segunda-feira, junho 24, 2019

AVANÇO DO NACIONALISMO NA FLANDRES

No pub Vlaams Radikal, em Roeasalre, fala-se amiúde da independência da região da Flandes face à Bélgica, de combater a imigração e o Islão, bem como de acabar com a União Europeia.
A cidade traduziu o seu apoio a estes ideias dando a vitória ao partido da Extrema-Direita, Vlaams Belang (Interesse Flamengo, em Português), nas eleições regionais, a 26 de Maio.
“O Islão é um perigo para o país, para toda a Europa. Temos de lutar contra isso. Mas essa luta contra o Islão deve ser feita de maneira democrática, no sentido de que não vamos lutar usando armas ou violência", disse Filip Deforche, um dos habitantes.
No total da região Flandes, a vitória foi para o NVA, partido nacionalista que esteve em coligação no anterior governo. Em segundo lugar ficou o Vlams Belang, que recusa os rótulos mais duros que muitas vezes aparecem na imprensa.
"Não sou nazi, não sou fascista nem nenhuma dessas dessas coisas que nos chamam. De facto, o que fazemos é colocar o nosso Povo em primeiro lugar", afirmou Wouter Vermeersch, eleito deputado municipal na cidade de Kortrijk, pelo partido Vlaams Belang.
Migração e insegurança
O tema da imigração é, particularmente, controverso nesta região do norte da Bélgica, com a Extrema-Direita a considerar o multi-culturalismo como uma ameaça.
"O ritmo a que a nossa região se vai tornando mais diversificada é cada vez mais rápido. Muitas pessoas pensam assim, não é só o meu partido político, mas também os habitantes daqui. As pessoas notam que as suas cidades estão a mudar muito rapidamente", referiu Wouter Vermeersch.
Muitas vezes o discurso político não reflecte a realidade. Apesar de a criminalidade ter vindo a diminuir na Bélgica, há duas décadas, os Nacionalistas usam a insegurança como argumento para o separatismo, quando questionados sobre o futuro do país.
“Vejo um futuro para a Flandres, mas não para a Bélgica enquanto país. Gostaria que a Flandres fosse um pais independente, seguro, onde um flamengo trabalhador pode sair para ir tomar uma bebida sem ter de estar sempre a olhar para traz", disse o habitante Remko Quidousse.
A Flandres fica no norte da Bélgica, onde vive 68% da população do país, que fala maioritariamente Holandês. Economicamente, é mais desenvolvida que a região francófona da Valónia, no sul, ao nível da produtividade e dos salários.
A Extrema-Direita promove o separatismo, argumentando que não tem de subsidiar a vida numa região mais pobre e linguisticamente distinta.
"Quando se está num casamento e só um dos membros paga as contas porque e o outro cônjuge não quer cooperar, talvez seja melhor o divórcio", disse Wouter Vermeersch.
Este é o tema de abertura do programa "Breves de Bruxelas", que passa em revista a actualidade europeia diária. Em destaque estão, também, as seguintes notícias:
A bancada dos socialistas e democratas no Parlamento Europeu vai ser liderada pela espanhola Iratxe Garcia. A eurodeputada sucede ao alemão Udo Bullmann, que se tinha recandidatado mas que abandonou a corrida antes da votação, esta Martes.
A bancada liberal no Parlamento Europeu tem três candidatos para suceder ao actual líder, o belga Guy Verhofstadt. O grupo conhecido por ALDE foi rebaptizado Renovar a Europa e ficou em terceiro lugar nas eleições, com 106 eurodeputados.
Os planos da Alemanha para criar diferenciação entre automobilistas nacionais e estrangeiros no pagamento da portagem nas auto-estradas violam a legislação comunitária, determinou o Tribunal de Justiça da União Europeia. O governo de Berlim pretendia implementar, no ano que vem, uma taxa anual de 130 euros, mas os automobilistas alemães receberiam um reembolso via dedução nos impostos. o que foi criticado pelos países vizinhos Holanda e Áustria.
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Fonte: https://pt.euronews.com/2019/06/18/breves-de-bruxelas-flandres-rendida-ao-nacionalismo   -   Página com vídeo incorporado   -   O artigo, originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990, foi aqui corrigido à luz da ortografia portuguesa.

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O sistema bem marra em dizer que a insegurança nas ruas está a diminuir, mas o povo, que a sente na pele, das duas uma, ou topa que isso é mentira ou então já está farto de tudo o que andou a suportar durante décadas e isto é cumulativo... para além de que só ameaça aumentar, com a vinda maciça de alógenos do terceiro-mundo.
Confirma-se, no resto do artigo, o que tenho andado a dizer há mais de uma década - quanto mais os Nacionalistas falam em discurso directo ao povo, mais o povo vota no Nacionalismo, porque o Nacionalismo mais não é do que a pulsão tribal trabalhada de forma política.