SOBRE UMA RAIZ DO TOTALITARISMO NO OCIDENTE - A INTOLERÂNCIA UNIVERSALISTA CRISTÃ CONTRA A NATURAL TOLERÂNCIA POLITEÍSTA
«Em sermão após sermão autoritário realizado por esta nova geração de pregadores rigidamente inflexíveis, a escolha das pessoas foi tornada clara. Ao decidir quem adorar, as congregações não estavam a escolher entre um Deus e outro. Estavam a escolher entre o bem e o mal; entre Deus e Satanás. Permitir que alguém seguisse um caminho diferente do verdadeiro caminho cristão não era liberdade; era crueldade. A liberdade para errar era, argumentaria vigorosamente Santo Agostinho, a liberdade para pecar - e pecar era arriscar a morte da alma. "A possibilidade de pecar", como um papa diria mais tarde, "não é liberdade, é escravatura." (encíclica do papa Leão XIII). Permitir que outra pessoa se mantivesse fora da fé cristã não era mostrar uma tolerância digna de louvor. Era condená-la.
(...)
Opôr-se à religião de outro homem, reprimir a sua adoração, não eram, diziam os clérigos às suas congregações, actos maldosos ou intolerantes. Eram algumas das coisas mais virtuosas que um homem poderia fazer. A Bíblia em si o exigia. Como instruíam as palavras inflexíveis do Deuterónimo: "Derrubai os altares, quebrai os monumentos, queimai os bosques sagrados e abatei as imagens dos seus Deuses; fazei desaparecer daquela terra a sua lembrança."
(...)
De súbito, por volta de 170 d.c., um intelectual grego chamado Celso lançou um ataque monumental e vitriólico contra o Cristianismo. (...) Está preocupado. Transversal aos seus escritos está um claro receio de que esta religião - uma religião que ele considera estúpida, perniciosa e vulgar - se possa espalhar ainda mais e, ao fazê-lo, prejudicar Roma. Mais de mil e quinhentos anos depois, o historiador inglês do século XVIII Edward Gibbon retiraria conclusões semelhantes, depositando parte da culpa pela queda do Império Romano aos pés dos cristãos. (...) No entanto, ao contrário do que sucede com Gibbon, hoje poucos ouviram falar de Celso e ainda menos leram o seu trabalho. Porque os medos de Celso tornaram-se realidade. O Cristianismo continuou a disseminar-se, e não apenas entre as classes baixas. Cento e cinquenta anos depois do ataque de Celso, até um imperador de Roma se professava um seguidor da religião. O que aconteceu a seguir foi muito mais sério do que qualquer coisa que Celso pudesse ter imaginado. O Cristianismo não só ganhou adeptos, como proibiu as pessoas de adorarem os antigos Deuses gregos e romanos.
(...)
Apesar do despeito que sentia pelos cristãos, Celso não parecia surpreendido por mais uma religião ter surgido neste mundo repleto de Deuses: a diversidade religiosa é precisamente aquilo que se espera. Celso mostra um interesse quase antropológico nos diferentes tipos de adoração que floresceram pelo Império Romano. "A diferença entre cada Nação é considerável", escreve. Alguns egípcios "adoram apenas Zeus e Diónisos. Os Árabes adoram apenas Urania e Diónisos. Todos os egípcios adoram Osíris e Ísis." (...) Era claro para Celso que a afiliação religiosa de uma pessoa se baseava não tanto numa análise racional das ideologias religiosas concorrentes, mas mais no seu nascimento. Todas as pessoas pensam sempre, realça, que a sua maneira de fazer as coisas "é de longe a melhor". Cita Heródoto aprovadoramente: "Se alguém se propusesse a visitar os homens e a dizer-lhes que escolhessem que leis eram as melhores, cada um escolheria a sua." (...)
Os observadores cristãos fitavam a tolerância dos seus vizinhos não cristãos com espanto. Santo Agostinho maravilhou-se, mais tarde, com o facto de os pagãos serem capazes de adorar muitos Deuses diferentes sem discórdia, ao passo que os cristãos, que adoravam apenas um, se dividiam em inúmeras facções adversárias. De facto, muitos pagãos como Celso pareciam louvar activamente a pluralidade. Para os cristãos, tratava-se de um anátema. Cristo era o caminho, a verdade e a luz, e tudo o mais não só era errado como mergulhava o crente na escuridão demoníaca. Permitir que alguém continuasse numa forma alternativa de adoração ou numa forma herética de Cristianismo não eram apenas liberdade religiosa; era permitir que Satanás prosperasse.
Santo Agostinho, embora impressionado com a harmonia dos seus vizinhos, não estava disposto a estender essa tolerância a si mesmo. Era, concluiu, o dever de um Deus cristão converter os heréticos - pela força, se necessário. Tratava-se de um tema ao qual regressaria várias vezes. Valia mais um bocadinho de compulsão nesta vida do que a condenação eterna na próxima. Nem sempre era possível confiar nas pessoas para que estas soubessem o que era bom para elas. (...)
"Não há nada de errado", escrevera Celso, "se cada Nação observar as suas próprias leis de adoração". Para muitos dos mais influentes pensadores da Igreja Cristã, nada poderia ser mais abominável.»
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In «A Chegada das Trevas - Como os Cristãos Destruíram o Mundo Clássico», editora Desassossego, páginas 56, 57, 64, 65, 66, 78, 79, 81, da autoria de Catherine Nixey
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Num só acto moral revela-se o porquê de o Cristianismo ser, na sua própria essência enquanto doutrina, um inimigo mortal do Ocidente - vem do pensamento, do sentimento cristão a militância em impor um culto universalista a tudo e a todos, contra as fronteiras e as identidades nacionais. No pólo oposto, o Nacionalismo, o separatismo racial e a Democracia são produtos da mentalidade autenticamente pagã.
17 Comments:
https://experimentoaschoccidental.com/2016/06/06/el-racismo-anti-blanco-de-hitler/
Está engraçada esta, Caturo:
https://pbs.twimg.com/media/EG7qy43UUAAcWYr.jpg
Há há há! politeístas eram tão tolerantes que jogavam os cristãos aos leões. Há há há Vocês são uns comédias!!!
Não se esqueçam de doar dinheiro para ajudar Moçambique seus branquelas malandros ehehehe
https://www.plataformamedia.com/pt-pt/noticias/sociedade/filho-de-guebuza-pediu-11-milhoes-para-comprar-casa-e-viver-com-uma-prostituta-11415780.html?utm_source=ojogo.pt&utm_medium=recomendadas&utm_campaign=afterArticle&_ga=2.217502676.357897527.1571346511-1737247192.1571179809
Caturo, tens algum comentário em relação aos assombrosos resultados obtidos pelo PNR no estrangeiro? É que, enquanto o partido perdeu cerca de 43,7% dos votos em Portugal (face a 2015), no estrangeiro aconteceu o contrário. O PNR cresceu 1266% no Brasil e 1700% na Europa!!!
Gostava sinceramente de ouvir a tua opinião acerca deste fenómeno...
Uma notícia com o seu interesse, Caturo:
https://www.cm-tv.pt/atualidade/detalhe/veja-o-momento-em-que-um-homem-que-tinha-acabado-de-ser-detido-foge-algemado-do-carro-da-gnr?ref=Atualidade_DestaquesPrincipais&fbclid=IwAR1mPkuw7MQDtwmiBKU_gzRE7gxab67g6Tasd6wT0sSqvCv3YriL16bNLPI
https://flagelorusso.blogspot.com/2019/06/maior-fabrica-de-fake-news-e-russa.html?m=1
O povo catalão nas ruas a enfrentar a repressão espanholista e de ti e do teu partido, nem uma palavrinha.
https://pbs.twimg.com/media/EHFvsyaWkAU1fve.png
O que dizes disto, Caturo?
https://caldronpool.com/uk-police-urge-public-to-report-hateful-white-people-even-if-they-havent-committed-a-crime/
mais um episodio do ridiculo quotidiano multiracialista europeu
https://www.abola.pt/Internacional/Noticias/Ver/810841
"EQUIPA ABANDONA JOGO DA TAÇA POR INSULTOS RACISTAS AO GUARDA-REDES"
Este comentario diz tudo
"Moreno... E quando chamas nomes ao arbitro ou aos outros jogadores e as maes deles...Isso ja nao tem problema???? Vale tudo ate mandar moedas a cabeça de jogadores mas nao podes gozar com os jogadores de raça negra... Como é que vais penalizar uma equipa por apenas uns adeptos..."
O "racismo", o chamar nomes a certas raças, é mesmo o pecado capital hoje em dia. Podes fazer tudo menos algo considerado "racista" que as comadres zangam-se logo.. ridiculo
«O povo catalão nas ruas a enfrentar a repressão espanholista e de ti e do teu partido, nem uma palavrinha»
Nem uma palavrinha? Ó jovem, eu devo ser um dos que em Portugal mais vezes e há mais tempo falam a favor da independência da Catalunha... olha, um dos exemplos, é de há doze anos:
http://gladio.blogspot.com/2007/07/catalunha-no-espanha.html?m=0
outra é deste mês:
https://gladio.blogspot.com/2019/10/barcelona-manifestacao-independentista.html
Não me surpreende, caro Afonso, que a votação dos portugueses emigrados seja boa para o PNR. Estes portugueses vivem em países onde a mensagem nacionalista é já muito mais divulgada e regularmente veiculada do que em Portugal, graças ao progresso democrático dos partidos nacionalistas além-Pirinéus. Estes portugueses sabem o que é a inqualificável merda de viver numa país já a encher-se de chatices muslas. Estes portugueses contactam com Portugal em grande parte pelo Facebook, onde a presença do PNR é maior do que nas ruas e nos mé(r)dias de Portugal...
Em Viseu brasileiros já são 3 mil
http://www.diarioviseu.pt/noticia/49657?fbclid=IwAR15d3TC5YrTWH6GaIuILjDppzPXVQbimxEev1lqTVj0e_8sFVA5T0Qkfc4
3% da população do concelho.
fazendo bem as contas devem é ser mais que isso. Estamos a ser invadidos, nunca ouvi nenhum outro europeu dizer que temos sangue de índios, mas parece que agora já não nos vamos escapar desta.
«https://caldronpool.com/uk-police-urge-public-to-report-hateful-white-people-even-if-they-havent-committed-a-crime/»
Autêntica inquisição, eventualmente para acalmar o nervosismo da escumalha de Esquerda que quer sempre um «contraponto» às medidas de segurança fundamentais tomadas para defender a população da violência muçulmana... é assim a vida enquanto não vem uma nova Revolução...
«Há há há! politeístas eram tão tolerantes que jogavam os cristãos aos leões»
Curiosamente, a esmagadora maioria dos cultos pagãos era tolerada em Roma, só os coitaditos dos cristãos é que não, porque seria... se calhar era por serem autênticos inimigos subversivos, que, aliás, podiam perfeitamente ter-se ido embora de Roma, mas não, quiseram ficar, para roubarem Roma aos seus legítimos possuidores... e as autoridades romanas defendiam-se como era possível na época, mas muitas vezes sem quererem dar muito nas vistas, porque isso dos cristãos aos leões era quando os cristãos não se voluntariavam para se suicidarem, porque queriam assim ir para o reino dos Céus.
«Não se esqueçam de doar dinheiro para ajudar Moçambique seus branquelas malandros ehehehe»
Usa e Gebuza, o costume.
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