digo que um copo de vidro cai no chão e parte-se caso eu o largue de uma altura de dez metros, já sabeis que é isso que vai acontecer, independentemente de eu ter ou não ter razão em todos os outros assuntos do universo. As leis da Natureza não estão sujeitas à reputação ou ao intelecto de quem as descreve ou confirma. As leis do comportamento humano também não, até porque fazem parte da Natureza. A tendência mais forte no seio de qualquer grupo humano é actuar segundo o princípio do
«Nós em primeiro lugar, acima de todos os outros.»
É a pulsão naturalmente tribal, própria de um organismo saudável, crucial para que uma comunidade se salvaguarde. Logo, quanto mais no seio desta comunidade se votar de forma democrática, mais a prioridade dada ao seu próprio sangue se afirmará por cima de todos os outros princípios. 
Há uma possibilidade de isto não acontecer - não acontece se, no seio desta comunidade, a elite dirigente for moralmente orientada por outro princípio que não o princípio tribal: se esta elite tem os seus próprios interesses, estranhos ao bem-estar do povo, se esta elite está ligada a outras elites, por vezes até por laços de sangue (daí o modo como gente da alta nobreza portuguesa traiu a Nação mais de uma vez, pondo-se ao lado da aristocracia castelhana contra Portugal), ou, claro, se esta elite está dominada por um credo de dogma absoluto que prega o universalismo acima de tudo o resto. 
Com a imposição do Cristianismo na Europa, este vírus moral, o universalismo militante anti-nacional, começou a introduzir-se nas veias das elites europeias, um vírus que constitui uma autêntica sida, ou síndroma de imuno-deficiência adquirida. A Europa ficou moralmente seropositiva, digamos, uma vez que passou a ter este vírus em incubação. Veio este vírus originar a sida propriamente dita, que é o anti-racismo das actuais elites europeias. É um vírus que impede o Organismo de se defender a si mesmo diante das ameaças que vêm de fora do Organismo, como a imigração, a enchente de falsos refugiados e a presença islâmica em solo ocidental. O anti-racismo militante chega a sacralizar o Santo Alógeno e a diabolizar o Nós, o «branco», eternamente culpado de tudo e mais alguma coisa. Por este motivo, a cristianização foi a maior e mais mortal tragédia da história da Europa
A partir daqui, quanto mais se fizer a vontade da elite europeia, mais as fronteiras da Europa se esboroam diante do «sagrado alógeno». Sucede que este veneno moral, o anti-racismo, pouco ou nada penetrou nas classes populares, ainda basicamente saudáveis, relativamente impermeáveis a esta maleita espiritual. 
Ora a Democracia consiste em fazer a vontade, não de uma elite, mas sim do povo todo. Não há democracias perfeitas, bem entendido - mas há democracias mais democráticas do que outras, ou seja, democracias em que a vontade popular se exerce mais amplamente do que qualquer outra. Num regime verdadeiramente democrático, ou pelo menos quase perfeitamente democrático, o óbvio é este: ainda que toda a elite vote por abrir as fronteiras, estas não serão abertas porque a maior parte da população é constituída pelas classes baixas e estas são «racistas», por assim dizer. 
Subsequentemente, quanto mais se fizer a vontade popular, quanto mais a gente das classes populares tiver peso na definição da Política nacional, mais o princípio do «Nós primeiro» se irá exercer. 
Isto não é difícil de perceber. Não é, não pode ser, é inconcebível que seja complicado de entender. Nem sequer se torna necessário um intelecto muito desenvolvido para captar a ideia. Qualquer indivíduo de nível intelectual médio ou, até, médio-baixo, consegue vê-lo - ou consegue, mas é se não estiver emocionalmente envenenado, ou pela ideologia anti-racista dos anti-racistas que dizem ser democráticos, ou pela ideologia conservadora patriótica dita nacionalista e anti-democrática da maralha fascista.

Eu sempre disse que a Ultra-Direita tinha, por tudo isto, grande potencial de crescimento em Portugal. 
Portugal é um país europeu como outro qualquer - se noutros países europeus a Ultra-Direita cresce a olhos vistos desde há décadas, não existia razão absolutamente nenhuma para que este crescimento não viesse a acontecer também em Portugal. Gemiam uns quantos ditos nacionalistas que «isso cá não resulta, não temos um povo desenvolvido como os lá de cima...» Do lado oposto, os «analistas» que botavam faladura na televisão peroravam que «cá é difícil a Extrema-Direita afirmar-se, o Estado Novo ainda é muito recente...», ou «Somos um povo anti-racista, cá os racismos não pegam», isto apesar de um estudo europeu ter revelado, há década e meia, que os Portugueses eram dos Povos mais «racistas» da Europa, mas depois «estudos» mais recentes já anunciavam que «dantes, os Portugueses eram contra a imigração, agora já são um dos Povos europeus mais receptivos à imigração!!!», pois pois, é o velho truque moral de persuasão dos mais ingénuos e moralmente desarmados no seio do «povinho»: «Ó cidadão, olha que tu não sejas racista, porque o teu povo é contra o racismo e a favor da imigração!»... 
A ideia de que os Portugueses são anti-racistas, e de que «a grande vocação de Portugal é o sul global», constitui pura construção ideológica das elites, tanto as da beatagem cristãmente expansionista e imperialista como as da Esquerda anti-racista. O Povo Português propriamente dito nunca alinhou nisso. Os soldados que iam daqui para as colónias combater, sabiam que iam para a «terra dos pretos». Há pouco tempo, um sociólogo qualquer surpreendeu-se pelo facto de que, tirando os retornados, não houve trauma na população portuguesa devido à perda do império... pudera, o Povo sempre soube que nada daquilo em África fazia parte do Nós...
De entre todos os «analistas» da Política, o que falou menos mal foi um escriba qualquer que teve a ideia de dizer «Em Portugal ainda não há Extrema-Direita porque ainda não calhou». Pois. Gentinha desta índole ignora por completo o que é um partido não ter dinheiro nem possibilidade de furar o bloqueio me(r)diático, que é o que tem acontecido ao PNR/Ergue-te desde que foi fundado até hoje. 
Alguém quer então ver a Ultra-Direita a desaparecer? Melhorem-se os salários, melhorem-se as pensões, melhore-se o funcionamento da saúde, da habitação e da educação, nessa altura ver-se-á que a Ultra-Direita... continuará a crescer...

Se, há vinte anos, vinte?, se há dez anos me tivessem dito que, em 2024, Portugal iria ter Ultra-Direita na Assembleia da República, eu acharia isso bom demais para ser verdade; se me dissessem que a Ultra-Direita iria então ter, em 2024, dez deputados, eu acharia que isto estaria francamente para além da imaginação optimista. Se, em vez disso, me dissessem que a Ultra-Direita iria mas é ter vinte deputados em 2024, aí eu começaria a suspeitar de que estariam a brincar. Se me dissessem então, «Vinte?, quais vinte, vai mas é ter quarenta!», e logo outro alguém acrescentasse «Quarenta? Mais de quarenta, quarenta e oito!», eu aí teria então a certeza de que me estariam a gozar o focinho. «Ide gozar c'os tomates do vosso pai», poderia eu responder. Ora afinal aconteceu. Ultrapassou todas as minhas expectativas. Quando, há uns anos valentes, o partido SD sueco alcançou perto de vinte lugares no Riksdag ou parlamento da Suécia, eu achei fabuloso - mas isto, quarenta e oito em Portugal, isto é fora de série. 
Diziam-me, há não muito tempo, que o PNR só lá para daqui a cem anos é que teria um deputado na assembleia da república. Aqui está a resposta, não pelo PNR mas por outro partido que sacou a maior parte do que de ideologicamente melhor tem o PNR/Ergue-te. Um em cada dez portugueses votou na Ultra-Direita. Um em cada seis eleitores votou na Ultra-Direita. O povo é o povo, é o povo, é o povo e é o povo. O resto são elitismos de merda e Marias Antonietas escandalizadas porque o caraças do povinho cada vez obedece menos aos que lhe dizem que não pode ser racista...
Faço então votos para que o Deus das Fronteiras continue a apoiar o despertar do Povo de modo a que as eleições permitam cada vez mais a salvaguarda da Nação...

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Grande postada, sim senhor. Esta grande vitória também é tua Caturo, espero que saibas isso.

13 de março de 2024 às 12:25:00 WET  
Blogger betoquintas said...

A ascensão da extrema direita nada tem com democracia, nacionalismo ou leis naturais. Era esperado que comemorasse. Não te dá conta que é manipulado e vítima. Isso que defende não é Paganismo.

13 de março de 2024 às 13:08:00 WET  
Blogger Caturo said...

«A ascensão da extrema direita nada tem com democracia, nacionalismo»

Não, estás com azar. A ascensão da Ultra-Direita tem mesmo tudo, tudo, rigorosamente tudo, a ver com a Democracia, com o Nacionalismo e com as leis da natureza humana, como expliquei pela lógica e pelos factos. Era previsível que ficasses queimado dos nervos e viesses cá guinchar. Aguenta que ainda é pouco. De resto, já te expliquei o que é Paganismo e já te demonstrei, por a+b, com citações, que é a tua espécie de moral doentia que constitui um subproduto do Cristianismo, que não tem corno a ver com Paganismo. É do Cristianismo que vem essa abjecta condenação do «racismo» e do Nacionalismo, nunca, jamais, do Paganismo.

13 de março de 2024 às 18:44:00 WET  
Blogger Caturo said...

Obrigado, anónimo das 12:25. Sim, esta vitória também é minha, moralmente falando, ainda que eu não tenha votado no partido que tem agora 48 deputados.

13 de março de 2024 às 18:45:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Obrigado, anónimo das 12:25. Sim, esta vitória também é minha, moralmente falando, ainda que eu não tenha votado no partido que tem agora 48 deputados."

Não só pelo factor moral, mas pela influência ideológica que o blog teve em muita gente do meio, e que a espalhou não só pelo Chega, mas por todo o lado, sobretudo a linha identitária.

13 de março de 2024 às 21:20:00 WET  
Blogger Caturo said...

Obrigado, novamente.

13 de março de 2024 às 23:18:00 WET  
Blogger Afonso de Portugal said...

«O Afonso de Portugal também o diz, justiça lhe seja feita.»

Agradeço o reconhecimento, embora tenha de ser dito que tu já o fazias aqui no ciberespaço bem antes de mim. De resto, é bastante lamentável que em toda a blogosfera nacionalista tenha havido apenas dois "caramelos" capazes de perceber o que devia ser absolutamente evidente, sobretudo na sequência do crescimento rápido de partidos como a FN em França (agora RN) logo nos primeiros anos deste século. A Democracia - a verdadeira Democracia onde há Liberdade de Expressão e contraditório - é um sistema que propicia o crescimento do Nacionalismo.

Infelizmente, continua a haver demasiados autoproclamados nacionalistas que continuam a não votar porque "votar é fazer o jogo do sistema", ou porque "isto só vai lá pelas armas", ou outra parvoíce igualmente castradora. Porque a palavra é mesmo essa - castradora - uma vez que nada destrói mais a esperança das pessoas do que andarem a ouvir repetidamente que a única solução possível para a sua situação é lutar uma guerra que elas não têm qualquer hipótese de vencer.

Já agora, não deixa de ser curioso que "alguém" tenha argumentado várias vezes, nas caixas de comentários deste blogue, que o pessoal votava mais na Esquerda no Sul do país "por ter mais sangue mouro". Que diria agora essa criatura acerca dos resultados obtidos pelo Chega em Faro, e sobretudo no Porto, o distrito onde o Chega tem tido menos sucesso à conta da porcaria do futebol e das clubites primárias? ;)

15 de março de 2024 às 19:52:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

esse beto e abraamico no cerne paganismo fake

17 de março de 2024 às 14:29:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

mas o blogspot perdeu muito peso celso tinha muito mais audiencia dez anos atras pra la o blog vivia cheio hoje tem mais nacionalistas no twitter gracas a musk mas o celso e sim um referencial

17 de março de 2024 às 14:31:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"O Afonso de Portugal também o diz, justiça lhe seja feita. "

Sabes se ele tem algum blog activo?

18 de março de 2024 às 17:51:00 WET  
Blogger Caturo said...

« Porque a palavra é mesmo essa - castradora - uma vez que nada destrói mais a esperança das pessoas»

Sim, está bem à vista. Em Portugal, concretamente, andaram mais de quarenta anos a desviar à partida todos os nacionalistas do real combate político democrático. Se eu fosse tão dado a teorias de conspiração como essa cambada, suspeitaria de que são pagos pelos «maçónicos» ou pelos extraterrestres para sabotar todo e qualquer potencial nacionalista no seio da população. Não se limitaram tais militantes a ser nulidades. Foram, e ainda são, autênticos atrasos de vida, andaram objectivamente a travar todo o desenvolvimento real do Nacionalismo em Portugal. É por isto muito esclarecedor, e também logicamente previsível, o que se verifica actualmente: a primeira vez que a Ultra-Direita tem sucesso político real em Portugal é com um gajo que vem de fora do movimento «nacionalista», o líder do Chega, autêntico abrilista que está em Democracia como peixe na água. Na área supostamente nacionalista, uma boa parte das críticas ao dito assentam numa fotografia em que ele está com um cravo vermelho à lapela, porque no fundo continua-se nesse meio mais incomodado com a «traição que foi o 25 de Abril!!!» do que com a corrente iminvasão que o País está a sofrer. Claro que pessoal deste nunca iria a lado nenhum de jeito, isto é óbvio.

Às tantas, todo este autismo tendencialmente suicidário, de quem discute o sexo dos anjos tendo à porta o turco, faz-me lembrar uma música dos ABBA, «What's the name of the game», qual é o nome do jogo - o que é que realmente querem, independentemente do que dizem querer. Num filme do Woody Allen, um diálogo de um casal tem legendas por baixo para traduzir o que as personagens estão realmente a querer dizer por trás das palavras que usam. O que quer de facto o pessoal da área nacionalista? Lutar realmente para travar a iminvasão ou simplesmente estar em boa companhia a ostentar insígnias e palavras e a sentir-se superior ao resto da população? Eu sei que de cada vez que uso a palavra «elite» para referir a classe dirigente, eu sei que com isso muitos dos ditos «nacionalistas» ficam a olhar para a puta da palavra como boi para palácio. Eles gostam mesmo é da noção de elite. Eles acham que são a verdadeira elite. Desprezam o povo. Não suportam a ideia de que a elite intelectual, objectivamente falando, é precisamente a camada da população que mais os odeia. Não se sentem nada à vontade ao constatar que quem mais concorda com o Nacionalismo é precisamente a camada mais baixa e menos letrada da população. Não aguentam. Preferem pensar que o «povinho» é estúpido e a favor da imigração, porque isso legitima a sua noção de que são superiores «a isto tudo à nossa volta». Estar no meio deles e dizer «a porteira, a peixeira, o taxista, o desempregado, o gajo do café, cada vez votam mais nas nossas ideias» é ouvir uma reacção do tipo «ah, pois...» Se em vez disso se disser «não aguento mais esta merda, tem é de ir tudo corrido a tiro, acabe-se já com esta farsa toda!!!!», ui, aí é que são aplausos dos grossos e likes e loves no facebook. Claro que a esmagadora maioria nunca vai fazer nada disso; e, se o fizesse, provavelmente era toda abatida em três tempos ou ia dar com os ossos na pildra que era um mimo, e assim acabava-se de vez o movimento, algo muito diferente da situação em que, quando se perde uma vez, daí a quatro anos tenta-se outra vez, civilizadamente e sem dramas, sempre a poder acumular mais poder e implantação social.
Ainda bem que são pouco ou nada vistos nos média. Assim a sua mentecapta proposta de boicotar as eleições fica limitada ao seu meio e deste modo a A.R. tem agora quase meia centena de vozes tendencialmente anti-imigração.

19 de março de 2024 às 12:19:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sobre os bons resultados da Ultra-Direita na terra dos Cónios, sim, também me lembrei disso do «sangue mouro»... na volta ainda é mas é daqueles que diz que o Chega é um instrumento maçónico e 'tá explicado... e o facto de o Porto ter comparativamente menos sucesso do que no resto do País, é por causa disso, porque no Porto não gostam da maçonaria!!!, embora votem mais no PSD e no PS, porque estes, aham, enfim, etc.... aliás, já o PNR tinha relativamente menos sucesso no Porto do que no resto do País, não sei se terá a ver com o conservadorismo da Direita portuense que continua leal ao antigo voto anti-comunista no PSD e no CDS (ou às tantas até pode ter a ver com o facto de que o grosso dos ideológicos anti-democráticos no movimento ser desta cidade...)
Enfim, desde que vi o galinácio a tentar dar a volta à questão diante dos bons resultados do BE no Porto, enfim, acredito em tudo...

Se entretanto é verdade o que dizes sobre a clubite futebolística constituir um obstáculo ao sucesso do Chega, paciência... uma das virtudes da Democracia é que, pela negativa ou pela positiva, tem tendência a dar ao povo aquilo que ele merece.

19 de março de 2024 às 12:19:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Por acaso e sobre esse tema, o Algarve também sempre foi a região ou a segunda que mais votava no PNR em percentagem de todo o país, portanto a implantação do Chega acaba por não ser uma surpresa assim tão grande, mas vencer, é de facto fantástico.

Bem antes do Chega aparecer, no ano de 2015 / legislativas PNR ou Ergue-te:
https://pasteboard.co/Qm1RM61nvDvq.jpg

As causas não sei se tem a ver com os níveis de imigração, ou se as pessoas estão mais alerta para o que está a acontecer do ponto de vista Etno.

24 de março de 2024 às 13:10:00 WET  

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