terça-feira, outubro 30, 2018

PAPA ALERTA CONTRA O POPULISMO

O papa Francisco alertou nesta Martes (23/10) para o risco de uma Terceira Guerra Mundial e para o avanço do populismo, citando o exemplo do ditador nazi Adolf Hitler. 
O pontífice afirmou que os jovens de hoje deveriam aprender sobre a história dos conflitos mundiais ocorridos no século 20 para que não caiam no mesmo erro e saibam como o populismo se espalha. 
"É importante que os jovens saibam como nasce um populismo. Penso em Hitler no século passado, que havia prometido o desenvolvimento da Alemanha. Sabemos como começam os populismos: semeando o ódio. 
Não se pode viver semeando ódio", afirmou durante encontro com jovens e idosos.
"Hoje existe a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Olhem para os locais dos conflitos: falta de humanidade, agressão, ódio entre culturas e tribos, também uma deformação da religião, este é o caminho do suicídio, semear ódio", alertou. "É um preparar a Terceira Guerra Mundial que está em andamento aos pedaços e acredito não exagerar nisto."
O pontífice deu as declarações em encontro com jovens e idosos realizado em Roma para a apresentação do livro Francisco, a Sabedoria do tempo, em diálogo com o papa Francisco sobre as grandes questões da vida. 
Alertando para um conflito mundial, o papa citou o físico alemão Albert Einstein. "Vem-me em mente a profecia de Einstein: a quarta guerra mundial será feita com pedras e bastões, porque a terceira destruirá tudo. Semear ódio, violência e divisões é um caminho de destruição, suicídio", afirmou.
"Pode-se fazer isso por muitos motivos. Aquele jovem do século passado fez uma limpeza com a pureza da raça, com os migrantes", disse, referindo-se a Hitler. 
O papa também se referiu ao ditador nazi em Janeiro do ano passado, mencionando a ascensão de Hitler ao advertir sobre o perigo de, em tempos de crise, as pessoas buscarem um salvador que defenda seu povo com muros de "outros povos que possam tirar nossa identidade".
Em Setembro deste ano, alertou para um revisionismo histórico e um possível avanço de ideologias totalitárias. 
Nesta Martes, Francisco também pediu tolerância para com refugiados, ressaltando que o acolhimento de imigrantes é um mandamento bíblico e que a Europa foi feita de imigrantes. 
"Eu sou filho de um migrante que foi à Argentina", disse, após uma senhora que ensina Italiano a imigrantes manifestar preocupação com o ódio a refugiados. 
Francisco afirmou, no entanto, que governos nacionais têm o direito de estabelecer limites para a imigração e que é importante que a Europa chegue a um acordo sobre a questão. Segundo ele, países como Itália, Espanha e Grécia não deveriam ter que acolher mais refugiados que outros países do continente. 
Durante o encontro, o papa respondeu a perguntas de jovens e idosos vindos de Colômbia, Itália, Malta e Estados Unidos. Também estava presente o cineasta Martin Scorsese, um dos personagens do livro apresentado, que reúne lições de vida de mulheres e homens de diversas partes do mundo.
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Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2018/10/24/papa-alerta-para-avanco-do-populismo.htm?fbclid=IwAR3zZ9hp3HaH5wWRESHwlaajS8gTWviP_HS0aCsURAuwcJVC_pUF3DqwO_E

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É claro que o Nacionalismo que ele condena não é ódio, é pôr o seu próprio Povo em primeiro lugar e garantir um espaço exclusivo para os nacionais. Que uma figura com responsabilidades como o papa reduza este sentimento identitário visceral e popular a mero «ódio» só atesta como o seu credo cristão é incompatível com o Nacionalismo e com a salvaguarda das identidades europeias.
É claro que Hitler não era simplesmente populista, era supremacista. Não queria simplesmente salvaguardar a sua Nação mas sim dominar o espaço de outras nações e pôr a Alemanha a conduzir o mundo. A comparação do hitlerianismo com os actuais nacionalismos políticos é por isso grosseiramente desonesta.
É claro, também, que a Europa tem uma identidade étnica própria: estruturalmente caucasóide e indo-europeia («ariana», vá). Não é Cabo Verde, tampouco o Brasil. Se a Europa passar a ser a salganhada que o papa diz que é (ou, aliás, que ele quer que seja), deixa de ser Europa. Quem gostar de salganhada, é livre de ir para Cabo Verde ou para o Brasil, quem preferir Europa, fica na Europa. Se entretanto a Europa se transformar num Brasil, então ficam a existir dois Brasis e nenhuma Europa... não é justo para os Europeus que querem uma Europa europeia e que a herdaram assim. Acresce que na sua própria terra todo o Europeu tem o sagrado direito de dizer que não quer aí alógenos sem precisar sequer de o justificar, tão somente porque está em sua casa.
Tudo isto é muito óbvio de um ponto de vista nacionalista, tal como é óbvia a confirmação da incompatibilidade entre o Nacionalismo e o Cristianismo. O credo do Judeu Morto está na raiz moral do universalismo militante que originou a actual «religião» das elites, que é o Anti-Racismo, cujos argumentos em prol da iminvasão e contra o Nacionalismo coincidem em praticamente tudo com os do papa. Mas a Europa reage, como se tem visto - por um lado, o Cristianismo perde terreno entre os Europeus, por outro cresce entre os Europeus o apoio democrático ao Nacionalismo político, o que parece constituir uma acção dos «glóbulos brancos» do Organismo Europa.

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