007 - SEM TEMPO PARA MORRER
Mais um filme de James Bond a puxar ao sentimento, continuando por isso a romper, aí, com o estilo clássico e único da série nos seus alvores, bem marcada pelo seu cinismo e pela frieza com que se vencia e se perdia, e se aldrabava, e se matava e se morria com ânimo quase «desportivo», à maneira anglo-saxónica. Um «tineige» ou americanizado berraria agora «spoilers!» porque se vai referir algum pormenor do filme que os exigentes anglo-americanos não gostam de saber antes de verem a película, enfim, continuando... Havia nos filmes de James Bond, tal como na série televisiva de espionagem também britânica dos «Vingadores» - Miss Gale/Peel/Tara e John Steed; mais tarde, Steed, Purdy e Gambit - uma ligeireza elegante e sóbria que permitia matar e morrer com secura e higiene. No novo filme deste ano, a coisa mais próxima disso é o modo como um dos vilões de sempre estica o pernil.
A narrativa em si, o enredo, o tema, os efeitos e o ambiente, tudo isso está bem ao nível dos melhores da saga, honra lhe seja feita - falta é, a meu ver, o espírito da origem, bem como o imprevisto moral das personagens.
Depois, claro, há o acrescento do dogma da época, que não me recordo de ver em qualquer dos «Bonds» desde a década de sessenta até hoje. Quem agora tem o grau de 007 é uma negra, «claro»... e um dos vilões menores é morto precisamente quando promete eliminar toda a população da África Ocidental por meio de uma arma geneticamente selectiva...
3 Comments:
"e um dos vilões menores é morto precisamente quando promete eliminar toda a população da África Ocidental por meio de uma arma geneticamente selectiva..."
E deram-lhe papel de vilão?
Pode ser que um dia lhe chamem herói...
Essa "arma" será que ela está a ser usada neste exato momento através das "agulhadas" da tal covid?
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