quarta-feira, julho 27, 2022

TODOS OS IMPÉRIOS ESTÃO ERRADOS - SÓ AS NAÇÕES SÃO LEGÍTIMAS

O Império é sempre a imposição de uma Nação sobre outra(s). É, portanto, um atropelo aos direitos de uma ou mais Nações.
Conduz, além disso, à miscigenação, ou seja, à diluição étnica, ainda que isso tenha ocorrido quase sempre em baixa escala, o que, note-se, não altera o facto de esta dissolução pela mistura ser contrária à Identidade de todas as Nações envolvidas.
Mais - ao criar ressentimento, ódio e revolta, alimenta naturalmente o sentido de Justiça mais ou menos universal segundo o qual a retribuição é um direito e até um dever ético, o que se traduz no facto de que a Nação imperial desencadeia sempre a vontade, nos dominados, de a subjugar e/ou destruir num futuro possível.
Dificilmente se pode negar, por exemplo, a justiça poética da invasão germânica de Roma, depois de o Império Romano ter durante séculos subjugado diversas tribos germânicas.
Nenhum império teve alguma vez o direito de existir - nem o «nosso».
Se a qualquer português bem nascido se lhe revoltam as entranhas ao imaginar que Portugal poderia estar hoje na mesma situação que está a Catalunha, por exemplo - subjugada a Castela, integrada em Espanha - não se pode esperar menos de qualquer africano relativamente a todo e qualquer império europeu; aliás, neste último caso, a distância étnica é incomparavelmente maior, o que só pode agigantar o sentimento de repulsa pela submissão a estrangeiros.
Felizmente que os países europeus souberam dar voluntariamente a liberdade às suas colónias, pelo que o argumento da vingança dos ex-dominados já não se aplica.