terça-feira, janeiro 16, 2018

SOBRE A LUTA PELA LIBERDADE DAS MULHERES NO IRÃO

Tomem nota aqueles que querem ver as verdadeiras mulheres lutando pela liberdade. Dirijam os seus olhares para as ruas do Irão ou ouçam a campeã de xadrez Anna Muzychuk.
Ao arriscarem as suas vidas, as mulheres iranianas desmascaram aqueles que querem promover as burcas e as hijabs como se fossem "símbolos de libertação".
A desesperada investida do povo iraniano que enche as ruas para protestar contra o regime islamista expõe o duro quotidiano que os cidadãos iranianos, especialmente as mulheres, são forçados a suportar por praticamente quarenta anos em nome da lei islâmica (charia).
Estas manifestações também mostram o lado sombrio dos islamistas que sequestram o seu próprio povo mantendo-o refém para saciar a sua sede de poder, por meio da repressão, prisão, tortura, execução, num vale-tudo.
As mulheres iranianas, como muitas outras, estão fartas de viverem em diferentes formas de confinamento.
É nítido e notório que o regime do Irão se sente abalado pela determinação dos manifestantes: os dirigentes do Irão prometeram moderar as leis misóginas deixando de prender as mulheres em Teerão que aparecerem em público sem os véus.
Os manifestantes, ao que tudo indica, não estão a entrar nessa conversa: querem o fim do extremismo no país. Indubitavelmente não mais se confia nas promessas do governo.
A bem da verdade, os cépticos estão certos. Há aquela partidinha. Apesar do governo ter anunciado que não iria prender as mulheres que não respeitarem as rigorosas normas dos trajes apropriados do Irão, o governo também afirmou que aquelas mulheres teriam que frequentar "aulas especiais sobre a moralidade" ministradas pela polícia da charia. Porque é que o governo iria exigir uma coisas dessas? Não poderia ser para que o governo possa cadastrar essas mulheres para mantê-las sob vigilância?
Os iranianos estão a tentar livrar-se precisamente daqueles grilhões que organizações como o CAIR e a "tropa de choque" de regimes islamistas como Linda Sarsour se empenham em convencer o público ocidental serem símbolos de "moda" e "libertação". Os defensores desses regimes são apenas porta-vozes desses regimes extremistas, que não só escravizam o seu próprio povo, como também distorcem o seu desenvolvimento económico e intelectual por meio de uma mentalidade de supremacia e ódio em todo o cenário mundial.
Quando os organizadores da Marcha das Mulheres nos Estados Unidos apresentaram a falácia dos "abusos", deixaram um grande número de mulheres para trás, sem que fossem notadas, indesejadas, que há séculos vêm sendo tratadas de forma desumana.
Esses assim chamados "libertadores" das muçulmanas na realidade prejudicam as mulheres acorrentadas nas sociedades totalitárias, como as do Irão e da Arábia Saudita. Em nome da lei islâmica (charia) essas teocracias impõem simplesmente regras contra a mulher.
Raramente encontramos activistas verdadeiramente heróicas, como a grande mestra ucraniana, Anna Muzychuk. Ela explodiu a bolha criada pela marcha das mulheres que promoviam o uso da hijab: recusou-se a participar num campeonato na Arábia Saudita por causa dos maus-tratos às mulheres: "Exactamente há um ano ganhei esses dois títulos e considerava-me a pessoa mais feliz no mundo do xadrez, mas desta vez sinto-me realmente muito mal. Estou disposta a defender os meus princípios e não participar do evento, onde em cinco dias esperava ganhar de uma só vez mais do que ganharia em cerca de doze eventos". A coragem manifestada por Muzychuk é uma resposta às conservadoras sociedades religiosas no tocante à dura realidade que perpetram. Isto não pode ser encoberto com palavras bonitas, ávidos fornecedores de vestuário ou discursos insinceros. Com a recusa em curvar-se às exigências dos extremistas muçulmanos, esta corajosa jogadora de xadrez mostrou mais sobre o activismo dos verdadeiros direitos das mulheres em 2017 do que a soma de todos os activistas do mundo juntos.
A maioria das mulheres muçulmanas, onde quer que estejam, tiveram de passar pelo inferno até conquistar um infinitesimal de igualdade, liberdade ou respeito por parte das suas próprias sociedades. São submetidas a leis, financeiras ou não, extremamente discriminatórias. Valem oficialmente, por exemplo, "metade do valor de um homem" se testemunharem em tribunal (Alcorão 2:282, Sahih International) ou em caso de herança (Alcorão 4:11, Sahih International). Muitas vezes são coagidas a submeterem-se à poligamia de até quatro esposas e podem ser divorciadas por meio do "triplo-talaq", ou seja serem informadas da seguinte maneira: "divorcio-me de você" três vezes (Alcorão, 2:222-286). Os homens podem forçar meninas pré-púberes ao casamento com ricos homens de negócios e condenar as mulheres à morte como "adúlteras" se elas forem estupradas, a menos que quatro testemunhas do incidente, do sexo masculino, testemunhem o contrário em tribunal (quais as chances de isso acontecer?).
Tais leis meramente servem os interesses dos islamistas maquilhadores e outros muçulmanos extremistas, promovendo assim os seus programas no Ocidente, inspirados na charia.
As passeatas dos "direitos da mulher" no Ocidente defenderam o uso da hijab enquanto ignoraram o abuso diário de mulheres muçulmanas, como os assassinatos em nome da honra, tutela masculina, casamentos forçados, prevalência da mutilação genital feminina (MGF), abuso de mulheres por instituições religiosas como os Conselhos da Charia tão populares no Reino Unido e a impostura de práticas como a halala.
Devido às normas rígidas, jamais passíveis de mudança nas sociedades muçulmanas, é negado a essas mulheres os seus direitos básicos à auto-determinação e a uma vida livre.
O mundo deveria apoiar a luta dos manifestantes iranianos em nome da sua coragem de desafiarem, de frente, esses muçulmanos extremistas.
O povo do Irão, diferentemente dos seus homólogos no Egipto e na Líbia, esta a tentar livrar-se da teocracia rígida e totalitária e substituí-la pela Democracia.
Para um sem-número de mulheres em sociedades religiosas conservadoras a liberdade continua a ser um sonho. Já está mais do que na hora de o mundo começar a abordar com seriedade os verdadeiros problemas dos direitos das mulheres.
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Khadija Khan é jornalista e comentarista paquistanesa, atualmente radicada na Alemanha.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/11704/heroinas-lutando-pela-liberdade

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O que dizes disto, Caturo?

http://www.dailymail.co.uk/news/article-5267601/Army-advert-shows-Muslim-soldier-praying.html

17 de janeiro de 2018 às 00:52:00 WET  
Blogger Caturo said...

Já não se fazem exércitos como antigamente...
É bom sinal que haja gente a reagir a isso e, de resto, pode ser que não passe de fogo de vista.
Até agora, as forças armadas britânicas têm passado quase despercebidas como bastião de «brancura» no Ocidente.

17 de janeiro de 2018 às 03:19:00 WET  

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