ADN OU AD...
À última da hora, andavam os direitinhas da AD a queixar-se de que muitos dos seus votos poderiam ir parar ao partido ADN por engano. É muito possível que isto tenha acontecido, a avaliar pela votação anormalmente alta do ADN, perto de cem mil votos. Se assim foi, tratou-se de pura justiça poética. A claque dos copinhos de leite sempre manifestou a maior arrogância diante dos partidos pequenos, sobretudo os de Direita. É uma arrogância tão marcada que essa gente nem dá por ela, tal é a naturalidade com que a assume.
Uma coisa é o comum cidadão, com emprego das nove às cinco, assoberbado pelos seus afazeres e preocupações, não se aperceber de que há um pequeno novo partido. Outra, bem diferente, é haver profissionais da Política a ignorar, na prática, um novo partido. Não é crível que os proprietários e funcionários do PSD, do CDS e do PPM não soubessem que o ADN existia. Pura e simplesmente borrifaram-se de alto para o dito quando resolveram ressuscitar a defunta AD. Nem lhes passou pela cabeça que uma formação política tão pequena pudesse perturbar a «nossa boa AD, uma Direita à maneira!, como nos bons velhos tempos do nosso saudoso Sá Carneiro!!» Agora pagaram ligeiramente pela sua arrogância, e ainda foi pouco, porque a parte de leão do seu pagamento foi com a ascensão do Chega...
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