RÚSSIA - QUASE SETENTA POR CENTO DOS NOVOS CIDADÃOS EM 2022 SÃO DE ORIGEM NÃO ESLAVA?

O nome completo do documento é bastante claro: RELATÓRIO SOBRE VIOLAÇÕES E ABUSOS DA LEI INTERNACIONAL HUMANITÁRIA E DIREITOS HUMANOS, CRIMES DE GUERRA E CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, RELACIONADOS COM A TRANSFERÊNCIA FORÇADA E/OU DEPORTAÇÃO DE CRIANÇAS UCRANIANAS PARA A FEDERAÇÃO RUSSA.

Resistência ucraniana a russificação forçada 
Os ocupantes russos admitem que os ucranianos nos territórios ocupados se recusam a obter a cidadania russa. Apesar da coerção, pressões e chantagens, apenas 22.000 ucranianos aceitaram os passaportes russos em 2023 (dados referentes ao 1º trimestre do ano).

Isso é duas vezes menos do que o número de tadjiques, que nem sequer são coagidos para receber a cidadania russa. Os «antifascistas» russos também chamam a atenção ao facto do que «quase 70% das 102.978 pessoas que receberam a cidadania russa neste ano não são eslavos».

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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://ucrania-mozambique.blogspot.com/2023/05/a-osce-classifica-deportacao-de.html?fbclid=IwAR2DTspGjOOAOY5nTewp5GB96y0nBuhDpIpcSGQh4qGvg2Kw4iQVtNGcwcM

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Não sei se a fonte é segura no que respeita à afirmação de que quase setenta por cento dos novos cidadãos russos em 2022 é de origem não eslava, mas não me custa nada a acreditar que o seja de facto. Putin é um imperialista e quem o apoia imperialista é. Entre os seus apoiantes está Dugin, que alguns consideravam como mero filósofo excêntrico a quem ninguém na Rússia ligava puto, mas também não é impossível que afinal tenha a sua relevância na direcção política e meta-política da actuação russa - e Dugin é, formalmente, um anti-racista e um imperialista, promotor declarado de um modo civilizacional que se afirma imperial, praticamente neo-evoliano, e que Dugin declara ser a oposição ao mundialismo liberal, o que significa, tão somente, que é na verdade um mundialismo concorrente, em nada melhor que o ocidental, muito pelo contrário.
Haver auto-proclamados nacionalistas ocidentais a apoiar Putin é, por isto mesmo, mais uma confirmação de que nas fileiras ditas nacionalistas do Ocidente, muitos são os que na verdade se revelam patriotas imperialistas; na sua boca, o Nacionalismo não é mais que um pretexto para afirmarem a sua «nietzschiana» vontade de poder, adoração da supremacia, exaltação, implícita ou mesmo explícita, da lei do mais forte. Se dizem, noutras alturas, defender a identidade racial e étnica e tal, isso na sua verve mais não é do que slogans que repetem em grupo como parte de uma peça de teatro na qual ainda são «obrigados» pela Democracia a «argumentar» em vez de partirem logo para a porrada; quando tantas vezes ecoaram o famoso mote «Nacionalismo não é ódio aos nossos, é amor à nossa cultura», isso era parte deste mesmo esforço «democrático», pouco convicto, afinal. Quando pensam em Nacionalismo, o que na verdade lhes surge na mente é uma multidão de amigalhaços seus uniformizados e armados até aos dentes, a marchar para «dar cabo disto tudo» - «o sistema», maçónicos, judeus, paneleiros, pretos e ciganos e feministas e se calhar também ciclistas; ora isto já o Putin «lhes dá», pelo que, a partir daí, borrifam-se de alto para a identidade étnica, e as Nações «pequenas» que se lixem, o que, de resto, não é novo nestas fileiras, como bem se viu na maneira como a ocupação nazi da Checoslováquia e a invasão nazi da Polónia sempre foram tacitamente aceites por muitos dos que agora simpatizam com Putin e afins.